Livros

[iv. publicações: introdução]

AS FÓRMULAS FILOSÓFICAS

A filosofia se condensa em enunciados mínimos e autônomos, dotados de propriedades formais que lhes conferem um aspecto notável, assinaturas doutrinárias (“Conhece-te a ti mesmo”, “A existência precede a essência”) ou enunciados de alcance universal (“Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio”, “O homem é o lobo do homem”). Essas fórmulas emblemáticas circulam entre as grandes obras e são recontextualizadas em textos segundos (doxografias, manuais, dicionários, coletâneas de formas breves etc.). Elas se inscrevem nos usos essenciais à atividade discursiva: memorização, transmissão, ensino, comentário, contribuindo fortemente para tecer o interdiscurso filosófico. Elas exercem igualmente o papel de embaixadoras em relação a outras formas de discurso e no espaço público. No interior de uma doutrina, as fórmulas filosóficas concentram os esquemas especulativos, permitindo a identificação e o desdobramento – e, às vezes, nas formas breves ou nos gêneros formulaicos, constituem o modo privilegiado de sua exposição. Os autores deste livro comparam as fórmulas filosóficas a provérbios, sentenças e aforismos, propondo pistas para compreender sua elaboração e sua natureza, relacionando suas características formais, retóricas ou estilísticas a seu valor filosófico. Graças ao estudo de casos diversos (Epicuro, Descartes, Hegel, Feuerbach, Marx, Nietzsche, Wittgenstein, Lévinas, Merleau-Ponty, Foucault, Derrida), questionam o papel de uma escritura formulaica em filosofia.

***

CINCO ENSAIOS SOBRE HUMOR E ANÁLISE DO DISCURSO 

O livro Cinco ensaios sobre humor e análise do discurso é uma coletânea de  sete textos   publicados pelo professor Sírio  Possenti  em diversos momentos de  sua  vida acadêmica. O  professor, que  é  referência nos  Estudos de  Linguagem,  aborda o humor como  um campo de  saber e  o  faz por  meio da Análise do Discurso, área da Linguística dedicada a analisar a  estrutura dos  textos e, com  base nelas, compreender as ideologias presentes neles. Aqui, tratamos principalmente de questões que têm surgido em torno do humor. A mais relevante, hoje, parece ser a questão dos limites, um dos espaços em que se discute a liberdade de expressão. Esse é um dos tópicos principais de nossa época, um dos espaços em que se materializam discursos que polemizam em torno da questão indivíduo vs. sociedade (ou Estado). Assim, debates internos ao campo do humor ao mesmo tempo derivam de questões sociais e fazem transbordar para a sociedade as questões que lhe são próprias. Assumir que o discurso humorístico é um campo (menos organizado do que o científico, certamente) produz uma compreensão mais adequada do que classificá-lo por critérios.

***

PEQUENAS FRASES NA POLÍTICA BRASILEIRA, FRANCESA E ANGLO-SAXÔNICA: ABORDAGENS DISCURSIVAS

O livro, que ora apresentamos sem muita pretensão teórica, mas com o desejo de palmilhar discursivamente o debate sobre as relações entre política e mídia na contemporaneidade, busca justamente principiar um trabalho para dar conta dessas diferentes dimensões da pequena frase em política. Nesse sentido, são colocados lado a lado trabalhos de pesquisadores franceses, anglo-saxões e brasileiros, inscritos em diferentes mirantes epistemológicos, constituindo uma espécie de cartografia de estudos da pequena frase em política, mobilizando dados dos dois lados do Atlântico. Ademais, por meio das pequenas  frases tomadas como objeto de análise neste livro, como uma espécie de lupa histórico-política, é possível descrever/interpretar alguns dos momentos mais decisivos da história política dos países em que essas pequenas frases foram engendradas.

