Literatura Infantil (1880-1910)
Hino à Pátria
Francisca
Júlia
Pátrio
Céu, amplitude tranqüila
De
brilhante celagem azul,
Céu
da Pátria, onde fulge e cintila
Toda
noite o Cruzeiro do Sul,
Céu
azul, onde a nuvem eu passa,
Coando
a luz do luar, como um véu,
Cora
e ri toda cheia de graça...
Pátrio
Céu, glória a ti, Pátrio Céu!
A esta Terra, onde o engenho
divino
Esgotou seu poder criador,
Brasileiros, cantemos um
hino,
Hino feito de glória e amor.
Terra
ideal, de extensões infinitas,
Cheia
de ouro e de amor, Terra ideal,
Que,
amorosa e cativa, palpitas
Às
carícias de um sol tropical,
Pátria
amada, onde a luz tanto brilha,
Esplendores
são tantos os teus
Que
tu és a maior maravilha
Das
que existem criadas por Deus.
A esta Terra, onde o engenho
divino
Esgotou seu poder criador,
Brasileiros, cantemos um
hino,
Hino feito de glória e amor.
Pátria
amada, tão pródiga e rica,
E
de quem nenhum filho descrê,
Pátria
amável, a quem se dedica
Todo
aquele que um dia te vê,
Se
ao teu brilho se juntam mais brilhos,
Como
a um sol vêm juntar-se mais sóis,
Agradece-o
também aos teus filhos
Pelo
afeto tornados heróis.
A esta Terra, onde o engenho
divino
Esgotou seu poder criador [...]
Francisca Júlia, Alma
Infantil (Rio de Janeiro: s.e., 1912), pp 172-174.