HIL: Construção de um Saber Metalingüístico
e a Construção da Língua Nacional
Sintese do
projeto
Equipe
Sintese do projeto
O objetivo do projeto foi estabelecer um programa
que permita desenvolver (e de certo modo, mesmo, implantar) uma reflexão
que resultasse em uma nova forma de conhecimento sobre a história
das idéias lingüísticas visando:
1. A construção do português-brasileiro
como língua nacional, avaliando os três modelos possíveis:
a) o absolutista
b) o da língua literária
c) o comunitário.
2. A história da constituição
de um saber metalingüístico em um meio oral, escrito e multilingue,
sob a influência da tradição ocidental. Faz também
parte desse objetivo a elaboração de uma tecnologia de pesquisa
que considera os instrumentos lingüísticos – dicionário,
gramática, etc – como extensões da relação do
falante com a língua. O conhecimento a ser produzido concerne os
campos da Analise do Discurso, da Literatura, da História das Ciências
e da Epistemologia dos Estudos da Linguagem.
A história da constituição
de nossa língua nacional não teve ainda no Brasil, de forma
sistemática, estudos que integrem, como é o caso do presente
projeto, tanto conhecimentos sobre características da língua
(dada sua relação com as outras suas concorrentes, no caso
do português de Portugal, as línguas indígenas e as dos
grandes movimentos imigratórios) como estudos históricos:
análise de relatos de viagem em que estão inscritos “dados”
das línguas, documentos oficiais, acordos, criação de
academias, história da produção das gramáticas,
de vocabulários, de dicionários e outros artefatos que configuram,
para o falante, a relação com a “sua” língua, assim
como textos diversos concernentes à constituição histórica
do ensino da língua nacional no Brasil. São cruciais questões
a respeito da diferença entre o português do Brasil e o português
europeu pensada em termos de diferentes gramáticas, a relação
entre a escrita e a oralidade em nossa história, assim como o reconhecimento
do que Guilhaumou chamou a história dos “acontecimentos lingüísticos”:
que acontecimentos lingüísticos definiram nossa relação
com a língua e ao mesmo tempo definiram nossa história? Desse
modo, faz parte de nossa pesquisa estudar como a disputa por uma gramática
e por uma literatura se articula ao projeto de organização
da “nação” brasileira. Com efeito, quando pensamos a língua
nacional não pensamos a história das gramáticas em si
mas, pela análise de discurso (os dicionários, as gramáticas,
os catecismos bilíngües são discursos), pensamos a construção
de um imaginário lingüístico que faz parte da definição
do brasileiro (com uma língua, um rosto, uma presença jurídica
institucional específica). Ao mesmo tempo aliamos ao estudo dos processos
de constituição da língua nacional aquele que incide
sobre a produção de um conhecimento sobre a língua,
a formação do saber metalingüístico, como parte
constitutiva dessa história, o que nos permite uma perspectiva crítica:o
conhecimento da língua e o conhecimento sobre a língua são
nossos objetos de reflexão. Deste modo pensamos produzir subsídios
para que os que trabalham com a descrição do português,
que terão a sua disposição o conhecimento sobre a formação
do português do Brasil como língua nacional. Incluindo a questão
da produção de conhecimento lingüístico e da constituição
da língua nacional no contexto mais amplo latino-americano, também
faz parte dessa reflexão a constituição do imaginário
rioplatense na Argentina, do guarani no Paraguai, do paradigma literário
no espanhol (o estatuto das Antologias).
Equipe
Coordenadora
Profª Drª Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi
Membros
Bethânia Mariani (UFF)
Carlos Luis (Univ. Buenos Aires)
Carlos Alberto Fonseca (USP)
Carolina Rodríguez (UNICAMP)
Charlotte Galves (UNICAMP)
Cláudia Pfeiffer (UNICAMP)
Diana Luz Pessoa de Barros (USP)
Eduardo Guimarães (UNICAMP)
Elizabeth Brait (USP)
Emilio Pagotto (UFSC)
Fernando Tarallo (UNICAMP – in memoriam)
Freda Indursky (UFRGS)
José Horta Nunes (UNESP)
José Luiz Fiorin (USP)
Leonor Lopes Fávero (USP)
Lílian Montenegro (USP)
Francisco Dias (UFMG)
Luiz Carlos Borges (MAST)
Maria Adélia Ferreira Mauro (USP)
Maria Cristina Leandro Ferreira (UFRGS)
Maria Onice Payer (UNIVÁS)
Maria Teresa Celada (USP)
Maria Valéria Vargas (USP)
Mario Ferreira (USP)
Marisa Lajolo (UNICAMP)
Marisa Vieira (MEC – INEP)
Margarida Petter (USP)
Mônica Zoppi-Fontana (UNICAMP)
Pedro de Souza (UFSC)
Salete de Almeida Cara (USP)
Silvana Serrani (UNICAMP)
Tânia de Souza (UFF)
Solange Galo (UFAM)
Suzi Lagazzi (UNICAMP)
Ute Baernaert
Waldemar Ferreira Neto (USP)
Zilda Zapparoli Castro Malo (USP)