Literatura Infantil (1880-1910)
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A Velhice
O
neto: Vovó,
por que não tem dentes? Por
que anda rezando só. E
treme, como os doentes Quando
têm febre, vovó? Por
que é branco o seu cabelo? Por
que se apóia a um bordão? Vovó,
porque, como o gelo, É
tão fria a sua mão? Por
que é tão triste o seu rosto? Tão
trêmula a sua voz? Vovó,
qual é seu desgosto? Por
que não ri como nós? A Avó: Meu
neto, que és meu encanto, Tu
acabas de nascer... E
eu, tenho vivido tanto Que
estou farta de viver! Os
anos, que vão passando, Vão
nos matando sem dó: Só
tu consegues, falando, Dar-me
alegria, tu só! O
teu sorriso, criança, Cai
sobre os martírios meus, Como
um clarão de esperança, Como uma benção de Deus!
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