SINOPSE DOS ESTUDOS DO PORTUGUÊS NO
BRASIL
Eduardo Guimarães
DL – IEL – UNICAMP
Se tomarmos uma posição historiográfica,
podemos estabelecer uma periodização para os estudos do Português
no Brasil levando em conta fatos de ordem política e institucional.
Isto nos dá quatro períodos para estes estudos.
O primeiro período iria da “descoberta” em 1500
até a primeira metade do século XIX, momento em que se desenvolvem
debates entre brasileiros e portugueses a propósito de construções
consideradas inadequadas por escritores ou gramáticos portugueses.
Deste momento é a célebre polêmica entre José
de Alencar e Pinheiro Chagas; ou a polêmica entre Carlos de Laet e
Camilo Castelo Branco.
O segundo período iria da segunda metade do século
XIX, iniciada pelos debates referidos no parágrafo anterior pela
publicação de gramáticas como a de Júlio Ribeiro
em 1881, pela fundação da Academia Brasileira de Letras (em
1897), até fins dos anos 30, quando da fundação das
Faculdades de Letras no Brasil. Tanto a Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras da USP (em 1937) quanto a Faculdade Nacional de Letras da Universidade
do Brasil (em 1939).
O terceiro período iria do final dos anos 30
até meados da década de 60, quando o Conselho Federal de
Educação torna a Lingüística disciplina obrigatória
no Brasil, para os cursos de Letras.
O quarto período iria de meados dos anos 60
até hoje. Período em que a lingüística se implantou
em todos os cursos de graduação em Letras e ao mesmo tempo
foram implantados cursos de Pós-graduação em Lingüística
em alguns centros universitários brasileiros.
Para cada um destes períodos arrolamos uma
certa produção, com algumas de suas características.
Primeiro Período
Este período se caracteriza, basicamente, por
não ter ainda estudos de língua portuguesa feitos no Brasil.
Os anos finais deste período coincidem com
a Independência do Brasil e com a entrada no Brasil das idéias
românticas. O movimento das idéias no Brasil começa
se dar por influência de outros países e não só
através de Portugal. Segundo Cruz Costa, “À França
pediram-se figurinos literários e filosóficos; à Inglaterra,
senhora de uma monarquia modelo, o ritual do parlamentarismo, e a Alemanha,
sobretudo depois de 1870, ao mesmo tempo que nos enviava a sua metafísica
clássica, remetia-nos também as suas novas orientações
científicas” (1967,67). E esta mudança vai se intensificar
a partir de 1850 quando entra no Brasil, todo um conjunto de novas idéias.
1850 é o ano em que cessa o tráfico de escravos para o Brasil.
A suspensão do tráfico de escravos leva uma mudança
nas relações de produção, que levou a uma decadência
do nordeste, e a um crescimento do centro-sul. O dinheiro que se empregava
na compra de escravos passa a ser utilizado para novos investimentos, tendo-se,
então, uma mudança decisiva na vida material do Brasil. Segundo
Cruz Costa, “O Brasil passa, a partir de 1850, por uma completa remodelação
material. Sua inteligência irá seguir também caminhos
novos” (1967,100).
Em meados do século XIX, então, o Brasil
que já abrira a possibilidade de receber outras influências,
ou seja, que já abrira a possibilidade de outras filiações,
passa claramente a importar estas novas perspectivas, num movimento geral
de mudanças das condições materiais do país.
E começa por esta época o segundo período dos estudos
do Português no Brasil.
Segundo Período
Em 1857 Brás da Costa Rubim publica ‘Vocabulário
Brasileiro para servir de complemento aos dicionários da língua
portuguesa’.
Em 1870 se dá a conhecida polêmica entre
José de Alencar e o português Pinheiro Chagas. Pinheiro Chagas
fez críticas à linguagem de Alencar em Iracema. Alencar responde
em um postscrito na segunda edição. As críticas de
Pinheiro Chagas são relativamente a neologismos e certas construções
gramaticais: uso do artigo, omissão do se reflexivo de certos verbos,
e a famosa questão de colocações de pronomes pessoais.
Nos anos de 1879-1880 dá-se a polêmica
entre Carlos de Laet e o escritor português Camilo Castelo Branco.