***

               ANÁLISE DO DISCURSO PÓS-ESTRUTURALISTA: LACAN, ALTHUSSER, FOUCAULT, DERRIDA E SOLERS

Este livro do pesquisador Johannes Angermuller, atualmente professor na Escola de Altos Estudos e Ciências Sociais de Paris – EHESS, pode ser tomado por pesquisadores iniciantes e iniciados em questões do discurso a partir dos três capítulos que o constituem: em primeiro lugar, pode ser apreendido, como um roteiro de pesquisa que pode ser aplicado a outros corpora acerca do discurso intelectual, independentemente da geografia em que esse discurso tenha sido engendrado e, em segundo lugar, principalmente o capítulo inicial, pode ler lido enquanto uma sofisticada e singular história da escrita da análise do discurso no contexto francês de meados dos anos setenta até o início dos anos 2000 e, em terceiro lugar, sobretudo o capítulo dois, pode ser compreendido como uma bela – e em algumas passagens até mesmo com uma escrita literária – teoria de leitura que defende o papel ativo do leitor na construção dos sentidos de um texto. É preciso dizer também que o presente livro possui ainda outro mérito que é o de não apenas aplicar as ferramentas enunciativas e discursivas a um determinado corpus, mas de fazer essas ferramentas rangerem.

***

DISCURSO E ANÁLISE DO DISCURSO

“Discurso e análise do discurso” é um verdadeiro mapeamento da análise do discurso (AD), pois passa por todas as questões clássicas, teóricas e metodológicas acerca da AD, e ainda capa DADisacrescenta outras. Além disso, o livro expõe de forma refinada a relação da AD com as ciências humanas e sociais e ainda analisa as implicações da internet e das redes sociais para a AD. É obra de apresentação, e, assim, expõe um conjunto variado de conceitos, com destaque para os relativos à construção de um corpus para análise. Retoma conceitos com larga tradição no campo – incluindo aqueles que o autor já expusera em outras obras, que voltam mais bem integrados, como discursos constituintes, paratopia, frases sem texto etc. – e acrescenta outros em pé de igualdade, atento a todas as questões que afetam o discurso. Também faz um balanço dos muitos modos de manifestação do discurso – da conversa casual entre amigos à filosofia, das interações orais às interações mediadas pela tela do computador –, porque o universo de discurso em que construímos a nossa identidade e damos sentido às nossas atividades não pode ser unificado apenas em torno do modelo dominante da comunicação oral face a face.

***

FRASES SEM TEXTO

trecho da introdução:  Muitos livros pretendem responder às perguntas que o grande público se faz. Não é necessário ser astrofísico para interessar-se pelo “começo do universo”, les phrases san texteser sociólogo para interessar-se pelos “problemas da periferia” ou pelos “novos celibatários”. E um linguista será bem-visto se tratar da origem da linguagem ou do discurso dos homens públicos. Outros livros respondem a questões que só preocupam os especialistas de uma disciplina. Mas, tanto em um como em outro caso, o autor não precisa justificar seu empreendimento: o objeto está dado, iluminado pelo interesse que suscita.    A tarefa, não há dúvida, é menos fácil quanto o livro trata de um objeto em relação ao qual nenhum interesse visível parece preexistir. É o caso desta obra, cujo objetivo principal será mostrar a pertinência do objeto que ela se dá. Certamente, o tema que ela aborda – designado inicialmente como “frases sem texto” – é bem conhecido, mas os fenômenos que ele recobre nuca foi objeto, que seu saiba, de um tratamento unificado. Isso se explica facilmente, aliás. Quando alguém se pergunta qual é a unidade fundamental pela qual a fala se estrutura, duas respostas são normalmente propostas: para uns, trata-se da frase, para outros, do texto. Mas ambas as respostas acabam por convergir: as frases se combinam para produzir textos, os textos se decompõem em frases. Como poderia ser diferente? O que pode ser, afinal, uma frase “sem texto”, dado que as frases acabam sempre entrando em textos?  E, se algumas parecem resistir, trata-se de fenômenos marginais que só estão ligados parcialmente a problemas de linguagem: divisas, graffitis… A suspeita que pesa sobre o solitário pesa também sobre a própria frase que o denuncia: “Vae soli!” (Eclesiastes, IV, 10). Infeliz da frase só! É precisamente sobre estas evidências que este livro quer se voltar: pode-se imaginar que as frases escapem à ordem do texto? E, se sim, em que sentido? (…)

