HIL: O
Controle Político da Representação: Uma
História das Idéias
Sintese
do projeto
Linhas de Pesquisa
Equipe
Síntese
do Projeto
O objeto deste projeto é o controle político das
representações. O ponto de vista do controle das
representações instaura uma problemática geral e
original na história das idéias científicas, apta
a renovar numerosas questões, notadamente porque ele exige a
colaboração de especialistas de diferentes disciplinas.
O objetivo é trazer para os estudos da história das
teorias e métodos científicos a questão da
representação, de forma a considerar de que modo este
aspecto afeta, por exemplo, os estudos da linguagem e, mais
especificamente, os estudos da linguagem no
Brasil. Tendo em vista aspectos fundamentais da metodologia global
utilizada, o projeto terá também o objetivo de estudar a
história das instituições ligadas às
práticas de produção intelectual, particularmente
aquelas que se dedicam aos estudos da linguagem e das ciências
humanas.
Este projeto mobiliza especialistas de disciplinas diferentes em torno
das seguintes questões:
- O controle
da língua e de sua imagem;
- O controle
dos processos de construção das
representações científicas e jurídicas;
- O papel
das instituições, das políticas
científicas, tecnológicas e dos processos de
divulgação na construção das
representações científicas na sua
relação com as práticas e
representações jurídicas.
- A construção
das representações identitárias: identidades
regionais, nacionais e supra-nacionais; a identidade de gênero;
as identidades sociais.
Linhas de pesquisa
- História
de teorias e métodos lingüísticos (norma e
conhecimento lingüístico)
- História
das instituições
- Relações
das disciplinas lingüísticas com a filosofia e as
ciências humanas e sociais.
História de Teorias e Métodos nos
Estudos Lingüísticos
Os trabalhos desta linha ocupam-se do estudo
da lingüística e da realidade multilingüe brasileira.
Procura-se acompanhar como as diferentes disciplinas da
lingüística
se desenvolveram no Brasil na medida em que se dedicaram ao estudo do
Português e das demais línguas praticadas no Brasil (tanto
as línguas indígenas brasileiras, como as línguas
africanas e de imigração).
É parte decisiva no estudo das teorias e
métodos a questão da normatividade sobre as
línguas e o modo como esta posição se desdobrou no
Brasil em pelo menos três movimentos: a) o primeiro ligado
à gramatização brasileira do Português no
final do século XIX; b) o segundo que se desdobra a partir da
entrada da lingüística contemporânea no Brasil a
partir dos anos 1940/1950, com o impacto logo em seguida da NGB; e c)
um terceiro movimento a partir dos anos 1970, momento a partir do qual
de dá a ampliação crescente da presença da
lingüística nos domínios do estudo das
línguas.
Relacionados aos estudos da normatividade
estarão os estudos sobre as políticas de línguas
no Brasil, tanto as que se formulam a partir do Estado, quanto as que
se formulam, mesmo que não expressamente, nas próprias
teorias e descrições lingüísticas, assim como
nas diversas instituições da sociedade civil
(mídia, imprensa, ONGs, Igreja, etc.). Tratar da
relação destas questões envolve diretamente
aspectos histórico-sociais e políticos, o que está
ligado, entre outras coisas, à questão da língua
do Estado.
Percorrer a história da
constituição das questões lingüísticas
postas por estes objetos específicos leva a observar de modo
muito particular questões decisivas no modo de funcionamento da
representação lingüística. Isto permite, de
início, observar os aspectos históricos envolvidos no
problema da representação. Mais especificamente, como os
estudos de linguagem, diante de uma realidade multilingüe, trata o
problema da representação? Não se pode deixar de
observar como a lingüística, ao mobilizar direta ou
indiretamente o conceito de civilização, projeta sobre o
universo das
línguas uma divisão que caracteriza línguas como
incapazes de representar o pensamento mais desenvolvido, o pensamento
abstrato.
Por outro lado, pode-se ver como as diferentes
disciplinas da lingüística se formulam em torno da
questão da representação. Tudo isso abre
importantes aspectos sobre o modo de constituição da
relação entre história, sentido, pensamento,
razão, norma, por exemplo. Um aspecto particularmente importante
aqui é como se articularia, na história das abordagens
normativas, a questão da representação? Como a
questão da representação se articula ou não
com a normatividade na história da gramática? Como esta
questão aparece na história dos estudos lexicais e
lexicográficos? Como
ela aparece nos estudos das línguas brasileiras de modo geral?
Como
ela aparece nos estudos do Português na sua
articulação com aspectos históricos,
antropológicos, sociais e psíquicos?
História
das Instituições
Nesta linha é tratada a formação das
instituições ligadas à produção de
conhecimento no Brasil. Isto pode levar, inclusive, à
questão do modo de produção de conhecimento em
geral e de seu modo de circulação na sociedade.
As atividades desta linha de trabalho dão atenção
ao estudo dos grandes colégios em diversas regiões
brasileiras, assim como da implantação e desenvolvimento
da universidade brasileira. Tem atenção particular a
história dos cursos de letras e sua relação com a
filosofia e as ciências humanas e sociais, disciplinas com as
quais os cursos de Letras, lugar dos estudos de língua no
Brasil, sempre estiveram ligados.
