Membros e projetos de pesquisa

  • Marcelo El Khouri Buzato

Marcelo El Khouri Buzato é Doutor em Linguística Aplicada pela UNICAMP, com estágio pós-doutoral realizado no Laboratório de Cognição Humana Comparada da Universidade da Califórnia (2015). Docente e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da UNICAMP, atua na área de Linguagem e Sociedade, na linha de Linguagens e Tecnologias. É membro do grupo de trabalho em linguagens e tecnologias da Associação Nacional de Pós-graduação em Letras e Linguística (Anpoll). Lidera o grupo de pesquisa LiTPos (Linguagem, Tecnologias e Pós-sociedade/humanidade) (Unicamp/CNPq).

Projeto de pesquisa:
Novos letramentos na era do big data

Muito se tem falado, ultimamente, da era do Big Data como uma mudança de paradigma nas ciências sociais e na ciência em geral, sem mencionar na economia (comércio, marketing) e mesmo nas humanidades (digitais). Das alegações de que a ciência dos dados dispensará a necessidade de qualquer tipo de teoria (causal), revelando tudo o que queremos saber a partir de correlações entre grandes volumes de “dados brutos”, às repercussões críticas contra essa forma de determinismo tecnológico e dos debates sobre as implicações éticas dos métodos de trabalho da ciência de dados até as repercussões políticas da desigualdade de acesso aos dados em si,o Big Data tornou-se uma questão controversa e urgente no contexto da relação entre linguagem, tecnologia e sociedade. Esta pesquisa se ramifica em uma investigação filosófica e uma investigação empírica do Big Data como uma prática social. Do ponto de vista filosófico, o atual processo de dadificação do mundo, incluisive do ser humano, é considerado à luz das concepções pós-humanistas de sujeito (humano e / ou não humano) social, de linguagem e de sociedade, e da condição pós-humana tal qual representada em campos acadêmicos que não o das ciências humanas e sociais. Do ponto de vista empírico, trata-se de rastrear o Big Data como uma rede sociotécnica na qual certas práticas sociais estão associadas a formas contextualmente marcadas de ler/interpretar e codificar/representar o mundo, ou seja, certos letramentos de dados. A combinação dos caminhos filosófico e empírico permite, mais de imediato, uma discussão sobre as repercussões epistemológicas, políticas e éticas das desigualdades de poder e conhecimento implicadas na distribuição desigual da alfabetização em dados na sociedade. A mais longo prazo, pode apoiar uma visão crítica sobre o papel da dadificação de tudo na gênese e administração da condição pós-humana, e sobre as implicações do pós-humano para as próprias ciências humanas e/ou humanidades (digitais). Entre os métodos empregados estão a pesquisa bibliográfica, a análise semiótica formas de representação e análise de Big Data, entrevistas, grupos focais e observação participante em práticas de letramento de dados.


  • Gil Vicente Nagai Lourenção

Gil Vicente Nagai Lourenção Doutor em Antropologia Social – UFSCar/Tsukuba University-2016 Possuo graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (2005), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal de São Carlos (2009), Doutoramento pela mesma universidade [2016], três anos de pesquisa na Universidade de Tsukuba – Japão e desenvolvendo pesquisa de Pós Doutorado em um projeto conjunto pelo Instituto de Geociências, Departamento de Politica Científica e Tecnológica, Unicamp e pelo Departamento de História e Antropologia, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade de Tsukuba. Tenho experiência na área de Antropologia Social, atuando principalmente nos seguintes temas e áreas de interesse: Politica científica e tecnológica, Estudos Sociais da Ciência, Tecnologia e Energia, Filosofia Japonesa, Antropologia do e no Japão, Artes Marciais Japonesas, Construção e fragmentação do Corpo, Personitude, Subjetividades, Cibernética, Ciborgues, interfaces humanomáquina. Escrevi dois livros acadêmicos e uma série de artigos sobre caminhos marciais japoneses, i[e]migração japonesa e nipo brasileira, transnacionalismo, migrações internacionais, Espírito Japonês e Noção de Ki-Energia. Filiado às seguintes associações: Society for Social Studies of Science; GEICT- Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia, ABEJ – Associação Brasileira de Estudos Japoneses; Fundação Japão – Estudos Japoneses; Laboratório de Estudos migratórios- LEM-UFSCar; ABA – Associação Brasileira de Antropologia; ABMON – Associação de Bolsistas do Governo Japonês 「文部科学省」; Academia Japonesa de Budō – 「日本武道学会

Projeto de pesquisa
Fantasmas nas conchas: uma investigação antropológica da DIYbio e do Ciborgue Fapesp: 2017-2019

Este projeto busca investigar as práticas conhecidas como DIY, especialmente aquelas conhecidas como DIYbio, ou do it yourself Biology. O tema é a teoria e prática da ciência Ciborgue em relação ao objeto DIYbio, a partir de onde venho desenvolvendo uma investigação acerca do problema que está colocado nesta prática científica que parece questionar o lugar relativamente considerado como necessário para se realizar ‘ciência’ e sua aplicação cibernética no corpo humano. A sigla DIYBio refere-se a laboratórios, quase laboratórios e instalações muitas vezes sem recursos financeiros estatais e sem ligações eficazes de financiamento universitário ou governamental, montados por investigadores aparente e relativamente independentes das redes correntes de financiamento e das estruturas burocráticas estatais. Esse movimento começou em meados de 2000 em muitos lugares como nos EUA, Europa, Japão, Brasil e o núcleo principal é o de que, aparentemente sem burocracias e controles, tais pesquisadores buscam criar maneiras de usar e compartilhar tecnologias dentro dos conceitos e práticas já utilizadas por hackers e bio-hackers; por exemplo, informações de acesso irrestrito, contramedidas cibernéticas, próteses e implantes robóticos, uso de substâncias sintéticas, análises de DNA, entre outras ações. Esta investigação está sendo feita através de um trabalho de campo antropológico em oficinas, laboratórios e quase laboratórios, instalações universitárias, eventos, revisão de literatura e por meio do monitoramento de processos DIY, DIYbio no Brasil e no Japão.
Palavras-Chave – Antropologia, Cibercultura, Ciência, Corpo, Cultura Japonesa, DIYbio, Japão