***

FÓRMULAS DISCURSIVAS

trecho da quarta-capa:      O estudo de fórmulas tem uma larga tradição nas ciências humanas e reúne pesquisas sobre provérbios, ditados, máximas, slogans, bordões e divisas, para ficarmos apenas em alguns exemplos. Nos estudos da linguagem, tem-se considerado que são pontos de relativa “cristalização” da língua, isto é, segundo essa concepção, fazem parte do léxico de uma comunidade de falantes. A fórmula seria, portanto, uma espécie de síntese alcançada pela história da língua, síntese esta que teria levado um elemento polilexical a funcionar como um item do léxico.   Fórmulas discursivas analisa justamente esse conceito de cristalização: todo dizer é um movimento e, quando cristalizado, considerando suas ramificações, se institui e se reafirma dentro dos fenômenos discursivos. Assim, toda fórmula discursiva comporta uma densidade histórica que se presentifica na sua circulação, apoiada em pré-construídos e voltada a novas construções. (2011)

***

A NOÇÃO DE FÓRMULA EM ANÁLISE DO DISCURSO

trecho da Introdução:  Esta obra é consagrada à noção de fórmula, tanto do ponto de vista teórico quanto do metodológico. Por fórmula, designamos um conjunto de formulações que, pelo fato de serem empregadas em um momento e em um espaço público dados, cristalizam questões políticas e sociais que essas expressões contribuem, ao mesmo tempo, para construir.  livro formulaAssim, por exemplo, podemos considerar que formulações como “mundialização/globalização”, “mundializar/globalizar”, “anti-mundialização, “alter-mundialização”, “alter-mundialistas”, etc. constituem as variantes de uma mesma fórmula – “mundialização” – cujo estudo seria útil para compreender o modo pelo qual os debates sobre o estado das relações sociais se desenvolveram na virada dos séculos XX e XXI.   Como sugere esse exemplo, a noção de fórmula releva principalmente da análise do discurso. Essa consideração, como consequência, implica certos posicionamentos em relação aos termos utilizados em diferentes ramificações das ciências da linguagem (léxico, cristalização, neologia, atestação, ocorrência, nominalização, emprego, uso, reformulação, paráfrase, produção discursiva, discurso, performatividade, sloganização…). Voltaremos a isso ao longo destas páginas. A perspectiva pluridisciplinar na qual este trabalho se situa impõe, igualmente, o recurso a termos que provêm de diversos horizontes das ciências humanas e sociais. Tornaremos claras essas escolhas no decorrer dos capítulos. Além da própria noção de fórmula, o trabalho proposto permite pensar e analisar outros fenômenos de retomada e de circulação discursivas, como as pequenas frases ou os slogans, por exemplo. Ele permite, ainda, compreender a forma como diversos atores sociais (homens e mulheres políticos, militantes de associações, representantes sindicais, dirigentes de empresas, comunicadores, jornalistas profissionais, intelectuais…) organizam, por meio dos discursos, as relações de poder e de opinião. (2010)

