UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

Em Parceria Com o

 CONSULADO GERAL DA FRANÇA NO RIO DE JANEIRO

 

COLÓQUIO INTERNACIONAL JACQUES DERRIDA: PENSAR A DESCONSTRUÇÃO

Questões de Política, Ética e Estética

 

16, 17 E 18 de Agosto de 2004

 

Local: Teatro da Maison de France no Rio de Janeiro

 

 

 

CONFERÊNCIA DE ABERTURA: JACQUES DERRIDA

 

TÍTULO: “Le Pardon, La Vérité, La Réconciliation: Quel Genre?”

 

 

 

Participantes:

Alcides Cardoso dos Santos (UNESP), Anamaria Skinner (UFRJ), Bernard Stiegler (Ircam), Denis Rosenfield (UFRGS), Evando Nascimento (UFJF), Fernanda Bernardo (Universidade de Coimbra), Kanavillil Rajagopalan (UNICAMP), Kathrin Rosenfield (UFRGS), Lena Bergstein (Artista Plástica), Leyla Perrone-Moisés (USP), Luiz Fernando Medeiros de Carvalho (UFF/UES), Marcos Siscar (UNESP), Maria Clara Castellões de Oliveira (UFJF), Paula Glenadel (UFF), Paulo Cesar Duque-Estrada (PUC/RJ), Paulo Ottoni (UNICAMP), Silviano Santiago (UFF), Wander Melo Miranda (UFMG).

 

 

 

Além do próprio Jacques Derrida realizando a conferência de abertura, o Colóquio pretende reunir especialistas brasileiros e internacionais da obra de Jacques Derrida, no momento em que a chamada Desconstrução se torna cada vez mais uma referência em diversos campos, como a filosofia, a teoria literária, a lingüística pragmática, a teoria da tradução, as artes plásticas, os estudos culturais (feminismo, pós-colonial, gêneros), a teoria do pós-moderno e a reflexão sobre as novas tecnologias. Para tanto, além do patronato da Universidade Federal de Juiz de Fora e do apoio do Consulado da França no Rio de Janeiro, estão sendo solicitados recursos ao CNPq, à CAPES e à FAPEMIG. Sublinhe-se que o evento se inscreve, por antecipação, no quadro das comemorações do ano Brasil/França, em 2005, pois um dos objetivos fundamentais é Pensar a Desconstrução – No Brasil, ou seja, o que têm sido as leituras de Derrida em território brasileiro e a importância de seu pensamento no âmbito das ciências humanas em geral e da filosofia e da teoria e da crítica literárias em particular: transgressões, deslocamentos, contaminações, enxertos, em suma, traduções. Interessa refletir, sob o ângulo desconstrutor, as questões de Política, Ética e Estética que sustentam hoje o debate planetário como um todo

 

 

1- ALCIDES CARDOSO DOS SANTOS (Unesp- Araraquara)

 

Título do Trabalho:  “Imagens do Impossível: Derrida e a Teoria da Figuração”

 

Ementa: A obra de Derrida estabelece um rico diálogo com a fenomenologia de Merleau-Ponty e Heidegger acerca da figuração, apontando para a aporia da impossível e necessária  figuração do pensamento e do ser. Mostraremos como sua prática textual desloca os limites da reflexão e da representação, perfazendo o jogo do visível e do invisível nas filigranas de seu discurso.

 

 

 

2- ANAMARIA SKINNER (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

 

Título do Trabalho: “Dom, justiça, hospitalidade”.

 

Ementa: Considerações sobre a articulação de dom, justiça, hospitalidade à luz da expressão francesa “delito de hospitalidade”, presente nas leis de controle de imigração. A aclimatação no idioma de expressões designativas de uma falta: os sem-teto,  os sem-documentos, os sem-terra. Questinamento sobre o futuro de uma língua e uma cultura que autorizam o uso de expressões como essas.

 

 

 

3- BERNARD STIEGLER (IRCAM)

 

Título do Trabalho: “La Fiction e la Littérarité Irréductible de la Psyché”

 

Ementa: La question de la fiction, de la fictivité, de la littérarité irréductible de la psychè. Le concept général de la "supplémentarité  élémentaire"  chez  Derrida et de ses conséquences du point de vue de la question technoscientifique”.

