LA DIVINA INSGUGLIAMBAÇÓ OU ‘COMO SE LÊ UM POEMA EM PORTUGUÊS MACARRÔNICO?’

 

 

Cesar Augusto de Oliveira Casella

 

 

 

“A artograffia muderna é una maniera de scrivê, chi a gentil scrive uguali come dice. Per isempio: - si a genti dice Capitó, scrive kapitó; si si dice Alengaro, si scrive Lenkaro; si si dice dice, non si dice dice, ma si dice ditche."

 

Juó Bananére

 

 

 

 

 

 

O Conhecimento Prévio na Leitura

 

 

            O que é necessário para se iniciar uma leitura? O que precisamos ativar em nossa mente para ler uma bula de remédio é o mesmo que precisamos ativar para ler um poema, e isto que ativamos para ler o poema é ainda o mesmo que precisamos ativar para a leitura de uma sentença judicial? Ler em português é o mesmo que ler em uma língua estrangeira? O que precisamos acionar para a leitura em língua materna é o mesmo que precisamos acionar para a leitura em outra língua? Em que influi a proximidade desta segunda língua com a nossa materna? Qual a diferença de se ler em português ou se ler em uma língua que intermedeia duas outras?

            Ângela Kleiman[1] explica que a leitura é um processo interativo, um intervir de vários fatores individuais, inconscientes e conscientes, que nos fazem compreender um texto escrito. A compreensão de um texto envolve o entendimento gramatical de palavras e frases, o entendimento dos argumentos, das motivações e intenções inerentes ao próprio texto e ao autor, envolve o entendimento do contexto e do referido. Ou seja, a compreensão de textos envolve processos cognitivos múltiplos. E aqui, texto é tanto a bula de remédio quanto a cartilha técnica ou o poema. E tanto faz em que língua seja.

            O conhecimento prévio é o nosso repertório, os nossos conhecimentos adquiridos e que fazem parte de nossa memória e inteligência e que utilizamos quando necessários na leitura. O conhecimento lingüístico é o básico dos conhecimentos prévios de leitura, é o falar uma língua desde nascença, é o conhecimento de uso da língua nativa que cada indivíduo tem. Se falamos melhor o português do que outra língua, leremos melhor em português do que em outra língua. No conhecimento lingüístico é que entra o saber uma língua estrangeira, e este conhecimento será graduado conforme a extensão do entendimento que o individuo tem desta outra língua. Quando mais souber esta outra língua, melhor funcionará o seu conhecimento quando da leitura.

O conhecimento textual diz respeito ao conhecimento dos tipos de textos existentes, de suas estruturas e tipos de discurso, e de seus usos, o que faz uma homilia diferente de um poema e um poema diferente de um despacho jurídico, formalmente falando.

O conhecimento enciclopédico ou conhecimento de mundo trata-se de nosso embasamento cultural, dos conhecimentos que vamos acumulando no cotidiano, nas nossas experiências, vivências e aprendizagens. Se sabemos que Juó Bananére é um poeta pré-modernista, brasileiro, satírico, praticamente ignorado e esquecido pela crítica, de uma estética do falar paródico e macarrônico, leremos tendo estas informações ativadas na mente e isto interferirá na leitura.

A leitura é um processamento onde os diversos conhecimentos prévios atuam concomitantemente, esforçando-se, revezando-se, para trazer-nos o entendimento do texto. A ativação do conhecimento prévio é essencial à compreensão do texto, pois são os conhecimentos do leitor que lhe permitem fazer as inferências necessárias para dar coesão à leitura. Se leio um poema de Juó Bananére em seu ítalo-português, o leio porque sei português, entendo ao menos alguma coisa de italiano, sei o que se espera seja a linguagem caricatural de um italiano imigrante no inicio do século passado no Brasil, reconheço sua forma poética e ativo meus conhecimentos enciclopédicos sobre o autor, sobre poesia, sobre historia, sobre o tema de que trata o poema.

