Literatura Infantil (1880-1910)
Literatura Infantil
até 1880
O século XIX foi um século de ouro para toda a Literatura, significou um período de expansão de estéticas, formas e alcance de público da Literatura Geral. A Revolução Industrial repercutira na organização
social e nos valores da sociedade. Imersa nesse contexto,
a Literatura Infantil amadurece e revigora-se, amplia seus aspectos, estritamente
comprometidos com a Pedagogia e a Ética no século XVII, e encontra espaço
para os interesses da criança, como postulou Rousseau.
Durante o
início do Século XIX, com a vinda da família real para o Brasil e o conseqüente
impulso para reformas e progresso, o país começa a vislumbrar um sistema
educacional, fator primordial para a existência de uma literatura infantil
própria. Embora a Imprensa Régia, recentemente implantada, conferisse
oficialmente ao Brasil uma atividade editorial, a produção de livros
apresentava-se ainda precária e esporádica.
A Literatura Infantil então
caracterizava-se por algumas traduções de contos e aventuras fantásticas
consolidadas no século anterior enquanto o ensino da leitura servia-se (sob o
paradigma do espírito romântico) da Constituição do Império, do Código
Criminal, dos Evangelhos, e vez por outra de um resumo da História do Brasil.
Mas o
romântico ideal nacionalista da época iria, ao longo do século XIX, produzir e
configurar uma literatura infantil verdadeiramente direcionada para o jovem
público brasileiro. Conforme multiplicam-se o número de alunos e instituições
educacionais, as primeiras séries graduadas de livros de leitura começam a
surgir, ao lado de adaptações de obras estrangeiras e da produção de jornais de caráter infanto-juvenil.
Títulos (Autores Brasileiros):
Leitura para Meninos
(1818) – José Saturnino da Costa Pereira
“Gramática do Coruja”
(1835) – Antonio Álvaro Pereira Coruja
Compêndio de
Grammatica portuguesa da Primeira Idade (1855) – Cyrilo Dilermando da
Silveira
Postillas de
Grammatica Geral (185?) – Francisco Sotero dos Reis
Epítome da Gramática
Portuguesa (1860) – Abílio César Borges (Barão de Macaúbas)
Livro do povo
(1861) – Antônio Marques Rodrigues
Novo Methodo de
Grammatica Portugueza (1862) – Joaquim Frederico Kiappe da Costa Rubim
Geografia Física
(1863) – Abílio César Borges
Gramática Analítica da
Língua Portugueza (1865) – Charles O. A. Grivet
Gramática Portuguesa
(1865) – Francisco Sotero dos Reis
Diccionário
Grammatical Portuguez (1865) – J.A. Passos
Método Abílio
(1868) – Abílio César Borges
Pontos de Retórica
(1868) – Meneses Vieira
Compêndio de Gramática
da Língua Portuguesa (1972) – Laurindo Rabelo
Desenho Linear ou
Geometria Prática Popular (1876) – Abílio César Borges
O Livro do Nenê
(1877) – Meneses Vieira
Primeiras Noções de
Gramática Portuguesa (1877) – Meneses Vieira
Compêndio de Gramática
Portuguesa (1979) – Augusto Freire da Silva
Gramática Portugueza
(187?) – Manoel Olympio Rodrigues da Costa
Noções de Arithmética
(187?) – Manoel Olympio Rodrigues da Costa
Títulos (Autores Portugueses):
Arte da Grammatica da
Língua Portugueza (1837) - A. J. Lobato
Grammatica
Philosophica (1871) – Soares Barbosa
Compêndio de
Grammatica Portugueza (1871) – Vergueiro e Pertence
Nova Grammatica
Portugueza (1876) – Bento José de Oliveira
Títulos de Traduções:
As aventuras pasmosas
do Barão de Munkausen (181?)
O Último dos Moicanos
(1838) – Fenicore Cooper; traduzido por Caetano de Lopes Moura
Aventuras do Barão de
Münchhausen (1848)
Obras de Júlio Verne; traduzidas por Jovina Cardoso
O canário (1856) –
Cônego (Christoph) von Schmid
A cestinha de flores
(1858) – Cônego (Christoph) von Schmid
Joãozinho (1858) –
Charles Jeannel; traduzido por Antônio Rêgo
Os ovos de Páscoa
(1860) – Cônego (Christoph) von Schmid
Jornais Infanto-Juvenil:
O Adolescente
(1831), Salvador
O Juvenil (1835),
Rio de Janeiro
Livraria dos Meninos
(1937), Salvador
Jornal de Instrução e
de Recreio (1845), Maranhão
O Mentor da Infância (1846)
Kaleidoscópio (1860),
São Paulo
Ensaio Juvenil
(1864)
Imprensa Juvenil
(1870)