 

 

4- DENIS ROSENFIELD (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

 

 

 

5- EVANDO NASCIMENTO (Universidade Federal de Juiz de Fora)

 

Título do Trabalho: “Literatura e Democracia: Gêneses, Genealogias, Gerações”

 

Ementa: Interessa acompanhar as reflexões mais recentes de Derrida sobre a literatura e suas relações com a filosofia. Não a literatura em si mesma, como fetiche cultural, mas a literatura (ficção, poesia, ensaio, teatro) como categoria de pensamento, uma espécie de indecidível derridiano: nem conceito, nem simples metáfora. Cabe assim avaliar as origens comuns entre literatura e democracia, associando o político, o ético e o estético. A literatura como “um segredo ostentado” (un secret affiché), que permite pensar um certo impossível. Propõe-se ainda avaliar certas categorias que definem o espaço da cidadania na cultura ocidental, tais como as de gênese, genealogia e geração.

 

 

 

6- FERNANDA BERNARDO (Universidade de Coimbra)

 

Título do Trabalho: “No teu lugar, eu

Ementa: A partir da escuta deste título, estará em questão tentar seguir Derrida na sua meditação da hospitalidade e do seu alcance ético, político e jurídico.

 

 

 

7- KANAVILLIL RAJAGOPALAN (Universidade Estadual de Campinas)

 

Título do Trabalho:  “Jacques Derrida e a corda-bamba como o caminho da ética”

 

Ementa: Tomando como ponto de partida o conceito (ou melhor, o contra-conceito) de “indecidibilidade radical”, pretendo pleitear que a reflexão derrideana exige de nós uma redefinição do papel da ética. Desprovida da sustentação epistemológica de outrora, a ética se vê cada vez mais na necessidade de se aproximar da estética como guia e fonte de inspiração.

 

 

 

8- KATHRIN ROSENFIELD (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

 

Título do Trabalho: “Desconstrução da cultura da cordialidade”

 

Ementa: A cultura ocidental repousa sobre a instauração de representações da redenção que afirmam o princípio de esperança contra os mecanismos sombrios de uma necessidade mítica (destino). A sociabilidade do século XX sofreu, entretanto, uma série de choques (holocausto, genocídios) que operaram com a perversão do sistema simbólico (a linguagem) cuja lógica tem íntimas semelhanças com as estruturas imaginárias do miasma e do destino inextricável. Autores como Thomas Bernhard ou Beckett apanharam esta lógica nas tramas dos seus romances e peças. A partir deste paradigma propomos uma releitura do tema da cordialidade e da malandragem no imaginário literário e cinematográfico brasileiro.

 

 

 

9- LENA BERGSTEIN (Artista Plástica)

 

Tema do Trabalho: As relações entre o tecido, o  véu e a costura em textos de Derrida, especialmente Voiles. Articulações com o próprio trabalho da artista.

 

 

 

10- LEYLA PERRONE-MOISÉS (Universidade de São Paulo)

 

Título do Trabalho: “Algumas Aporias da Desconstrução”

 

 

 

11- NOME: LUIZ FERNANDO MEDEIROS DE CARVALHO (Universidade Federal Fluminense / Universidade Estácio de Sá)

 

Título do Trabalho: “Sobre a hospitalidade na interlocução Derrida-Lévinas”

 

Ementa: O propósito desta comunicação é apresentar o conceito de hospitalidade como resultante de um leitura radical do pensamento levinasiano. A interação com a obra de Lévinas abre-se  para acolher o pensamento do outro. De alguma forma é outra modalidade de escuta. Derrida inicialmente  detecta em Lévinas  uma hesitação de caráter fonocêntrico e provoca neste autor uma resposta como  dispositivo que vai alimentar a interlocução futura entre os dois. O radical passo de Derrida no sentido da hospitalidade vem do gesto de abrir-se `a alteridade jamais atingida na primeira  leitura de Lévinas. A comunicação apresentará também as apropriações do conceito por pensadores do campo político.