 

 

 

 

 

O Poema

 

 

MIGNA TERRA [2] 

(Juó Bananére)

 

 

Migna terra tê parmeras,

Che ganta inzima o sabiá,

As aves che stó aqui,

Tambê tuttos sabi gorgeá.

 

A abobora celestia tambê,

Chi tê lá na mia terra,

Tê moltos millió di strella

Chi non tê na Ingraterra.

 

Os rios lá sô maise grandi

Dus rio di tuttas naçó;

I os matto si perdi di vista,

Nu meio da imensidó.

 

Na migna terra tê parmeras,

Dove ganta a galligna dangolla;

Na migna terra tê o Vapr’elli,

Chi só anda di gartolla.

 

 

 

 

 

O Autor

 

 

Juó Bananére é o pseudônimo literário do engenheiro, poeta e jornalista paulista Alexandre Ribeiro Marcondes Machado. Nascido em Pindamonhangaba, morou em Araraquara e Campinas durante a infância e estudou em São Paulo, na Faculdade Politécnica da USP. Ou seja, um grande conhecedor do interior de São Paulo de sua época. Como engenheiro deixou obra de arquitetura imponente, mas pouco original, segundo o pesquisador Mario Carelli[3]. Como jornalista, escreveu artigos para o Estado de São Paulo, e crônicas irreverentes para O Pirralho, o tablóide modernista de Oswald de Andrade. Como poeta criou versos paródicos da produção de poetas laureados e famosos tais como Olavo Bilac, Gonçalves Dias e Luís de Camões. Também atazanou a vida de políticos e poderosos de sua época, como o então prefeito Washington Luis e o marechal Hermes da Fonseca.

Juó Bananére é um espalhafatoso personagem ítalo-paulistano, morador do ‘Abax’o Pigues’, como era conhecido o bairro do Bexiga e suas redondezas no início do século passado, e que possui um falar todo particular, numa mistura de português e italiano feita com rara maestria, que parodiava a fala inculta da primeira leva de imigrantes italianos que ocuparam os bairros do Brás, Barra Funda, Bexiga e Bom Retiro, em São Paulo.

Como bem sinaliza Cristiana Fonseca[4], a principal fonte de inspiração de Alexandre Machado estava nas ruas, e era para essas mesmas ruas de uma São Paulo pré-modernista que retornava a obra pronta, causando um irrefutável sucesso de época, tendo em vista as repercussões em textos de outros autores e relatos de pesquisadores.

 

 

 

 

 

Objetivos e Expectativas de Leitura

 

 

            Posto o poema, ativados os conhecimentos prévios de leitura, poderemos dele nos aproximar de outras formas e fazermos outras perguntas. Por quê ler um poema ? O que se pode encontrar em um poema ? E por quê, dentre inúmeros poetas, ler Bananére?

            Ângela Kleiman cita[5] Virgínia Woolf para enfatizar o individual na leitura, para lembrar-nos que é o leitor, e talvez deva ser mesmo só o leitor, que determina seus objetivos e propósitos de leitura. Mas há um objetivo básico e comum em qualquer leitura, seja uma bula de remédio, seja um poema, esteja em português ou esteja em italiano, ou mesmo numa linguagem macarrônica, e este objetivo é a coerência do texto. A compreensão, o esforço para recriar o sentido do texto, para ler o que foi escrito, pode ser descrito como um esforço inconsciente na busca da coerência do texto. Estabelecer objetivos e propósitos de leitura é um caminho de facilitação da busca da coesão, tanto quanto é a ativação de nosso conhecimento prévio relevante para o assunto do texto. Ter um objetivo de leitura melhora nossa capacidade de processamento. Formular hipóteses é outra atividade relevante para a compreensão de um texto escrito. Ao formular e testar suas hipóteses de leitura o indivíduo consegue se aperceber melhor do entorno do tópico, do entorno do tema, consegue reconhecer e recolher peças importantes para o estabelecimento do entendimento do assunto tratado no texto. É um modo de estruturar a leitura.

