“[…] o questionamento da solidariedade entre o logocentrismo e o falocentrismo tornou-se hoje urgente – revelando o destino da mulher, seu soterramento – por ameaçar a estabilidade do edifício masculino que se fazia passar por eterno-natural; fazendo surgir, do lado da feminilidade das reflexões, hipóteses necessariamente desastrosas para o bastião que ainda detém a autoridade. O que aconteceria ao logocentrismo, dos grandes sistemas filosóficos, da ordem do mundo em geral, se a pedra sobre a qual sua igreja foi fundada se esfarelasse?” (Cixous, Héléne in Sorties, 1975, p 75 – tradução nossa)

Ao longo do último ano, o grupo Nomear monstros, escrever saídas se engajou em promover uma série de questões visando interrogar uma psicanálise orientada exclusivamente por um viés falo-logocêntrico. Ou seja, problematizando uma teoria que se suportaria na preservação do falo como significante último e, por consequência, de um pensamento “homem-centrado”. Dando continuidade a este trabalho, propomos para 2024 a leitura, tradução e discussão do texto de Hélène Cixous, Sorties (1975).

Algumas questões nos acompanham: é possível vislumbrar uma saída para isto que parece ser estrutural na ordem da linguagem? E o que seria, afinal, uma saída? Onde encontrá-la? Como construí-la? Ou ainda: com qual idioma poderemos, finalmente, escrevê-la?

Coordenadoras: Keylla Barbosa (keyllafb@yahoo.com.br), Marcela Maria Azevedo (marcelaazevedo@live.com) e Tainá Pinto (tainahop@gmail.com)

Datas: 12/04, 10/05, 14/06, 09/08, 13/09, 18/10

Horário: 14h

Encontro via googlemeet

Inscrições: enviar e-mail para tainahop@gmail.com

Referências Bibliográficas

Cixous, H. Sorties (1975). In : Le rire de la méduse : et autres ironies. Paris: Galilée, 2010.
Cixous, H. Le rire de la méduse (1975). In : Le rire de la méduse : et autres ironies. Paris: Galilée, 2010.
Cixous, H. Idiomas da diferença sexual. Coimbra: Palimage, 2018.
Derrida, J. O monolinguismo do outro. Ou a prótese de origem. Porto: Campo das letras, 2001.
Derrida, J. Cartão postal. De Sócrates a Freud e além. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2007.
Lacan, J. “A significação do falo” (1958). In: Escritos. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Lacan, J. De um discurso que não fosse semblante (1971). Rio de Janeiro: Zahar, 2009.
Lacan, J. Mais, ainda (1972-1973). Rio de Janeiro: Zahar, 1985.