A ‘Gramática Portuguesa’ de Júlio Ribeiro
é de 1881. Nesta gramática, J. Ribeiro considera que as “antigas
gramáticas portuguesas eram mais dissertações de metafísica
do que exposições do uso da língua” (apud Nascentes,
p. 28). Opõe-se assim às gramáticas portuguesas
e busca uma outra influência teórica: Becker na Alemanha e
Mason na Inglaterra. Registraria aqui que esta atitude de Júlio Ribeiro
corresponde a um distanciamento da influência direta de Portugal. Distanciamento,
correspondente, como vimos acima, ao que foi se dando em diversas atividades
no Brasil a partir de século XIX. Este fato, deve ter sido o que
levou A. Nascentes a considerar o trabalho de Júlio Ribeiro como
iniciador do que ele chamou o período gramatical, conforme sua periodização
(Nascentes, 1939).
Estudos Filológicos de João Ribeiro
(1884) é talvez o primeiro conjunto de ensaios de caráter
filológico no Brasil.
Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa
de Antonio Joaquim de Macedo Soares é de 1888. Antes ele publicara
em 1880, na Revista Brasileira, estudos lexicográficos do português
do Brasil. Ressalta-se aqui a presença da determinação
‘brasileiro’ no título do dicionário. O próprio autor
diz que “já é tempo dos brasileiros escreverem como se fala
no Brasil e não como se escreve em Portugal” (apud Mattoso, p.200).
Ou seja, a escrita deve se pautar pela linguagem falada do Brasil e não
pela língua escrita em Portugal.
De 1889 é “Neologismo indispensáveis
e Barbarismos Dispensáveis” de Castro Lopes. Nesta obra o autor,
para fugir aos barbarismos, cria famosos neologismos como Convescote,
cardápio, etc.
Em 1897 funda-se a Academia Brasileira de Letras com
a finalidade de cuidar da cultura da língua e da literatura nacional.
A Academia estará, como se sabe, envolvida no acordo de unificação
ortográfica de 1932, e um parecer sobre a denominação
da língua que se fala no Brasil, em 1946.
E já desta época a produção
de Cândido de Figueiredo, filólogo português, que mantinha
uma coluna intitulada “o que se não deve dizer” no Jornal do Comércio.
Parte do que se publicou nesta coluna ele publicou em 1903.
Desta época é também a polêmica
entre Rui Barbosa e Ernesto Carneiro Ribeiro em torno da redação
do Código Civil. De 1902 é o “Parecer” de Rui. Deste mesmo
ano é a resposta de Carneiro Ribeiro: “Ligeiras Observações
sobre as emendas do Dr Rui Barbosa ao projeto do Código Civil”.
Em 1904 Rui faz sua “Réplica”, que terá em 1905 nova resposta
de Carneiro Ribeiro: “Redação do Projeto do Código
Civil e a Réplica do Dr Rui Barbosa”. Registro aqui uma opinião
de João Mangabeira sobre esta polêmica: o que Rui construiu
com o “Parecer” e sua “Réplica”, foi tal “que o amor, o zelo pela
língua portuguesa se pode, nitidamente, dividir, entre nós,
em duas fases: antes e depois da “Réplica”. (apud Nascentes, p.37).
Há que se registrar também a opinião de José
Veríssimo, que considera a Réplica “uma lição
de português”.
Em 1903 é publicado Estudos da Língua
Portuguesa de Mario Barreto, que combate as posições de Candido
de Figueiredo, e que, posteriormente, sustenta as posições
a favor da grafia simplificada de Gonçalves Viana. Incluindo-se,
também, no conjunto dos autores que defendem uma norma classicista
para o português no Brasil.
De 1907 é a publicação da Gramática
de Eduardo Carlos Pereira, fortemente influenciada pelas posições
da gramática filosófica. Esta gramática teve grande
influência no ensino secundário brasileiro, em muitas regiões,
não se restringindo a São Paulo, onde o autor trabalhava.
Em 1908 M. Said Ali publica Dificuldades da Língua
Portuguesa. Esta obra é, como se sabe, um trabalho descritivo sobre
pontos importantes da língua portuguesa.
De 1920 é o Dialeto Caipira de Amadeu Amaral.
