Categoria: Eventos

3º Colóquio Linguagens, tecnologias, pós-humanismo/humanidades – Vídeos

As seguintes gravações são das apresentações feitos no 3º Colóquio Linguagens, tecnologias, pós-humanismo/humanidades. Para mais informações, acessar este link.

Colóquio

O evento será totalmente on-line, transmitido no canal do Youtube do LiTPos que pode ser acessado por este link.

A participação é gratuita e serão fornecidos certificados de ouvinte.


Resumos/Abstracts


Twin Faces as Sites of Uncertainty in Algorithmic Image Cultures

Prof. Dr. Edward King (University of Bristol)

Twin faces function as blockages within the biometric facial identification interfaces that are binding humans with computational systems. In the process, they expose the identification systems central to neoliberal power in a digital age and invite us to think the human-computer interface differently. In this article, I explore how these blockages constitute moments of uncertainty in the datafication of identity through a study of the performance of identical twinship as a form of mask or act of strategic invisibility on social media in the context of biometric surveillance. The uncertainty of these events is echoed by other uses of the trope of twinship as a method for navigating algorithmic image cultures, including the location of “twin strangers” on online image databases and the practice of the “twin selfie.” These deployments of the trope of twinship clash with the dominant social media logic of what Wendy Chun (2018) terms “homophily” which consolidates social divisions through a production of sameness and stasis. Unlike homophily, twinning here is characterised by a dynamic disequilibrium

Repensando os letramentos pela perspectiva pós-humanista

Prof. Me. Mario Marcio Godoy Ribas (UFMS)

O pós-humanismo não apenas convida a repensar a unidade básica de referência para o ser humano e as ciências humanas, como expande o conceito de (prática) social para abranger os seres humanos e os agentes não-humanos interagindo socialmente de forma mais horizontal e simétrica. A pesquisa sobre letramentos, diante dessa nova forma de olhar para o mundo, exige uma nova proposta teórica que supere binarismos usuais nesse campo de estudo tais como digital/analógico e múltiplos/único, entre outros. Portanto, esta apresentação propõe uma reflexão sobre o conceito de letramentos como práticas sociais sob uma perspectiva pós-humanista, considerando novas ideias vigentes na literatura sobre pós-humanismo, agência, cognição e subjetividade. Utiliza-se de autores pós-humanistas como Rosi Braidotti, Karen Barad e Nancy Hayles. O resultado dessa reflexão teórica indica que os significados constitutivos dos letramentos não são isolados em unidades como palavras ou ideias de significantes, mas sim na rede material-discursiva construída por intra-ação.

Um diálogo pós-humano entre Michel Foucault e Bruno Latour: uma proposta teórico-metodológica

Me. Paulo Noboru de Paula Kawanishi

Pensar na constituição de um ciborgue, como uma figuração do sujeito pós-humano, desdobra-se em um movimento de conseguir apreender o papel dos não-humanos no que depois se transforma em uma amalgama de relações. Entendendo o sujeito como um indivíduo capturado por uma rede heterogênea cujo objetivo é conduzi-lo, como pensado por Michel Foucault, abre-se uma possibilidade para se pensar o ciborgue. Contudo, ainda se estaria distante dos objetos tecnológicos que passam a fazer parte de e atuar sobre seus corpos. Por isso, propomos um diálogo entre alguns conceitos Foucaultianos com alguns advindos do trabalho do filósofo Bruno Latour. Dessa forma, montamos um aporte teórico-metodológico útil para os estudos sobre o sujeito pós-humano. Nessa apresentação, proponho discutir como esse diálogo funciona, levantando os pontos de encontro de ambos os autores. No fim, apresentaremos uma breve análise exploratória com o intuito de ilustrar a aplicação desses conceitos.

Inteligência artificial, mídias sociais e desinformação: encontro com Raquel Recuero e Rodrigo Lima-Lopes

Essa live aconteceu em 16/10/2020 no perfil do Facebook do GT de Linguagem e Tecnologia da Associação Nacional de Pós-graduação em Letras e Literatura (ANPOLL). O video foi gentilmente cedido pela coordenação do GT para que pessoas que, como eu, não usam FB, possam assistir.

Foi muito interessante notar como a fala da Raquel e a minha se complementaram, mesmo sem combinação prévia. A minha mais filosófica/reflexiva, buscado pensar o problema da desinformação nas mídias sociais a partir da segunda onda da cibernética (a Mente cibernético-ecológica de Norbert Wiener) do conceito de cognição inconsciente proposto por N. Kathrine Hayles. Tudo isso pra dizer que quem desinforma não é o sujeito, mas o sujeito com o seu ambiente, e quem precisa se responsabilizar pela toxicidade que está matando os modos de veridicção dos quais a democracia depende é quem explora esse ambiente comercialmente.

Registro meu agradecimento ao GT pela oportunidade de debater esse assunto com o Rodrigo e a Raquel, ambos excelentes pesquisadores de processos comunicacionais e discursivos em mídias sociais.

Cibernética e linguagem na conversa do wetware

“LINGUÍSTICA LIVE | SEASON ONE” – Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina. Coordenação Prof. Atílio Butturi Junior
12 Jun, 2020

Link para uma minha cópia pessoal (não requer cadastro em sites de mídia social)

DUAS IDEIAS PARA ESTICAR A LÍNGUA DO ANTROPOCENO

Apresentação do Prof. Marcelo Buzato no II Colóquio Internacional Antropocénico, Biopolítica e Pós-Humano, organizado por Davide Scarso, José Luís Câmara Leme, e Atilio Butturi Junior. Realizado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa e Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFSC. Lisboa, 26 e 27 de setembro de 2019. Para mais informações, você pode visitar o site ou a página do Facebook


Resumo: Uma implicação importante do Antropoceno (e do pós-humanismo) para os estudos da linguagem é que a perda da excepcionalidade do Humano em relação aos demais seres da “natureza” implica o enfraquecimento da posição da língua(gem) como elemento distintivo e hierarquizante entre nós e nossos outros não humanos. Derivada disso, nos é colocada a pergunta sobre como renegociar o conceito de língua(gem) de tal modo a abarcar o modo como os seres humanos e não humanos negociam sentidos no que agora vemos como uma mesma história. Trago para este evento duas ideias que considero promissoras. A primeira, do filósofo e ecologista David Abraham, é a de que nossa língua é a mesma língua dos bichos e das coisas quando nos atemos à sua força expressiva, e não à camada de significados abstratos fixados por convenção na língua saussuriana. A segunda, trazida do materialismo relacional de Bruno Latour, é a de que precisamos de uma língua que nos permita estabelecer um diálogo ético com Gaia. Tal língua seria composta por representações artísticas e sistemas de sensoriamento cibernético capazes de nos afetar emocionalmente e racionalmente. Ilustro com exemplos de pesquisas e textos/imagens compatíveis como essas duas direções.