***

ETHOS DISCURSIVO

 trecho da apresentação: Nesta coletânea foram acolhidas diferentes reflexões cujo traço comum é tratarem do ethos discursivo. Uma proposta instigante, uma vez que essa noção, embora um tanto recente, já congrega diversas áreas de estudo, constituindo um campo de investigação bastante fértil. Sobre as semelhanças entre os trabalhos aqui apresentados, podemos dizer que concordam a respeito da importância desse conceito para compreender e interpretar os fenômenos discursivos, principalmente porque permite abordar um aspecto sobre o qual pouco se escreveu em Análise do Discurso: os modos de dizer.  Como se verá, as partes oferecidas são recortes (de certo modo) temáticos, que nos pareceram úteis na medida em que anunciam territórios de pesquisa. Essa partição se deve ao fato de esta publicação ter começado a existir nas discussões do grupo Questões de Teoria e Análise em Análise do Discurso – QTAAD/CNPq, sediado no Instituto de Estudos da Linguagem – IEL/UNICAMP, do qual participam muitos dos autores aqui reunidos. Assim, partindo de um artigo teórico de Dominique Maingueneau, os outros textos foram agrupados em diferentes seções, nas quais os leitores encontrarão análises sobre arte, política, religião, auto-ajuda, sexualidade, humor, imprensa e ciência. Mas os artigos aqui reunidos não procuram esclarecer tais recortes ou delimitar os territórios que anunciam: nasceram antes desta organização e voltam-se sobre diferentes tipos de dado, abordando-os da perspectiva do ethos. Freqüentemente, de um território a outro, as análises farão parecer movediça essa divisão “temática”. Assim é. A Análise do Discurso trata sobretudo de fronteiras. Então, se cada um dos artigos vale por si, como unidade coerente de um estudo específico, a leitura do conjunto certamente dará a ver uma epistemologia em construção.  Desse modo, este é, possivelmente, um livro de estudo do tipo que convida a um passeio com idas e vindas difíceis de prever, saltos e remissões que cada leitor fará, incomodado, identificado ou curioso diante dos incômodos, identificações e curiosidades que moveram os trabalhos ora apresentados. É possivelmente um fórum em forma de livro. E espera, com isso, alimentar debates. (2008)

***

DOZE CONCEITOS EM ANÁLISE DO DISCURSO

trecho da orelha: A unidade de Doze conceitos em análise do discurso não se deve a uma noção central e sim à articulação de todos os textos em torno de “conceitos”. Essa escolha procura evitar dois perigos simétricos: as exposições puramente teóricas e os estudos de corpus.  capa_doze.indd A insistência no trabalho com conceitos é um modo de estabelecer relações entre os fundamentos teóricos e a diversidade de textos que podem ser tratados pela análise do discurso.  O autor aborda os doze conceitos selecionados para esta publicação de dois modos:  alguns textos esclarecem certos conceitos em uso, cujos sentidos, um pouco vagos, ganham estabilidade e possibilitam sua exploração mais adequada pela análise do discurso; outros testam alguns conceitos instalados há algum tempo nas pesquisas da área, aqui aperfeiçoados e, portanto, tornados mais operacionalizáveis. Esse trabalho com os conceitos leva em conta fatos de discurso que apresentam problema: os anúncios de sites de relacionamento para “ethos”, as citações da imprensa para “aforização”, os autores pouco conhecidos para “campo discursivo”, a internet para “gênero” e “hipergênero”… (2010)

***

LÍNGUA, TEXTO, SUJEITO E  (INTER)DISCURSO

trecho da apresentação:  A linguística que se encontra aqui, nos artigos que constituem esta obra, elegem o discurso como seu objeto. Discurso, bem entendido, no sentido de enunciados efetivamente produzidos. 11x01Por isso, a linguística deste livro é a que se interessa pela indeterminação da língua, pelos diversos sistemas de referência existentes que dilatam a potencialidade significativa dos recursos de expressão, pelas condições de produção, pelas complexas questões que envolvem o processo de enunciação, pela heterogeneidade e pelas diversas noções que se destinam a apreendê-la: polifonia, relações dialógicas, heterogeneidade mostrada, intertextualidade, interdiscursividade.   Talvez fosse possível dizer que se trata de uma linguística destinada, como pensava Bakhtin, ao estudo das práticas socioverbais, em oposição à Linguística que se destina ao estudo gramatical propriamente dito, obtido por meio da abstração dos aspectos relativos à circulação da palavras. Apesar de as suas reflexões se inscreverem no primeiro tipo de estudo, Bakhtin reconhecia a importância de ambos os tipos de investigação sobre o verbal, as suas correlações e alertava sobre a dificuldade de manter os limites entre eles, dada sua complementaridade, o que certamente também se verifica nesta obra.