Esta obra é um marco na produção dialetológica,
já bastante desenvolvida então, com trabalhos sobre diversas
regiões brasileiras. Em 1922 A. Nascentes apresenta sua monografia
sobre o linguajar carioca. Ainda de Nascentes é o primeiro Dicionário
Etimológico publicado no Brasil (em 1932). De 1939 é seu Estudos
Filológicos, que inclui textos como “Independência Literária
e Unidade da Língua” e “A Filologia Portuguesa no Brasil”.
Registraria ainda a publicação de Lições
de Português de Souza da Silveira em 1923. Uma sucinta e meticulosa
gramática histórica do português. Esta obra é
no seu conjunto um estudo histórico de aspectos neogramáticos.
No final da obra aparece uma Seção sobre Dialetologia onde
ele, e praticamente somente aí, trata das especificidades do Português
no Brasil. A partir de 1946, a obra traz um apêndice: “Denominação
do idioma nacional do Brasil”. Neste parecer a comissão que o fez
conclui que a língua que se fala no Brasil é o Português.
Terceiro Período
Este período inicia-se pela fundação
das Faculdades de Letras que passam a constituir-se em espaço de
pesquisa sobre questões de linguagem, o que estava ligado fundamentalmente
a questões relacionadas a um padrão literário e ao
ensino.
De 1943 é o acordo ortográfico que estabeleceu
a atual ortografia do Português do Brasil, com diferenças
relativamente à ortografia de Portugal. Este acordo sofre uma pequena
modificação em 1971. Também da década de 40
é o debate sobre que nome dar à língua falada no Brasil.
Entre tantos documentos sobre esta questão, registro aqui o documento
(já referido logo acima) “Denominação do Idioma Nacional
do Brasil”, de autoria da comissão nomeada com esta finalidade, de
acordo cm o art. 35 da Constituição Brasileira de 1946. Este
documento, encaminhado ao Ministério da Educação,
tem a seguinte conclusão: “A vista do que fica exposto,
a Comissão reconhece e proclama esta verdade: o idioma nacional
do Brasil é a Língua Portuguesa”.
E, em conseqüência, opina que a denominação
do idioma nacional do Brasil continue a ser: Língua Portuguesa.
Essa denominação, além de corresponder à
verdade dos fatos, tem a vantagem de lembrar, em duas palavras - Língua
Portuguesa -, a história da nossa origem e a base fundamental de
nossa formação de povo civilizado.”
Em 1952 é publicada a ‘História da Língua Portuguesa’
de Serafim da Silva Neto. Com esta obra passa-se a considerar a história
da língua como ligada à história política e
cultural. Deste modo é uma obra que trata a Língua Portuguesa
relativamente à realidade política e cultural no Brasil. Serafim
dá grande importância às condições da
implantação do Português no Brasil e à influência
tupi no português popular do Brasil. Serafim considera que o português
popular é bastante diferente aqui e em Portugal, mas considera que
a língua literária tem ainda uma força unificadora entre
Brasil e Portugal.
Já em 1855 é publicada “A Formação Histórica
da Língua Portuguesa” de Silveira Bueno. Nesta obra, o autor apresenta,
inclusive, estudo sobre a dialetação no Brasil, com a influências
africanas e indígenas. Registro aqui a presença de um capítulo
intitulado “A gramaticalização do Idioma”. Neste capítulo
ele combate a chamada posição purista sobre a língua,
que considera anticientífica.
De 1941 é a primeira edição de
Princípios de Lingüística Geral de Mattoso Câmara.
A segunda edição, revista e aumentada é de 1954. Nesta
obra Mattoso já mostra sua formação que inclui influência
de Saussure, mas fundamentalmente de Sapir. A obra De Mattoso tem várias
vertentes. Entre elas suas extraordinárias descrições
do português publicadas na década de 60 e posteriormente transformadas
em livro em 1970 com o nome de Estrutura da Língua Portuguesa. Registro,
ainda, seus estudos sobre línguas indígenas no Brasil.
Em 1958 foi elaborada, com patrocínio do Ministério
da Educação a famosa NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira).
Que se reduz a ser uma organização terminológica sem
teoria que a sustente adequadamente. Sabe-se, no entanto, que as gramáticas
escolares que se fizeram a partir daí adotam consistentemente tal
nomenclatura.
Nos anos de 1963-65 é publicado o Atlas Prévio
dos Falantes Baianos, organizado por Nelson Rossi, dentro da perspectiva
geográfica lingüística.
