Literatura Infantil (1880-1910)
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Plutão
Bom,
fiel e brincalhão, Era
a alegria da casa O
corajoso Plutão.
Fortíssimo,
ágil no salto, Era
o terror dos caminhos, e
duas vezes mais alto Do
que seu dono Carlinhos. Jamais
à casa chegara Nem
a sombra de um ladrão; Pois
fazia medo a cara Do
destemido Plutão. Dormia
durante o dia, Mas,
quando a noite chegava, Junto
à porta se estendia, Montando
guarda ficava. Porém
Carlinhos, rolando Com
ele ás tontas no chão, Nunca
saía chorando Mordido
pelo Plutão...
Plutão
velava-lhe o sono, Seguia-o
quando acordado O
seu pequenino dono Era
todo o seu cuidado. Um
dia caiu doente Carlinhos...
Junto ao colchão Vivia
constantemente Triste
e abatido, o Plutão. Vieram
muitos doutores, Em
vão. Toda a casa aflita, Era
uma casa de dores, Era
uma casa maldita. Morreu
Carlinhos... A um canto, Gania
e ladrava o cão; E
tinha os olhos em pranto, Como
um homem, o Plutão.
Depois,
seguiu o menino, Segui-o
calado e sério; Quis
ter o mesmo destino: Não
saiu do cemitério. Foram
um dia à procura Dele.
E, esticado no chão, Junto
de uma sepultura, Acharam
morto o Plutão. |
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