Literatura Infantil (1880-1910)

 
Quinta Travessura                
Última Travessura

 

Sexta travessura

Chegou a Semana Santa.
Há tanta encomenda, tanta,
Que andam todos ligeiros
Padeiros e confeiteiros...

E o Juca e o Chico namoram
Os doces, e quase choram.
Mas, como entrar, se, matreiro,
Fechara a porta o padeiro?

Só há um meio. Qual é?
Entrar pela chaminé!

Tudo depende de jeito...
E pronto! Foi dito e feito!
Vêm os dois num trambolhão,
Mais pretos do que carvão.

Mas, paf! - ó sorte mesquinha!
Caem dentro da farinha.

E ei-los, dos pés ao nariz
Todos brancos como giz,

Atirando-se gulosos
Aos biscoitos saborosos.

Zás-trás! Parte-se a cadeira!
Vem a penca labareira,

Por cúmulo da desgraça,
Mergulhar dentro da massa!

Vejam só que cataplasmas!
Até parecem fantasmas!

E entra o padeiro... É agora!
Soou a última hora!

E, como por encanto
Transformam-se em pães, - enquanto
O diabo esfrega o olho, -
Um pimpolho e outro pimpolho.

Eia! Ao forno para assar!
Ninguém os pode salvar...

E aí estão os dois acabados,
Cheirosos, louros, tostados.

<< Era uma vez! Afinal...>>
Dirão todos.- Porém, qual!

Rap...rap... Os dois diabinhos,
Como dois ratos daninhos,
Roem a casca do pão,
E safam-se da prisão.

Foi essa a sexta dos dois...
Houve outra logo depois:

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