Em 1965 Celso da Cunha publica Uma Política do
Idioma, obra que se dedica a Luís Filipe Lindley Cintra. Neste trabalho
ele defende a necessidade de se buscar a unidade da Língua Portuguesa.
Em 1968 publica Língua Portuguesa e a Realidade Brasileira, por outras
vias reaparece a questão da unidade do português. Em 1970 ele
publica sua Gramática do Português Contemporâneo, obra
que aparece com certas modificações em 1985, em co-autoria
com Lindley Cintra, com o seu nome de Nova Gramática da Língua
Portuguesa. Lembre-se que Cintra é seu homenageado em A Política
do Idioma. As gramáticas de Celso Cunha como outras adotam a NGB.
Segundo Mattoso Câmara, nesta produção
que incluímos neste terceiro período, está afastado
o ideal classicista. Mas, ainda, segundo ele, fica o “ideal” de uma unidade
da língua escrita. Falaremos disso novamente mais à frente.
Quarto Período
A partir de 1965, a Lingüística passa a
fazer parte do currículo mínimo dos cursos de Letras por
decisão do Conselho Federal de Educação. Em 1966 é
criado o curso de pós-graduação em Lingüística
da USP e em 1971 o da Unicamp. Várias pós-graduações
se seguem a estas sob diversas modalidades.
Para este período, não vou me referir,
dada a proximidade histórica, aos pesquisadores, mas às linhas
de trabalho que vêm se desenvolvendo.
a) Trabalhos gramaticais que se dão numa perspectiva ou estrutural,
ou funcional, ou gerativa. Aqui aparecem um bom número de estudos
(teses, artigos e livros) que analisam vários aspectos do Português.
Nestes trabalhos há um conjunto deles que se dedica a analisar a
especificidade do Português no Brasil.
b) Trabalhos de semântica. Tratarei das questões semântica
em trabalho específico. Registro aqui, no entanto, que a semântica
só se desenvolve como disciplina e com continuidade a partir do
quarto período.
c) Trabalhos de Sociolingüística tanto na linha laboviana
variacionista quanto em outras perspectivas, como a interacionista. Aqui
estão trabalhos que descrevem variantes regionais brasileiras, bem
como a especificidade do Português do Brasil.
d) Trabalhos de Lingüística Histórica, que se desenvolvem
a partir de diversas posições teóricas. Trabalhos
feitos a partir da teoria da variação e da mudança,
a partir do ponto de vista gerativo e a partir do ponto de vista discursivo
e enunciativo. Nestes trabalhos encontram-se vários que tratam das
particularidades do Português do Brasil.
e) Trabalhos em análise do discurso entre os quais podemos incluir
uma significativa produção de análise do discurso
da linha francesa bem como trabalhos inspirados numa semiótica greimasiana.
Incluem-se também nesta linha os estudos sobre enunciação.
Aqui encontram-se trabalhos de descrição de funcionamento
discursivos próprios da discursividade do Brasil.
f) Trabalhos de pragmática, análise da conversação
e lingüística textual. Também nesta perspectiva são
feitos estudos sobre a língua portuguesa no Brasil.
Deste quarto período é o dicionário
que se transformou no dicionário oficial do Português do Brasil,
o Novo Dicionário Aurélio (1975), de Aurélio Buarque
de Hollanda Ferreira. É interessante notar que ele não se
dá como trabalho acadêmico. São quase inexistentes os
trabalhos de lexicografia feitos em projetos acadêmicos no Brasil
atualmente.
Sobre a produção destes períodos
cabem alguns comentários.
a) É interessante ressaltar que o segundo momento, na verdade
aquele que primeiro traz alguma produção significativa sobre
o Português no Brasil, ou ainda, aquele que funda os estudos brasileiros
sobre o Português, pode ser visto como iniciado por uma atitude
de considerar certas características gramaticais e léxicas
do Português brasileiro como diferenças relativamente ao Português
de Portugal. Ao mesmo tempo é interessante ver que neste período
há uma grande onda purista no Brasil que procura dar como norma para
a língua a gramática dos textos clássicos portugueses.
Registre-se aqui a famosa polêmica entre Rui Barbosa e Ernesto Carneiro
Ribeiro a propósito das correções de Rui Barbosa ao
Código Civil.
