Na província da Bahia, como tive ocasião de verificar o ano passado, a proporção de livros distribuídos nos nove últimos anos foi aproximadamente de 1 para 500 meninos! (...) Vale isso dizer que a maior parte dos meninos aprendem a ler sem livros, servindo-se, principalmente nas localidades centrais ou pouco consideráveis, das cartilhas do Pe. Inácio, de bilhetes e cartas (às vezes, oh Deus!, com que letra e ortografia!) ou de gazetas que seus pais lhes fornecem, ou de velhos autos, pelo comum indecifráveis, que os próprios mestres alcançam dos tabeliães do lugar! Não pensem os mal intencionados que estou a advogar aqui a causa deste e dos meus outros livros de leitura. Se os competentes os não acharem com préstimo, neguem-lhes entrada nas escolas; e, ainda quando adotados, se outros aparecerem melhores, dever é dos pais, dos mestres, e da autoridades, preferi-los. (Borges, Abílio César [Barão de Macaúbas]. op. cit. p. XIX. Borges, Abílio César [Barão de Macaúbas]. Terceiro livro de leituras para uso das escolas brasileiras. Nova edição reformada e melhorada. Rio de Janeiro: Francisco Alves, [1890]. O prólogo, datado de outubro de 1890, abre a sexagésima quinta edição. p. XVIII) .

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