***

ESTUDOS DO TEXTO E DO DISCURSO: MATERIALIDADES DIVERSAS

apresentação:  Este volume dá continuidade ao projeto editorial da Linha de Pesquisa Estudos do Texto e do Discurso, do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá. Trazemos a público, nesta ocasião, parte dos resultados de uma parceria entre a UEM e a Unicamp, possibilitada pela CAPES, por meio de um Projeto de Cooperação Acadêmica envolvendo as duas instituições. 20150604_091232Por isso, os trabalhos aqui publicados são de autoria de docentes que participam do projeto ou de seus orientandos. Depois de abordar conceitos e métodos de estudos do texto e do discurso, no primeiro volume da série, de interrelacionar língua(gens), identidade e memória, no segundo, e mídia e política, no terceiro, tratamos, neste quarto volume, de textos e discursos de diferentes materialidades: “olhos” e manchetes de jornalismo impresso e de webjornalismo, reportagens e propagandas televisivas, propagandas governamentais e campanhas publicitárias. Enquanto algumas dessas análises consideram textos ou conjunto de textos de determinado campo, outras desestruturam essas unidades instituídas, ou consideram “destaques” de textos efetuados pela própria mídia, definindo percursos não esperados, a partir da interpretação de relações eventualmente insuspeitas no interior do interdiscurso. Apelando para conceitos de Maingueneau, poderíamos dizer que, enquanto o primeiro grupo aborda unidades tópicas, o segundo focaliza unidades não tópicas, reunidas pelo pesquisador, de acordo com algum critério histórico, independentemente de fronteiras institucionais prévias. Considerando que o sentido está em agrupamentos de enunciados inscritos em fronteiras, mas que eventualmente as atravessa, cabe ao analista do discurso considerar ambas as modalidades de circulação dos discursos. É isso o que propomos neste livro (os organizadores). 

***

                                        CONTRIBUIÇÕES DE DOMINIQUE MAINGUENEAU PARA A ANALISE DO DISCURSO DO BRASIL

trecho da apresentação:  Este livro reúne pela primeira vez diferentes estudos que mobilizam questões teóricas e metodológicas propostas por Dominique Maingueneau, procurando,  por um lado, aprofundar o debate em torno de sua produção teórica, “aplicando-a” a distintos corpora brasileiros, “testando” o seu poder heurístico em uma geografia e história distintas daquelas nas quais tal produção foi originalmente gestada e, por outro busca ampliar o diálogo entre analistas do discurso de diferentes partes do Brasil, que embora tratem de distintos objetos discursivos, reclamam as mesmas categorias analíticas em seus trabalhos de pesquisa. Não é objetivo do livro representar a totalidade dos trabalhos que hoje se fazem no Brasil seguindo mais ou menos de perto conceitos e métodos propostos por Dominique Maingueneau. Espera-se essencialmente que esta obra contribua para o debate.

***

CENAS DA ENUNCIAÇÃO

trecho da apresentação: Organizado por Sírio Possenti e Maria Cecília Pérez de Souza-e-Silva, o livro mostra que a análise do discurso tem de se haver com todos os tipos de textos, sejam eles publicitários, jornalísticos, literários, religiosos, institucionais, populares. Afinal, deve ser levada a sério a tese de que os falantes nunca dizem simplesmente o que querem, que os discursos estão submetidos a normas, que produzem efeitos exatamente por sua materialidade e por sua relação estreita com as cenas de sua enunciação, historicamente construídas, preservadas ou renovadas. Nesse livro, Maingueneau:
> propõe novos desenvolvimentos derivados da análise de textos de natureza variada, partindo sempre da inseparabilidade do texto e do quadro social de sua produção e circulação;
> insiste na tese de que não há um plano central do discurso: tudo o que o constitui deriva dos mesmos fundamentos, de sua semântica global;
> apresenta novos conceitos: discursos constituintes, sobreasseveração, hiperenunciador, que podem renovar a abordagem de questões ligadas ao interdiscurso e aos enunciadores, portanto, a problemática do sujeito.

***