            Lemos porque entendendo o texto entendemos o assunto e entendendo o assunto acumulamos mais conhecimento para entendermos o mundo. Lemos por prazer. Lemos por obrigação profissional ou estudantil. Lemos para nos reconhecermos ou para nos afastarmos de nós mesmos. Lemos para confirmar nossas expectativas de mundo ou para ampliá-las.

Escolher um autor faz parte também, de certo modo, dos objetivos traçados, do interesse que nos levou a sua leitura. Faz parte do processo de confirmar ou ampliar o nosso conhecimento. Faz parte também da verificação da impressão que temos sobre ele, da certificação do que pensávamos à priori sobre ele e sobre o que ele deveria escrever.

 

 

 

 

 

Estratégias de Processamento de Texto

 

 

            Há dois níveis de estratégias ativadas para o entendimento do texto. As cognitivas, as automáticas, que levam o leitor a perceber as marcas formais que ligam as instâncias do texto, as marcas contíguas da microestrutura, os dêiticos, os pronomes, as repetições, a coerência local, e as marcas descontínuas da macroestrutura, os parágrafos, o tema, a coerência global.

Quando as ligações de instância temática ou as articulações estruturais não estão explicitadas, seja por qual for o motivo, entra em cena as estratégias metacognitivas, isto é, faz-se necessário que o leitor desautomatize suas estratégias cognitivas e implemente o controle consciente sobre o processamento lingüístico. Faz-se necessário que o leitor controle e reja a leitura.

            A materialização das intenções do autor, do que ele pensou e quis escrever, se dá através de elementos lingüísticos e gráficos, e cabe ao leitor a recuperação dessas intenções através do formal, do escrito. Para este processo atuam os elementos lingüísticos, como a coesão e a estruturação do texto, e os extralingüísticos, como os conhecimentos prévios e o estabelecimento de objetivos.

Ângela Kleiman quando trata[6] da coesão e da estrutura do texto explica que o entendimento de ambos são processos de natureza inconsciente, automáticos, pelos quais o leitor interpreta as marcas formais do texto. A coesão é o conjunto de elementos que relacionam as diversas partes do texto, são ligações que trazem tanto um sentido local quanto um sentido global para o texto. A estrutura do texto diz respeito tanto à microestrutura quanto à macroestrutura, ao formato local e global do texto. A capacidade de estabelecer objetivos é uma capacidade veiculada à estratégia metacognitiva, é uma capacidade de controlar e regular o próprio conhecimento, portanto é uma estratégia avançada em termos da compreensão. Formular hipóteses também está veiculada à estratégia metacognitiva.

 

 

 

 

 

Interação na Leitura de Textos

 

           

            O texto tem valor interacional.

Ingedore Koch sintetiza[7] em três principais as formas de conceber a linguagem humana: Como representação, como espelho do mundo e do pensamento. Como ferramenta, instrumento, de comunicação. Como forma, lugar, de interação. E onde se encaixa o texto dentro destas concepções de linguagem ? Como representação ? Talvez em parte, se levarmos em conta que o autor se exprime para representar o seu pensamento e/ou o seu sentimento. Como comunicação ? Talvez comunicar seja tão inerente à escrita que não se possa separá-los, isto é, comunicar é de alguma forma uma parte do escrever. Como interação ? Não há como restar dúvida, e talvez esteja aí a importância maior de escrever, buscar um lugar de interação, um modo de coexistir, de interagir, de discutir, de aprender e ensinar. Ou até, se estivermos falando no âmbito da poesia, um modo de buscar estar no mundo com consciência poética.

