Minicursos 4, 5, 6

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Participantes de fora do Brasil, entrar em contato com a comissão organizadora jornadas.mulherdis@gmail.com

Sexta-feira (18/11) – 9h às 12h

4) MULHERES ENCARCERADAS: GÊNERO, RAÇA E CLASSE EM RELAÇÃO COM A REPRODUÇÃO SOCIAL

Luciana Vinhas (UFRGS/UFPel)

MODALIDADE: presencial com possibilidade de participação remota

Local: Sala CL14 – IEL; o link para acesso à sala virtual será enviado por email às pessoas inscritas no minicurso

Resumo: Neste minicurso, temos o objetivo de discutir sobre elementos que dão sustentação aos discursos sobre e das mulheres em situação de privação de liberdade no sistema carcerário brasileiro, atentando para a forma como a reprodução social é aí mobilizada. Para atingir o objetivo proposto, faremos uma discussão em torno de três eixos norteadores, sustentados pela sobredeterminação entre gênero, raça e classe: (i) a situação das mulheres e da reprodução social na constituição da formação social capitalista; (ii) o funcionamento das prisões enquanto elemento constitutivo da instância jurídico-política do Estado; e (iii) relações entre aprisionamento e reprodução social nas análises de discursos de mulheres encarceradas. Tais coordenadas sociais, históricas e ideológicas serão mobilizadas a partir de análises de entrevistas realizadas com mulheres encarceradas e, principalmente, do documentário Leite e ferro (2011), dirigido por Claudia Priscilla, que aborda a rotina de mulheres no extinto Centro de Atendimento Hospitalar à Mulher Presa, do Estado de São Paulo, em 2007. A Análise Materialista de Discurso é o referencial teórico-analítico da proposta, somente possível de ser sustentada pela forma como a teoria das formações sociais e de suas transformações constitui seu quadro epistemológico. Os principais conceitos mobilizados para a discussão são de pré-construído e de discurso transverso, através dos quais conseguimos compreender materialmente como os discursos sobre/das mulheres encarceradas se constituem. 

5) EU, MULHER FEMININA X NÓS, MULHERES FEMINISTAS: LUGARES DE ENUNCIAÇÃO EM DISPUTA NOS DISCURSOS DE MULHERES COM BOLSONARO

Evandra Grigoletto (UFPE)

MODALIDADE: presencial sem possibilidade de participação remota

Local: Sala de Videoconferência – Centro Cultural – IEL

Resumo: O minicurso se propõe a discutir os lugares de enunciação que tenho chamado de “Eu, mulher feminina e nós, mulheres feministas”, que são colocados em disputa no discurso de mulheres bolsonaristas. Entendo que esses dois lugares de enunciação funcionam de forma contraditória, já que o “eu” aponta para um lugar individualizante, que busca apagar as conquistas do “nós”, resultado da luta coletiva dos movimentos feministas. O minicurso se propõe a discutir os lugares de enunciação que tenho chamado de “Eu, mulher feminina e nós, mulheres feministas”, que são colocados em disputa no discurso de mulheres bolsonaristas. Entendo que esses dois lugares de enunciação funcionam de forma contraditória, já que o “eu” aponta para um lugar individualizante, que busca apagar as conquistas do “nós”, resultado da luta coletiva dos movimentos feministas. De um lado, as mulheres femininas: auto empoderadas, conservadoras, mulheres de verdade, que defendem a Pátria, a família e o armamento; de outro, as mulheres feministas: empoderadas pela luta coletiva, progressistas, mulheres que adoram um “mimimi”, se colocam como vítimas, defendem o aborto e um modelo de família não baseado necessariamente na hetenormatividade. Assim, nesse jogo entre o “eu” e o “nós”, vão se produzindo os processos de identificação que levam essas mulheres a se identificar com o gênero feminino, mas rechaçar a luta do movimento feminista. Ao sofrer cegamente as determinações dos engodos ideológico e tecnológico (GRIGOLETTO, 2021), as mulheres eleitoras de Bolsonaro reproduzem um discurso machista, conservador e heteronormativo, ao enunciarem de um lugar individualizante. 

6) PODER, BATOM OU SALTO ALTO: NEOLIBERALISMO E DISCURSOS FEMINISTAS

Laís Virgínia Alves Medeiros (CNPq/Unicamp)

Raquel Noronha Siqueira (Unicamp)

MODALIDADE: presencial sem possibilidade de participação remota

LOCAL: Miniauditório – Centro Cultural – IEL

Resumo: Ancorado teoricamente na análise do discurso de linha materialista (PÊCHEUX, 1975, 1969), este minicurso fomentará algumas reflexões a respeito das relações entre o neoliberalismo e os discursos feministas. Num primeiro momento, serão apresentados alguns dos fundamentos teóricos e analíticos da Análise do Discurso (ORLANDI, 2007), tais como texto, discurso, ideologia, relações de paráfrase e de polissemia. Na sequência, serão apresentadas, de forma sintética, algumas concepções teóricas sobre gênero e feminismos, considerados em suas perspectivas históricas e em seus desdobramentos. Essa introdução teórica servirá como fio condutor para análises de diferentes materialidades (como anúncios publicitários, publicações em redes sociais, etc.) a fim de identificar como diferentes discursos feministas são atravessados pela dominância da ideologia neoliberal (GUILBERT, 2020), com base em Aruzza, Bhattacharya e Fraser (2019), Beck (2021), Federici (2019), Fraser (2009), Noronha (2020), entre outras. A teorização apresentada pelas mediadoras tem como objetivo fundamentar o exercício de análise e as reflexões que serão desenvolvidas como atividade de encerramento, a fim de oportunizar uma articulação entre as noções da Análise do Discurso e as diferentes materialidades cotidianas que fazem menção, explícita ou implicitamente, às questões de gênero e aos feminismos. O minicurso é voltado ao público em geral, para pessoas com interesse na temática dos feminismos, sem necessidade de conhecimento teórico prévio.