Literatura Infantil (1880-1910)

 
Prefácio                
Cuidados Maternais

 

1ª PARTE. 

 

 A SINHÔ.

 

 

POUCO A POUCO.

 

NADA de pressa;

Bem devagar,

Que assim começa

Quem quer chegar.

E vai subindo o castelo,

Pedra a pedra, airoso e belo...

 

O olhar atento,

A mão bem leve,

Que o monumento

Ao ar se eleve:

Mas paciência e cuidado,

Que se não tudo é baldado.

 

Toda a existência

Nos mostra e ensina

Que a impaciência

Gera a ruina:

Não se corre em longa via;

Roma não se fez num dia.

 

A gente pode

Chegar a tudo,

Que nos acode,

Com senso e estudo:

E as palavras dos mais velhos.

Sejam nossos evangelhos.

 

À infinda meta

Dos nossos sonhos

Em linha reta

Vamos risonhos:

Sem medo aos bosques sombrios,

Fugindo sempre a desvios.

 

A vida é a luta

De toda a hora;

Jogo e permuta,

Que revigora:

Render‑se a gente à preguiça,

É fugir à nobre liça.

 

Não tem direitos

Quem, dos labores,

Foge aos preceitos

E evita as dores:

A natureza é um erário,

E todo o ser, tributário.

 

Quem foge à lida

Dos outros seres,

Falta da vida

Aos sãos deveres:

E ‑ castelos sem trabalho ‑

Só castelos de baralho.

 

 

Prefácio                
Cuidados Maternais