Na verdade este é um período pontuado
por esta discussão do caráter específico do Português
do Brasil ou de sua não diferença com o Português de
Portugal. O que ressalta nesta discussão é que ela não
é, naquele momento, simplesmente uma discussão teórica
e descritiva, mas é uma discussão, fortemente política
e militante. Esta militância ou se dá como sustentação
da independência brasileira relativamente a Portugal ou como, simplesmente,
o estabelecimento da especificidade do Português do Brasil.
b) Durante os períodos segundo, terceiro e quarto podemos notar
que está freqüentemente presente uma valorização
dos estudos da especificidade do Português brasileiro. No quarto
período considerado vemos, nos nossos diversos centros de Pós-graduação
projetos de estudos do Português do Brasil. Em vista deste aspecto
retomo o modo de organização histórica de nossos estudos
sobre o Português em dois recortes de significação,
entre outros possíveis, independentemente de época. Nesta
concepção de história, a historicidade não
é o tempo, mas a produção de sentido.
Primeiro recorte: nele se incluem estudos que
visam mostrar uma especificidade do Português do Brasil em oposição
ao Português de Portugal, isto feito de um modo diretamente contrastivo
ou não.
Segundo recorte: estudos feitos visando defender
a unidade lingüística Portugal/Brasil. Esta posição
vem freqüentemente aliada a uma atitude purista, classicista. É
claro que um mesmo gramático, lingüista, filólogo pode
ter na sua obra, ou num texto, a presença dos dois recortes.
Analisemos, então, a questão, pela perspectivas
dos recortes propostos.
a) Primeiro recorte
Aqui podemos incluir as posições,
de meados do século XIX, a favor da especificidade do português
brasileiro, entre elas as de José de Alencar. Incluem-se neste recorte,
também, trabalhos como Vocabulário Brasileiro para Servir
de Complemento aos Dicionários da Língua Portuguesa de Brás
da Costa Rubim e o Dicionário da Língua Portuguesa de Antonio
Joaquim de Macedo Soares, que coloca na nossa história das idéias
lingüísticas a necessidade de que a língua escrita do
Brasil se paute na língua oral do Brasil e não pela escrita
portuguesa. Esta idéia opera fortemente em trabalhos futuros como
os de Serafim da Silva Neto e Mattoso Câmara, por exemplo, bem como
em trabalhos atuais sobre o português no Brasil. Ou seja, a questão
de qual deve ser o parâmetro da escrita no Brasil fica posta desde
este momento. Podemos incluir neste recorte as descrições
do Português feitas for João Ribeiro, Said Ali, Antenor Nascentes,
Mattoso Câmara, bem como os estudos de Serafim da Silva Neto, Silveira
Bueno, Nelson Rossi e todo um conjunto de estudos atuais sobre o Português
do Brasil (em sintaxe, sociolingüística, semântica, estudos
históricos do português, análise do discurso, estudos
textuais e pragmática).
Neste recorte devemos incluir também o estabelecimento da
Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) em 1958, que se dá como
uma ação do Governo Brasileiro, através de um ministério
(Ministério da Educação e Cultura), com objetivo
de dar uma unidade terminológica para as gramáticas escolares
no Brasil. Este movimento se dá junto com outro: os gramáticos
passam a incluir na exemplificação de seus trabalhos um maior
número de autores brasileiros, inclusive, autores contemporâneos.
b)Segundo recorte
Neste recorte estão os estudos
que defendiam o modelo clássico no inicio do século XX, bem
como gramáticos atuais de gramáticas escolares que ainda
se pautam por dar como norma textos clássicos. Evidentemente esta
posição parece bastante frágil hoje. Mas se atentarmos
ainda para as discussões sobre a unificação da ortografia
do Português nas quais se envolve, inclusive, a Academia Brasileira
de Letras, vamos ver que há neste nível uma tentativa em
tratar a unidade do português de Portugal e do Brasil, sob o pretexto
da necessidade de troca cultural entre esses países (e os demais
países de Língua Portuguesa). Ou seja, vemos como a questão
da língua escrita é o lugar de resistência desta posição
de significação política da unidade para muitos estudiosos.