            Angela Kleiman define[8] a atividade de leitura como uma interação a distância entre leitor e autor, via texto. Exemplifica as diferenciações entre os tipos de texto: o científico, o de propaganda, o poético, segundo se depreende das pistas textuais de autoria. As pistas textuais são as marcas formais deixadas pelo autor e que permitem a reconstrução do caminho que ele percorreu quando da escrita.

São pistas textuais: As marcas modalizadoras, por onde o autor marca seu grau de comprometimento com o que escreve. Como no título que já satiriza um outro poema, e dá a certeza que o tom será de comédia.

As marcas de posicionamento, por exemplo, a mistura de idiomas que caracteriza o nosso autor.

As marcas temáticas, já que o autor escolhe escrever sobre o que domina. Só Bananére poderia escrever sobre a cartola do respeitado professor Spenser Vampré, parodiando um poema emblemático da própria brasilidade e um autor tido como clássico, Gonçalves Dias, misturando duas línguas, criando um caldo de sabor forte e inconfundível.

            O texto, no conceber de Eco[9], está entremeado de espaços brancos, de interstícios a serem preenchidos, e o autor prevê estes brancos e lacunas para serem reconhecidos, e serem preenchidos pelo leitor. O texto quer deixar ao leitor a iniciativa interpretativa, embora costume só poder ser interpretado seguindo uma margem suficiente demarcada. Todo texto precisa que o leitor o ajude a funcionar

Podemos depreender desta concepção a importância do leitor na interpretação do texto, na relação de interação proposta pelo autor e materializada no texto. E esta importância, ou ao menos a relevância do leitor, que então perde a pecha de mero receptor, cresce com o crescimento da capacidade de leitura crítica. A capacidade de uma leitura crítica está intimamente veiculada à capacidade de percepção das marcas de autoria de um texto, à capacidade de análise destas marcas formais, à reconstrução da intenção argumentativa do autor, às estratégias metacognitivas de interpretação de texto. Uma leitura crítica se faz com a passagem pelos estágios que vão desde a aprendizagem da decodificação, da alfabetização, até o entendimento de que é possível trazer à tona e reger consciente os processos de entendimento da leitura.

 

 

 

 

 

As Parmeras de Migna Terra

 

 

            “‘Migna Terra’ não é apenas uma paródia cômica do poema de Gonçalves Dias, mas um canto paralelo, pois ao mesmo tempo em que ironiza seus aspectos ufanistas e patrioteiros, presentifica o tema, atualizando-o para uma nova situação. Através do conflito operativo de dois idiomas, o italiano e o português, e sua resultante na invenção de uma nova linguagem, traz à tona um momento histórico diverso daquele cantado pelo poema romântico”, analisa Cristiana Fonseca[10].

            Além deste aspecto histórico e social, e para além também do aspecto literário e estético, podemos trabalhar o imbróglio de idiomas de que se serve o autor. A oralidade subjacente à escrita de Juó é evidente. Pode-se ouvir um imigrante italiano que veio, ignorante e esperançoso, trabalhar braçalmente no Brasil, ou melhor, nas lavouras de café do interior paulista, território bem conhecido pelo engenheiro Alexandre Machado, e que por um motivo ou outro, acabou encravado em um bairro de imigração italiana na cidade de São Paulo. Temos a mistura explicita e gráfica dos idiomas em galligna, em dove, em tuttas, em moltos. Temos índices da suposta ignorância, atribuída aos imigrantes ítalo-paulistanos, em abobora celestia substituindo abobada celestial, em maise grandi no lugar de maior. Temos aspectos ligados a sonoridade em abobora, que não possui o acento para que haja uma maior aproximação com o idioma italiano, em e em tambê, quando o final é alterado para se aproximar foneticamente do linguajar italianado. 

