Entre os 78 volumes doados em 1847 e 1848 , incluem-se
Aventuras pasmosas de Munkausen, Corografia brasílica, de Aires de
Casal, os dois tomos do Parnaso brasileiro de Pereira da Silva, Os
Lusíadas de Camões, Marília de Dirceu de Tomás Antônio Gonzaga,
Noite do castelo e Escavações poéticas de Antônio Feliciano
de Castilho, Werther de Goethe, e Paulo e Virgínia de Bernardin
de Saint-Pierre . Inclui-se também Tesouro de meninos,
Tesouro de meninas, a Gramática de Monteverde e a História
de Simão de Nântua, estas duas últimas muito populares nas escolas da
época.
Em relatório encomendado por D.Pedro II , G.Dias denuncia a marginalização de professores locais, preferindo as escolas gramáticos como Monteverde ( autor de uma das publicações doadas pelos Laemmert ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) preterindo as obras dos baianos Felipe Alberto e Gentil ( professores que estudaram o método de Castilho às custas da Província baiana) : Relata Gonçalves Dias: " Um dos defeitos é a falta de compêndios: no interior porque os não há, nas capitais porque não há escolha, ou foi mal feita; porque a escola não é suprida, e os pais relutam em dar os livros exigidos, ou repugnam aos mestres os admitidos pelas autoridades. Voltando ainda à Bahia, foram ali os compêndios de Monteverde, com injúria e prejuízo dos escritores brasileiros superiores de muito ao autor português: (...) estão admitidos somente estes: a gramática, aritmética e moral de Monteverde, o catecismo de Fleury, e a caligrafia de Vanzeller, de que se não poderão litografar exemplares. (...) levarão sempre em mira o lucro, e nunca a sua capacidade literária. Não mereciam tão acre censura aqueles que levados por um estímulo digno de louvor confeccionavam compêndios sobre que recaísse algum dia a atenção do Conselho, que os devera favorecer; foi injusto, dando preferência à gramática de Monteverde, quando as há melhores na Bahia, e não uma, senão algumas, a de Martezão, a de Felipe Alberto e a de Gentil; há tão boas gramáticas como a de Monteverde, e em igualdade de circunstâncias era justiça premiar o nobre esforço desses autores em ver de os injuriar, além de os desfavorecer. Resultou que a gramática de Monteverde é adotada nas escolas para exercícios de leitura, e pessimamente; porque a impressão, como de outras, dizia o Conselho, está cheia de vergonhosos e grosseiros erros "( Dias, Antônio Gonçalves. "Relatório a D. Pedro II, de 1852". Reproduzido in: Moacyr, Primitivo. op. cit. V. 2. p. 525 - 526) |
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