Poderia incluir aqui, até mesmo, um texto como o de Mattoso Câmara
“Os Estudos de Português no Brasil”. Este texto participaria dos
dois recortes. De um lado, desde o seu título, é uma história
sobre a produção brasileira dos estudos de linguagem, e em
muitos pontos valoriza o que é específico do Português
brasileiro. Por outro lado ele, na sua parte final, nas suas conclusões,
toma uma posição a respeito da política do idioma claramente
na direção da busca da unidade em torno da língua
escrita. Neste contexto ele afirma: “também se pode chegar à
unidade da teoria gramatical e da nomenclatura gramatical para base do
estudo e do ensino da língua literária” (Mattoso, 1972, p.227
– lembrar que o texto foi apresentado em 1966). Mas mais que isso, diz-nos
ele: “Para a língua escrita e literária, impera uma norma
elástica, que permite certos traços específicos para
o Brasil”. A verdadeira tendência não é aqui o advento
de uma nova língua literária, construída sobre a língua
coloquial brasileira, exclusivamente, mas no sentido de um compromisso,
por meio do qual a língua literária do Brasil fica intimamente
associada à de Portugal e serve de ponte de ligação
entre os dois grande dialetos, sem perder contato apesar disso com
língua coloquial dos dois países. (p227)
A estes dois recortes parece interessante cruzar
outros dois que mostrem a distinção entre uma produção
que se dá sem a configuração ou filiação
a um aporte teórico bem definido (que chamarei de terceiro recorte)
e uma produção que se faz a partir de um aporte teórico
bem definido (quarto recorte).
Podemos observar que a produção
que se pode incluir no terceiro recorte vai de trabalhos como os de Cândido
de Figueiredo, João Ribeiro, até trabalhos atuais como os
de Napoleão Mendes de Almeida, por exemplo. Pode-se incluir aqui,
também, o estabelecimento da NGB.
Quanto ao quarto recorte, podemos nele incluir
uma produção como a de Said Ali, Souza da Silveira, Antenor
Nascentes, Serafim da Silva Neto, Mattoso Câmara, até os estudos
atuais em pós-graduação.
Interessa observar que o estabelecimento claro de uma
filiação teórica fazendo com que o rigor das descrições
seja mais definido e maior tem um ponto de inflexão a partir do qual
esta exigência se generaliza. Isto de dá no início do
que consideramos o terceiro período, que se inicia no final dos anos
30. A partir daí esta preocupação teórico-metodológica
se aprofunda, tal como se vê no quarto período.
Trazendo para a reflexão, o conceito de gramatização
desenvolvido por Auroux (1992), poderia dizer que, no Brasil, a gramatização
se dá a partir de segunda metade do século XIX, em meio,
inicialmente, a uma discussão sobre as diferenças entre o
Português do Brasil e de Portugal. A gramatização brasileira
do Português se dá, por um lado, como o movimento oposto ao
da gramatização na Europa. Segundo Auroux a gramatização
foi um modo de a Europa, o ocidente, conhecer e dominar o resto do mundo.
Para o Brasil a gramatização surge como um procedimento de
independência de Portugal. E se desenvolve tanto na busca de outras
filiações teóricas que não as vindas através
de Portugal, quanto na medida em que os estudos do Português no Brasil
se dedicam a especificidades brasileiras do Português. Poderia lembrar
aqui um texto de Antenor Nascentes, “A Filosofia Portuguesa no Brasil”. Neste
texto é interessante ver como ele dá importância ou não
a certos textos.Lembro aqui o caso de “Epítome da Gramática
Portuguesa” de Antonio Moraes Silva, escrito em 1802, em Pernambuco.
Segundo Nascentes este texto “se pode considerar um livro português
pois não se detém nas diferenças que já apresentava
o falar do povo brasileiro” (Nascentes, 1939,23). A este livro Nascentes
contrapõe um outro “Compêndio da gramática da língua
nacional”, de 1835. Segundo ele este livro inicia o que considera o segundo
período dos estudos filológicos no Brasil. Ao mesmo tempo ele
diz do mesmo autor do “Compêndio”: Coruja, que inaugurou a nossa Gramaticografia,
vai também inaugurar a dialetologia publicando em 1852 no tomo XV
da “Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro”
a “Coleção de vocábulos e frases usados na província
de S. Pedro do Rio Grande do Sul”, que saiu em 2a. edição, em
Londres, em 1856...” (nascentes, p. 23-24). Ou seja, do nosso ponto
de vista, O Epitome está no recorte dois e o Compêndio de Coruja
ou sua Coleção de Vocábulos estão no recorte
um, que busca a especificidade do Português do Brasil.
