A Semana de Estudos Literários, Letras e Linguística – SELLL surgiu das demandas e interesses dos próprios alunos, e até hoje mantém o caráter de ser produzida por e para alunos. Há registros da ocorrência de ao menos 17 semanas de estudos desde 1985, inicialmente sob o nome SELL – Semana de Estudos de Letras e Linguística –, e desde 2006 como SELLL, abrangendo os três cursos do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp.
A SELLL constituiu-se, com o passar do tempo, como um importante e frutífero ambiente de formação que, ao mesmo tempo em que se insere no âmbito acadêmico, o extrapola, abrindo espaço para o político, o cultural e o plural. Destacamos brevemente algumas de suas últimas edições:
2010 – Transformações
Sob a amplitude do tema escolhido, a SELLL propôs ser um espaço que possibilitasse a efervescência, a diversidade e o encontro de ideias, para incutir em todos que dela participassem uma transformação na forma de olhar o mundo e para contribuir, a partir disso, com a transformação do próprio espaço da universidade.
2011 – O perigo da palavra e a palavra em perigo
Com a promoção de mesas, minicurso e exibição de filmes seguida de debate, a SELLL colocou em pauta a palavra – nos âmbitos literário, artístico, político, jornalístico, entre outros – e as tensões entre o poder de manifestação, a liberdade de expressão, o proibicionismo e o silenciamento.
2012 – A voz do outro dá voz ao popular
Sob esse título, a SELLL apresentou debates sobre os indivíduos historicamente silenciados nos discursos oficiais, tais como o índio, o negro, o cigano e o caipira, questionando a sua participação e inclusão nas construções dos conceitos de “cultura popular”.
2013 – Quando a estrutura se (des)monta
O evento abordou três datas marcantes para o campo dos estudos da linguagem: o centenário da morte do linguista Ferdinand de Saussure, o centenário do nascimento do compositor, poeta e dramaturgo Vinicius de Moraes e os 45 anos das manifestações políticas que varreram o mundo em 1968. O eixo de articulação foi a (des)montagem de um novo ideário intelectual pelo impacto de tais personalidades e eventos em meados da década de 60.
2014 – Violência e poder: entre a arte, o pensamento e o real
Estruturado em torno dos 70 anos de Chico Buarque, dos 50 anos do golpe militar brasileiro e dos 30 anos da morte de Foucault, o evento não aconteceu devido à greve de funcionários e professores da Unicamp.
2015 – Brasil, memória e redemocratização: as emergências da atualidade
Tratando-se de uma retomada do projeto impossibilitado pela conjuntura de 2014, o evento novamente não aconteceu.
2016 – Por um percurso (a)semiótico: entre a forma, a estrutura e a antiestrutura
Rompendo com o hiato dos dois anos anteriores, a SELLL volta a acontecer em 2016, articulando em sua temática três importantes eixos do panorama cultural e da área da Linguagem desse mesmo ano: a morte do escritor, filósofo, semiólogo e linguista Umberto Eco, os 120 anos do pensador e linguista russo Roman Jakobson e os 160 anos do nascimento do neurologista e psicanalista Sigmund Freud.
2017 - Mulheres no IEL
Repaginando a identidade visual e a programação, incluindo mesas com mais participantes para estimular os debates de forma descontraída, além de incluir rodas de conversa no gramado do IEL, o evento destacou a importância das mulheres dentro do instituto, enquanto sujeitos e objetos de pesquisa.
2018 - Vozes Apagadas, Lugares de Escuta: desarranjar perspectivas
Estimulados pelos acontecimentos recentes em todos os âmbitos de nossa sociedade, seja na política, na economia, nos constantes cortes ao fomento das pesquisas e da cultura no país, além do grande fluxo de informações, nem sempre verdadeiras, constantemente bombardeadas pelas mídias sociais, a SELLL 2018 pretende desarranjar a mesmice das vozes ouvidas no tumultuoso cotidiano, parar e repensar: quem deve ser ouvido? como deve ser ouvido? ou antes: se escuta?