Literatura Infantil (1880-1910)

 
A Rã e o Touro                
O leão e o camundongo

 

 

Soldado e a Trombeta

(fábula de Esopo)

Um velho soldado

Um dia por terra

A espada atirou;

Da guerra cansado,

Com nojo da guerra.

As armas quebrou.

Entre elas estava

Trombeta esquecida:

Era ela que no ar

Os toques soltava,

E à luta renhida

Tocava a avançar.

E disse: “Meu dono,

É justo que a espada

Tu quebres assim!

Mas que, no abandono,

Fique eu sossegada!

Não quebres a mim!

Cantei tão somente...

Não sejas ingrato

Comigo também!

Eu sou inocente:

Não piso, não mato,

Não firo a ninguém...

Nas horas da luta

Alegre ficavas,

Ouvindo o meu som.

Atende-me! escuta!

Se então me estimavas,

Agora sê bom!”

E  o velho guerreiro

Lhe disse: “Maldita!

Prepara-te! sús!

Teu som zombeteiro

As gentes excita,

À guerra conduz!”

Terrível, irado,

Jogou-a por terra,

Sem dó a quebrou...

E o velho soldado,

Cansado da guerra

Por fim repousou.

 

 

 

A Rã e o Touro                
O leão e o camundongo