Literatura Infantil (1880-1910)
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A borboletaTrazendo
uma borboleta, Volta
Alfredo para casa. Como
é linda! é toda preta, Com
listas douradas na asa.
Tonta,
nas mãos de criança, Batendo
as asas, num susto, Quer
fugir, porfia, cansa, E
treme, e respira a custo. Contente,
o menino grita: “É
a primeira que apanho, Mamãe!vê
como é bonita! Que
cores e que tamanho!
Como
voava no mato! Vou
sem demora pregá-la Por
baixo do meu retrato, Numa
parede da sala.”
Mas
a mamãe, com carinho, Lhe
diz: “Que mal te fazia, Meu
filho, esse animazinho, Que
livre e alegre vivia?
Solta
essa pobre coitada! Larga-lhe
as asas, Alfredo! Vê
como treme assustada... Vê
como treme de medo...
Para
sem pena espetá-la Numa
parede, menino, É
necessário matá-la: Queres
ser um assassino?”
Pensa
Alfredo... E, de repente, Solta
a borboleta... E ela Abre
as asas livremente, E
foge pela janela. “Assim,
meu filho! perdeste A
borboleta dourada, Porém
na estima crescente De
tua mãe adorada... Que
cada um cumpra a sorte Das
mãos de Deus recebida: Pois
só pode dar a Morte Aquele que dá a Vida.” |
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