Termos[11] como sogramigna, galligna dangolla, povolada, insgugliambaçó, indisgraziado, otraveiz, que abundam na obra do autor, e nomes próprios como Vapr’elli, Oxinton, Garonello, sentenças como Migna terra tê parmeras,/Che ganta inzima o sabiá onde se parodia Gonçalves Dias, ou Xiguê, xiguaste ! Vigna afatigada i triste/I triste e afatigada io vigna onde se parodia Olavo Bilac, têm em sua composição de sentido não só a sonoridade e a referência lingüística, não só signos, mas têm também, permeando, entrelaçando e enredando a significação, aspectos como o humor, a sátira e a paródia, a história da política paulista do início do século XX, a imigração italiana, a mistura de duas línguas.

Bananére opera a linguagem, misturando o léxico, confundindo a sintaxe, ludibriando a semântica, tirando a solenidade da poesia, no intuito de provocar uma espécie de quebra ideacional da própria linguagem, e com isto provocando o leitor e o obrigando a um aperfeiçoamento de suas reflexões e conceitos sobre a língua e o seu uso. E de certo modo, provocando reflexões sobre a linguagem intermediária, oral, que transportou e recriou na escrita.

            É claro que todo este trabalho de leitura e reflexão é vivenciado individualmente por cada leitor, cognitivamente e metacognitivamente, e não me pareceu ser possível tirar conclusões que não fossem as de um leitor, dentre todos os possíveis. Mas por outro lado, correndo o risco, não se pode negar a importância de um autor que criou um sistema de linguagem embasado em dois idiomas, e tão importante quanto, embasado numa mescla do oral com o literário. E em não se negando esta importância, pareceu-me vital trazer a tona aspectos, mesmo que sem férrea formulação teórica, desta poesia e desta linguagem esculhambada na aparência, porém firmemente pensada e fincada na composição.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Bibliografia

 

 

 

- "La Divina Increnca", Juó Bananére [Alexandre Ribeiro Marcondes Machado] - (São Paulo, SP: Editora 34, 2001 - reprodução integral da primeira edição de 1915)

 

- "Juó Bananére. O Abuso em Blague", Cristiana Fonseca - (São Paulo, SP: Editora 34, 2001)

 

- "Texto e Leitor: Aspectos Cognitivos da Leitura", Ângela Kleiman - (Campinas, SP: Pontes, 2000)

 

- "A Inter-Ação pela Linguagem", Ingedore Villaça Koch - (São Paulo, SP: Contexto, 2000 - Coleção Repensando a Língua Portuguesa)

 

- "O Leitor-Modelo" in "Lector in Fabula", Umberto Eco - (São Paulo, SP: Perspectiva)

 

- "Um Estudo das Relações de Coesão em Português" in "Revista Letras & Letras", Olinda Martins Moraes - (Uberlândia, MG: Departamento de Letras da Universidade Federal de Uberlândia, 1986)



[1] "Texto e Leitor" - Angela Kleiman (Pontes, 2000)

[2] "Migna Terra" in "La Divina Increnca" – Juó Bananére  (Ed. 34, São Paulo, 2001)

[3] "Juó Bananére. O Abuso em blague" – Cristina Fonseca  (Ed. 34, São Paulo, 2001)

[4]  "Juó Bananére. O Abuso em blague" – Cristina Fonseca  (Ed. 34, São Paulo, 2001)

[5] "Objetivos e Expectativas de Leitura" in "Texto e Leitor" - Angela Kleiman (Pontes, 2000)

[6] "Estratégias de Processamento de Texto" in "Texto e Leitor" - Angela Kleiman (Pontes, 2000)

[7] "Introdução" in "A Inter-Ação pela Linguagem" - Ingedore Villaça Koch (Contexto, 2000)

[8] "Interação na Leitura de Textos" in "Texto e Leitor"- Angela Kleiman (Pontes, 2000)

[9] "O Leitor-Modelo" in "Lector in Fabula" - Umberto Eco (Perspectiva)

[10] "Juó Bananére. O Abuso em blague" – Cristina Fonseca  (Ed. 34, São Paulo, 2001)

[11] “La Divina Increnca”, Juó Bananére