A história destas instituições é decisiva
aqui porque por ela será possível observar a
relação dos domínios de conhecimento com as
condições que os tornam possíveis em certa medida.
Um exemplo que estudos anteriores nos trazem: não é
possível dissociar os estudos de língua no Brasil no
final do século XIX da existência do Colégio Pedro
II, assim como de outros colégios tidos como modelares na
época. E esta relação é parte do que
definiu, junto com o projeto de constituição de uma
nação, os estudos daquele momento como decisivamente
normativos.
Um outro aspecto importante do estudo das instituições
é que ele levará ao conhecimento de acontecimentos
específicos que de algum modo catalisam certos movimentos da
prática científica. Ou seja, este tipo de estudo permite
encontrar elementos da contingência que afeta a
produção de conhecimento. Ao mesmo tempo é
possível observar como estes acontecimentos não
são da ordem dos indivíduos, mas de uma
relação posta socialmente pelas
instituições.
As
Disciplinas Lingüísticas, a Filosofia e as Ciências
Humanas e Sociais
A história das instituições
coloca, por sua natureza, a convivência do domínio
específico dos estudos de linguagem com as demais disciplinas
com as quais ele convive mais freqüentemente. A
consideração dessa relação ganha contornos
mais fortes se consideramos como o desenvolvimento dos estudos de
linguagem foi, desde o início, ligado à filosofia. Ao
lado disso a questão da linguagem permanece desde sempre como
uma questão para a filosofia. Por outro lado os estudos
lingüísticos vêm se desenvolvendo sempre segundo
modos diferentes de relacionar-se com as demais ciências,
notadamente as ciências humanas e sociais. Atualmente pode-se ver
como esta relação levou à
constituição de diversas interdisciplinas
(psicolingüística e sociolingüística, por
exemplo) ou de disciplinas que se constituíram
na confluência de diversas disciplinas do domínio das
ciências
humanas, como a análise de discurso, por exemplo. Além
disso,
há outras relações dos estudos de linguagem com
outros
domínios do conhecimento, como os estudos da inteligência
artificial
Equipe
Coordenador
Eduardo Guimarães (UNICAMP)
Coordenação na França
Jean-Claude Zancarini (ENS-LSH)
Pesquisadores Principais
Ana Cláudia Fernandes Ferreira (UNICAMP)
Carolina Rodríguez (UNICAMP)
Claudia Pfeiffer (UNICAMP)
Eduardo Guimarães (UNICAMP)
Eni P. Orlandi (UNICAMP)
Rosângela Morello (UNICAMP)
Suzy Lagazzi-Rodrigues (UNICAMP)
Amanda Eloína Scherer (UFSM)
Bethânia Mariani (UFF)
Beth Brait (PUC-SP – USP)
José H. Nunes (UNESP)
Leonor L. Fávero (USP)
Luiz Francisco Dias (UFMG)
Margarida Maria Taddoni Petter (USP)
Mariza Vieira da Silva (PUC - Brasília)
Marli Quadros Leite (USP)
Sabina Kundman (USP)
Solange Leda Gallo (UNISUL)
Zilda
Zaparolli (USP)
Pesquisadores Associados e Alunos de Programas de
Pós-Graduação
Adilson Ventura da Silva (UNICAMP)
Ana Di Renzo (UNEMAT)
Ana Zandwais (UFRGS)
Carmen Agustini (UFU)
Carmen Zink (UNICAMP)
Cristiane Dias (UNICAMP)
Edileuza G. Moralis (UNEMAT)
Élcio A. Fragoso (CEUNSP)
Eliana de
Almeida (UNEMAT)
Freda Indursky (UFRGS)
Gabriele Schumm (UNICAMP)
José Leonildo Lima (UNEMAT)
Kati Eliana Cateano (UFMS/FISET)
Lauro Baldini (UNIVÁS)
Leila S. J. Bisinoto (UNEMAT)
Lílian P. M. Montenegro (USP)
Luiz C. Borges (PUC - Brasília/CNPq)
Luziano Pereira Mendes de Lima (UNICAMP)
Maria Adélia Brandão (USP)
Maria A. Honório (UEM)
Maria Cristina L. Ferreira (UFRGS)
Maria Inês P. Almeida (UNICAMP)
Mariângela Joanilho (UEL)
Maria Onice Payer (UNIVÁS)
Mário Ferreira (USP)
Olímpia Maluf de Souza (UNEMAT)
Sheila Elias (UNICENTRO)
Simone de Mello de Oliveira (UNICAMP)
Soeli Maria Schreiber da Silva (UFSCar)
Taisir Karin (UNEMAT)
Tânia Alkmin (UNICAMP)
Tânia P. Oliveira (UNEMAT)
Telma Rodrigues da Silva (UNIVÁS)
Vera R. M. Silva (UNEMAT)
Wellington Pedrosa Quintino (UNEMAT)
Wilton James Bernardo
dos Santos (UFS)