Prólogo: Animado pois por um coração liberal, resolvi preparar este compêndio, considerando o tráfico e as relações comerciais da nação portuguesa com a inglesa, e a falta de um compêndio da gramática de ambas, para iniciar e facilitar a mocidade ao uso das duas línguas, com a clareza, justeza e simplicidade possível (...).(...) Com quanta razão devemos nós julgar ser a língua inglesa necessária à mocidade, quando nos vemos entrelaçados em negociações com esta nação, e ouvindo diariamente o som vocal de seu idioma, que também facilita e convida os novos alunos a entrar com desejo no conhecimento dos seus termos e frases. Por este meio que sem dúvida se faz mais suave a sua aquisição, dantes tão estranha, parece indispensável a utilidade dela para o comércio e tráfico civil, e igualmente para a leitura de livros, em todo o gênero, científico, morais e de educação polida. (...) A gramática de qualquer língua polida sempre foi a chave, que dá entrada ao conhecimento (por não dizer ao templo) da razão humana; e quando estamos bem possuídos de uma, o caminho é fácil para as outras. Sem alguma gramática, seja da língua nacional, seja de outra existente, ou morta como a latina e grega, não podemos expressar com propriedade e justeza os nossos pensamentos; quero dizer: não conhecemos a propriedade da derivação das palavras; não conhecemos a certeza das letras e sílabas que as compõem, não sabemos colocar em seus próprios lugares os termos ou palavras de uma oração ou período; e finalmente, não sabemos muitas vezes pronunciar os mesmos termos com o seu acento devido. (Freitas, Manuel José de. Compêndio da gramática inglesa e portuguesa para uso da mocidade adiantada nas primeiras letras. Rio de Janeiro: Impressão Régia, 1820. p. 1- 2)

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