  • Paulo Noboru de Paula Kawanishi

Paulo Kawanishi é formado em Letras bacheral/licenciatura pela PUC Campinas (2013) e mestre em Linguística Aplicada pela UNICAMP (2016), cujo projeto focou na análise discursiva, a partir da perspectiva foucaultiana, das Jornadas de Junho de 2013 e na função de autor do Anonymous. Atualmente, é doutorando em Linguística Aplicada pela UNICAMP, orientado pelo Prof. Dr. Marcelo Buzato. Participa do grupo “Linguagens, tecnologias e pós-humanismo/humanidades” (LiTPos) e atua como professor de redação. Seus interesses incluem: pós-humanismo, ciborguismo, cyberpunk, videogames, cultura hacker e discurso.

Projeto de pesquisa
A rede identitária de um ciborgue: uma etnografia de práticas discursivas e não-discursivas de biohackers

O pós-humano encontra sua riqueza no fato de não ter uma forma especifica, pois os caminhos a nossa frente são desconhecidos. O pós-humano é, antes de tudo, uma condição em que múltiplas e diferentes expressões encontram espaço. Com o objetivo de refletir sobre uma dessas expressões, o projeto de pesquisa atual de doutorado visa discutir o processo de subjetivação de sujeitos inseridos em grupos de biohacking. Enquanto grupo, os biohackers são constituídos por certos saberes e certos discursos, como o da ciência e da ficção científica. Suas práticas variam de discussões teóricas até experimentos práticos que, de um modo ou outro, tocam no aprimoramento do ser humano como espécie. Partindo dos estudos sobre o pós-humano, como de Braidotti (2013) e Hayles (1999), supomos que a identidade biohacker caracteriza um exemplo de um processo de subjetivação pós-humano, uma expressão da condição pós-humana (BRAIDOTTI, 2013). Assim, acompanharemos os sujeitos biohackers e suas práticas para, com base nos estudos discursivos de Foucault e nos estudos sobre as redes de atores de Latour, poder oferecer um relato da constituição de uma identidade ciborgue.

Contato
Twitter: @alucarti
E-mail: pkawanishi@hotmail.com.br


  • Mario Marcio Godoy Ribas

Mestre em Letras – UFMS Professor da UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul no curso de Letras do câmpus de Aquidauana. Trabalha com disciplinas da área de Linguística Aplicada (Língua Inglesa, Prática de Ensino e Tecnologias Aplicadas ao Ensino). Participa dos grupos de pesquisa “Linguagens, Tecnologias e Pós-humanismo/humanidades (LiTPos)” e “Educação crítica, criativa e ética por Linguagens, Transculturalidades e Tecnologias”. É coordenador do PIBID de Linguagens (Núcleo dos campi de Aquidauana e Corumbá). Seu interesse de pesquisa inclui o Pós-humanismo e como esse influencia na educação. Foi professor substituto da UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e da UNIGRAN. Possui mestrado em Letras pela UEMS (2014) e graduação em Letras – Licenciatura em Língua Portuguesa e Inglês pela UFMS – (2004).

Projeto de pesquisa
As práticas translíngues e o pós-humanismo: implicações na educação linguística

A translinguagem é um a abordagem para o uso da língua, bilinguismo e educação bilíngue que considera as práticas dos bilínguas não como dois sistemas autônomos, mas sim como um repertório linguístico único (GARCIA; WEI, 2014). Canagarajah (2013a) propôs a expressão ‘práticas translíngues’ para essa abordagem, pois considera que a comunicação utiliza recursos semióticos que são recontextualizados em todos os propósitos e para todos os participantes. Essa orientação, mais dinâmica que as anteriores, trata a prática como primária e emergente, porque a forma é tão diversa, fluida e altera-se constantemente não podendo garantir significado por ela mesma. O espaço e tempo no qual emerge a comunicação é fundamental para criar o seu significado. Já a visão pós-humanista procura repensar a relação entre todos os envolvidos na construção da humanidade, logo a ideia de humanidade deve ser repensada. Busch (2015 apud PENNYCOOK, 2016) propõe que o foco dos estudos da linguagem incluam também as dimensões emocionais e corporais, pois essas podem demonstrar as mais diversas camadas do repertório linguístico. O autor ainda indica que a noção de repertório deve deixar de ser atribuída a indivíduos: o repertório será distribuído e espacial, será criado a partir do próprio ambiente. Este trabalho objetiva investigar, interpretar, compreender e problematizar como as práticas translíngues considerando uma perspectiva pós-humanistas influenciam as atividades relacionadas à educação no contexto sul-matogrossense. A pesquisa utiliza a pesquisa qualitativa crítica (DENZIN, 2017).
Palavras-Chave – Práticas translíngues, Linguística Aplicada Pós-Humanista, Novos Letramentos