Por outra parte, registre-se que a gramatização
brasileira do Português se dá, a partir do segundo período
de nossa periodização. Este período é fortemente
dividido pelos dois primeiros recortes que estabelecemos. Ou seja, esta
gramatização se dá ligada a uma militância a
favor da especificidade do Português do Brasil ou contra isso e a
favor do classicismo, do purismo. Isto leva a ver, então que gramatização
brasileira do Português tem em si um efeito contraditório que
inclui o efeito imaginário de que o Brasil não fala corretamente.
De um lado, a “independência”, de outro a inferioridade como efeito
ideológico da relação do brasileiro com a língua
que fala e/ou escreve.
A dominância não militante se desenvolverá
a partir do terceiro período, quando cresce e passa a predominar
a produção com aporte teórico-metodológico bem
definido. Isto leva a uma queda da disputa pelo purismo, pelo classicismo
da língua escrita. Ao mesmo tempo, a questão da unidade da
língua do Brasil e de Portugal se repõe em outros termos,
a partir das posições teóricas e metodológicas
em prática, não desaparecendo, no entanto.
Neste ponto não se pode deixar de considerar
a questão do estabelecimento da Nomenclatura Gramatical Brasileira.
Esta ação do Estado Brasileiro se dá no movimento
do recorte da especificidade, portanto, da independência do Brasil.
Mas se dá, mais especificamente, como uma ação do
Estado para unificar o ensino da Língua Portuguesa no Brasil. Ou
seja, no processo de gramatização brasileira do português
este acontecimento traz em si o movimento de afastar-se de Portugal estabelecendo
uma unidade lingüística brasileira específica, distinta
da portuguesa. E isto pelo estabelecimento de uma terminologia, uma metalinguagem.
Ou seja, a gramatização brasileira do
Português é, também, um modo de constituir o português
como língua única e nacional. Como sabemos, as nossas escolas
chegam a ensinar, ou ensinavam até bem pouco tempo, que no Brasil
só se fala uma língua. Ou seja, não era só que
a lei estabelecesse o português como língua nacional, e nem
certo momento estabelecesse uma nomenclatura oficial brasileira. Mais que
isso, o ensino apagava todas as línguas indígenas (quase
duzentas) e as línguas dos imigrantes. E neste movimento ela se aproxima
da busca de uma unidade de língua escrita com Portugal, mesmo hoje,
em ações ligadas à política lingüística
de muitos estudiosos de língua portuguesa em particular ou da linguagem
em geral, no Brasil.
Notas
(1) Em sua tese de doutorado, Luis Francisco Dias se
ocupa, exatamente, destes aspectos.
BIBLIOGRAFIA
AUROUX, S. (1992) A Revolução Tecnológica da Gramatização.
Campinas, Editora da Unicamp.
CAMARA Jr., J.M. (1972) “Os estudos do Português no Brasil”.
Dispersos. Rio de Janeiro, FGV.
COSTA, C. (1967) Contribuição à História
da Idéias no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
NASCENTES, A. (1930) “A Filologia Portuguesa no Brasil”. Estudos Filológicos.
Rio de Janeiro, Civilização Brasileira.
BREVE CARACTERIZAÇÃO DO PROJETO
O objetivo do projeto é estabelecer um programa
que permita desenvolver (e de certo modo, mesmo, implantar) uma reflexão
que resulte em uma nova forma de conhecimento sobre a história das
idéias lingüísticas visando:
1. A construção do português-brasileiro
como língua nacional, avaliando os três modelos possíveis:
a) o absolutista, b) o da língua literária, e c) o comunitário;
2. A história da constituição
de um saber metalingüístico em um meio oral, escrito e multilíngue,
sob a influência da tradição ocidental. Faz também
parte desse objetivo a elaboração de uma tecnologia de pesquisa
que considera os instrumentos lingüísticos – dicionário,
gramática, etc – como extensões da relação do
falante com a língua. O conhecimento a ser produzido concerne os
campos da Análise do Discurso, da Literatura, da História
das Ciências e da Epistemologia dos Estudos da Linguagem.