 

 

 

12- MARCOS ANTONIO SISCAR (Universidade Estadual Paulista – S. J. do Rio Preto)


Título do Trabalho: “Políticas do coração”.


Ementa: Retomada da problemática do "coração", a partir de seu modo de
manifestação na cultura ocidental e, mais particularmente, na releitura que dela
fazem os textos de Jacques Derrida. Análise do lugar ambígüo ocupado pela
paixão na teoria da literatura do século XX e suas conseqüências no campo
político.

 

 

13-  MARIA CLARA CASTELLÕES DE OLIVEIRA (Universidade Federal de Juiz de Fora)

Título do Trabalho: “De rabinos e cabalistas a Jacques Derrida, um hermeneuta herético: questões de literatura a tradução”

 

Ementa: Discussão das maneiras pelas quais os deslocamentos do povo judaico na história condicionaram o seu apego ao Livro e dos processos exegéticos realizados em torno dele por rabinos antigos (midrashistas) e cabalistas. Abordagem de evidências que apontam para o fato de que as técnicas interpretativas realizadas pelos judeus em seus diversos exílios extrapolaram, após a Emancipação, os limites dos guetos, tendo sido incorporadas por aqueles a quem Susan Handelman chamou de hermeneutas heréticos, entre os quais se incluem Sigmund Freud, Walter Benjamnin e Jacques Derrida, sobre o qual me deterei por mais tempo, iluminando o seu pensamento sobre literatura e, especialmente, sobre tradução.

 

 

 

14- PAULA GLENADEL (Universidade Federal Fluminense)

 

Título do Trabalho: “Desertos, senhas e miragens – A Tradução e o pensamento derridiano”

 

Ementa: O trabalho estuda os valores que a tradução apresenta para o pensamento derridiano: travessia dos desertos entre as línguas (questões para uma filosofia da linguagem), senha poética (o estilo de Derrida), miragem de uma outra língua (a irrupção da memória).

 

 

 

15- PAULO CESAR DUQUE-ESTRADA (Pontifícia Universidade Católica/RJ)


Título do Trabalho: “Derrida e a crítica heideggeriana do humanismo”

 

Ementa: O trabalho pretende abordar o "para além" do humanismo em que se dá o pensamento derridiano, a partir de um posicionamento que é, ao mesmo tempo, de dívida e de resistência em relação a Heidegger.



 

16- PAULO OTTONI  (Universidade Estadual de Campinas)

 

Título do Trabalho: “Derrida - entre a língua e o idioma – o primeiro pensador da tradução”

 

Ementa: “[Hegel] último filósofo do livro e primeiro pensador da escritura”. A partir desta afirmação de Jacques Derrida, que se encontra no início da Gramatologia, vou discutir as relações entre tradução e desconstrução levando em conta que para ele: “Uma língua não é um idioma, nem idioma um dialeto. Uma língua não existe. Presentemente. Nem a língua. Nem o idioma nem o dialeto” (cf. O monolinguismo do outro). Ora, se partimos da hipótese de que não é possível distinguir desconstrução de tradução, podemos afirmar que o tradutor está no lugar do incomensurável da sua própria língua e de seu idioma, tendo de suportar o incomensurável da língua e do idioma do outro. Se o idioma “não se confunde simplesmente com a língua”, como pensar o in-traduzível e a tradução na escritura de Derrida e da sua tradução? Essa escritura para ser traduzida, para fazer com que o in-traduzível se traduza é preciso uma operação de tradução/desconstrução que se opera entre a língua e o idioma. Assim, como afirma Derrida que Hegel é o primeiro pensador da escritura, não poderíamos afirmar que Derrida é o primeiro pensador da tradução?

 

 

 

17- SILVIANO SANTIAGO (Universidade Federal Fluminense)

 

Título do Trabalho: “O Segredo”

 

 

 

18- WANDER MELO MIRANDA (Universidade Federal de Minas Gerais)

 

Apresentador e Debatedor de Silviano Santiago