HISTÓRICO

 


A proposta de criação do Grupo de Trabalho Linguística e Cognição foi aprovada pela ANPOLL em julho de 2004. A justificativa para sua criação reside na importância da reflexão sistemática e regular da teorização linguística em torno da problemática cognitiva, presente de forma cada vez mais incisiva e promissora na agenda dos estudos sobre a linguagem (e na agenda das ciências da cognição). A constituição de um GT de Linguística e Cognição na ANPOLL tornou-se importante para a consolidação desse campo teórico no Brasil.

Em seus vários domínios a Linguística de uma maneira ou de outra tem se deparado ao longo de sua história com a problemática cognitiva (e com as questões de ordem científico-filosófica implicadas, relativas ao que se entende por conhecimento, representação, consciência, relação cérebro-mente, memória, percepção, aprendizagem,corporeidade, imaginação, relação entre normal e patológico, etc.) e com o lugar epistemológico reservado à linguagem em relação a ela. Embora possamos hoje identificar pontos de vista diferentes no enfrentamento da questão, eles não são unânimes e estão expostos ao escrutínio do domínio empírico e da história das ideias, sem respostas conclusivas.

São várias as alternativas teóricas que no campo linguístico têm se dedicado a perscrutar as relações entre a linguagem e a cognição: interacionismo, conexionismo, funcionalismo, cognitivismo, experencialismo, sociocognitivismo, etc. Se superarmos a propalada dicotomia entre internalismo e externalismo no campo dos estudos da linguagem e da cognição, valeria perguntar: que “novos” rumos tem trilhado a investigação linguística a respeito da relação entre linguagem e cognição? Que fenômenos linguísticos se apresentam produtivos nessa caminhada? Tendo em vista essas e outras questões que instam a teorização linguística a um avanço qualitativo, nosso intuito precípuo tem sido reunir esforços teóricos e empíricos em torno de um GT eminentemente interdisciplinar, destinado a dar visibilidade cada vez mais crescente ao lugar reservado à Linguística no debate acerca da cognição. Para isto valemo-nos inicialmente de alguma realidade já consistente entre nós em relação ao tema, sob a forma de pesquisas individuais e coletivas, de estudos desenvolvidos em diferentes instituições de ensino e pesquisa do País, de linhas temáticas com objetivos semelhantes em vários programas de pós-graduação, de participação conjunta de seus membros em mesas-redondas em diversos eventos científicos, de organização conjunta de eventos regionais e nacionais, de publicação conjunta, etc.

OBJETIVOS GERAIS

1) Destacar na atualidade a contribuição do campo linguístico em relação à problemática cognitiva, entendendo que a reflexão sobre cognição deve estar presente na paisagem teórica e metodológica da Linguística;

2) Identificar o tipo de inserção da linguística na agenda atual dos estudos sobre cognição e processos afeitos a ela, salientando a transversalidade da discussão teórica e metodológica no campo da ciência da linguagem e das ciências da cognição;

3) Aprofundar vetores epistemológicos interdisciplinares promissores no campo das ciências linguísticas ,das neurociências, das ciências cognitivas e das ciências sociais;

4) Discutir a coexistência de velhas e novas categorias de análise da teorização linguística frente à problemática cognitiva. Dentre as categorias teóricas e temas mais relevantes com os quais a área enfrenta a discussão sobre cognição, podemos apontar: metáfora, referenciação, sociabilidade e cultura, Aquisição, desenvolvimento e processamento da linguagem, processamento de informação, contextualização, metalinguagem, gramáticas de construção, processamento textual, multimodalidade, competência relativamente à linguagem, funcionamento cerebral e interação, corporeidade, práticas discursivas, modelos cognitivos, tecnologia, Ensino/Aprendizagem de Línguas Estrangeiras;

5) Divulgar e colocar em relação conhecimentos derivados dos grupos e linhas de pesquisas aos quais estão vinculados os membros do GT.