A história da constituição de nossa
língua nacional não teve ainda no Brasil, de forma sistemática,
estudos que ingressem, como é o caso do presente projeto, tanto
conhecimentos sobre características da língua (dada sua relação
com as outras suas concorrentes, no caso do português de Portugal,
as línguas indígenas e as dos grandes movimentos imigratórios)
como estudos históricos: análise de relatos de viagem em que
estão inscritos “dados” das línguas, documentos oficiais,
acordos, criação de academias, história da produção
das gramáticas, de vocabulários, de dicionários e outros
artefatos que configuram, para o falante, a relação com a
“sua” língua, assim como textos diversos concernentes à constituição
histórica do ensino da língua nacional no Brasil. São
cruciais questões a respeito da diferença entre o português
do Brasil e o português europeu pensada em termos de diferentes gramáticas,
a relação entre a escrita e a oralidade em nossa história,
assim como o reconhecimento do que Guilhaumou chamou a história dos
“acontecimentos lingüísticos”: que acontecimentos lingüísticos
definiram nossa relação com a língua e ao mesmo tempo
definiram nossa história? Desse modo, faz parte de nossa pesquisa
estudar como a disputa por uma gramática e por uma literatura se articula
ao projeto de organização da “nação” brasileira.
Com efeito, quando pensamos a língua nacional não pensamos
a história das gramáticas em si mas, pela análise de
discurso (os dicionários, as gramáticas, os catecismos bilíngües
são discursos) pensamos a construção de um imaginário
lingüístico que faz parte da definição do brasileiro
(com uma língua, um rosto, uma presença jurídica institucional
específica). Ao mesmo tempo aliamos ao estudo dos processos de constituição
da língua nacional aquele que incide sobre a produção
de um conhecimento sobre a língua, a formação do saber
metalingüístico, como parte constitutiva dessa história,
o que nos permite uma perspectiva crítica:o conhecimento da língua
e o conhecimento sobre a língua são nossos objetos de reflexão.
Deste modo pensamos produzir subsídios para que os que trabalham
com a descrição do português que terão a sua
disposição o conhecimento sobre a formação do
português do Brasil como a língua nacional. Incluindo a questão
da produção de conhecimento lingüístico e da constituição
da língua nacional no contexto mais amplo latino-americano, também
faz parte dessa reflexão a constituição do imaginário
rioplatense na Argentina, do guarani no Paraguai, do paradigma literário
no espanhol (o estatuto das Antologias).
PUBLICAÇÕES
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au Brésil et en France”, Universidade de Paris VII.
MARIANI, B. (1992) “As Academias no Brasil”, texto apresentado na mesa-redonda
“A História das Idéias Lingüísticas no Brasil”,
Porto Alegre, ANPOLL
MARIANI, B. e SOUZA, T.C.C. (1991) “1822, A Pátria Independente:
Novas Palavras”, apresentado no colóquio “Citoynneté au XIXe.
Siècle au Brésil et en France” Universidade de Paris VII.
MARIANI, B. e SOUZAA, T.C.C. (1989) “Os Acordos Ortográficos”,
texto apresentado no Encontro de Lingüística, Rio de Janeiro,
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ORLANDI, E.P. (1992a) “A Língua Brasileira”, texto apresentado
na mesa-redonda “Culturas em Contato”, São Paulo, USP, SBPC, ABRALIN.
ORLANDI, E.P. (1992a) “A Imagem da Língua na Construção
Imaginária das Idéias Lingüísticas no Brasil”
Porto Alegre, ANPOLL.
ORLANDI, E.P. (1992a) “A Língua Brasileira”, comunicação
no simpósio de Sociolingüística, Lancaster, Inglaterra.
ORLANDI, E.P. (1992a) “A Língua Brasileira”, conferência
na Universidade de Lausanne, Suíça.
ORLANDI, E.P. (1992a) “A Natureza e os Dados”, conferência na Universidade
de Lausanne, Suíça.
SERRANI, S.M. (1992) “A Imagem da Língua no Espanhol Rioplatense”,
texto apresentado na mesa-redonda sobre “A História das Idéias
Lingüísticas no Brasil”, Porto Alegre, ANPOLL
TARALLO, F. (1991) “Diagnosticando uma Gramática Brasileira: o
Português d’Aquém e d’Além –mar ao Final do Século
XIX” texto apresentado no colóquio “Citoynneté au XIXe. Siècle
au Brésil et en France” Universidade de Paris VII.
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