Outrarte inicia atividades com a palestra
Formas teatrais em ‘A Tempestade’ de Shakespeare, proferida por
Sérgio de Carvalho

Dia 31/03, sexta-feira, 13:30h
Local: Anfiteatro IEL UNICAMP
Transmissão simultânea pelo https://www.youtube.com/watch?v=N8C3XNLYMD0&ab_channel=IELUnicamp

 

 

Grupos de estudos, pesquisa e trabalho

1)  Cifra, imagem, vazio; transfiguração. 

Em 2022 a expressão “Grupo de leitura e discussão” precedia “Por uma clínica do escrito”. O caminho percorrido inverteu a ordem. Três termos: cifra, imagem e vazio indicam um percurso, ou seja, uma mudança que se deu no e pelo funcionamento da leitura linha a linha do posfácio de Jean Allouch (2021) “Alteridade literal” ao seu texto anterior “Letra a letra” (1984). Esse percurso nos autoriza acrescentar o termo transfigurar ao tríptico proposto por Allouch: transcrever, traduzir e transliterar em 1984, uma vez que o caminho percorrido levou à seguinte questão: qual o estatuto e a potência da imagem e sua relação ou não-relação com a leitura? Três + 1: cifra, imagem, vazio + espaços e tempos da clínica do escrito. Trama singular de espaço e tempo, no dizer de Didi Huberman. Aos termos da leitura de Allouch se trança o nosso “trans”: transfiguração. Questões a serem trabalhadas em 2023:
O estatuto da cifra, ou a “cor significante”, real no simbólico O estatuto “agido” e a “potência” da imagem A vacuidade do objeto e a incorporeidade de sua erótica singular: a contribuição da lógica dos estóicos. Propomos tomar essa dança 3+1 entre-textos como trabalho para o ano de 2023, mantendo encontros semanais de leitura linha a linha de um texto estabelecido, guardando espaço para seu atravessamento por demais leituras.

Textos:
Allouch, J. Letra a letra (1984)
Allouch, J. Alteridade literal (2021)
Allouch, J. O Outrossexo: não existe relação heterossexual, (2022).
Benjamin, W. Passagens, (2006)
Benjamin, W. Magia e técnica, arte e política. Pequena história da fotografia. (1994)
Bréhier, É. A teoria dos incorporais no estoicismo antigo, (2012)
Didi-Huberman O que vemos, o que nos olha, (1998)
Lacan, J. “Homenagem a Marguerite Duras pelo arrebatamento de Lol V Stein”, Outros Escritos, (2003)
Lacan, J. “Radiofonia”, Outros Escritos, Jorge Zahar Editor, 2003. Lacan, J. “Lituraterra”, Outros Escritos, Jorge Zahar Editor, 2003.
Lacan, J. “Introdução à edição alemã de um primeiro volume dos Escritos”, Outros escritos, (2003)
Viltard, M. Falar com as paredes – notas sobre a materialidade do signo, Revista Literal, no 7, 2004

Grupo proponente: Adeane Fleury, Carlota Zilberleib, Gabriel Lima de Oliveira, Gloria Carvalho, João Paulo Ayub Fonseca, Maria Letícia de Oliveira Reis, Nina Virgínia de Araújo Leite, Ricardo Pacheco, Tamara Pellizzari Ferrari.

Encontros às quartas

Horário: 13:30 às 15:00 por Zoom
Interessados devem enviar mensagem para ricardoazevedopacheco@yahoo.com.br 

 

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2) Grupo de Trabalho: Elipsi – Espaço Linguagem e Psicanálise

Coordenadoras:  Conceição Azenha e Raquel Aguiar

O Elipsi tem por objetivo amplo promover o estudo e a discussão sobre as patologias na infância e a estruturação subjetiva; delimita neste momento o seu interesse nos estudos e atendimento precoce de crianças com dificuldades na função da fala e no campo da linguagem.

No ano de 2023 não pretendemos fazer mudanças no funcionamento do grupo, mas nos sentimos motivados a priorizar a questão do atendimento clínico o que implicará na busca mais ativa de parcerias que nos encaminhem crianças a serem atendidas e no maior envolvimento com a prática clínica seja no atendimento, na supervisão, ou no próprio processo de busca das parcerias.

O desenvolvimento conjunto de atividades de estudos e atividades clínicas visa abordar os conceitos psicanalíticos a partir de questões sobre os aspectos clínicos, éticos e práticos. Nesse sentido, o Elipsi também oferece, eventualmente, cursos de extensão, nos quais visa abrir a discussão de temas sobre o infantil, a criança e a linguagem no campo da psicanálise.

A prática clínica tem como diretrizes básicas:

  1. Intervir precocemente e possibilitar o acesso da criança, e seus pais, a um tratamento psicanalítico. As possibilidades de atendimento são priorizadas para crianças de até seis anos de idade.
  2. Oferecer assessoria aos trabalhos realizados com crianças em instituições.

Os atendimentos de crianças são oferecidos por participantes do Elipsi considerados em condição de realizar essa prática, ou seja, que já tenham um percurso de formação psicanalítica que envolva a análise pessoal.

As modalidades de atividades dos participantes do Elipsi são as seguintes:

  • Atendimento clínico: restrita para os participantes que já tenham um percurso de formação psicanalítica.
  • Atividade de estudos: é aberta a todos os participantes. Tem por objetivo a discussão de textos que fundamentem teoricamente a clínica com crianças e que partam da discussão de sua prática.
  • Discussão clínica: atividade para os participantes que realizam atividade clínica. Discussão de questões surgidas a partir dos atendimentos clínicos realizados, ou de casos da literatura psicanalítica.
  • Supervisão e atendimento clínico: os participantes que se encarregarem de atender os casos necessariamente deverão, em algum momento, realizar supervisão e posteriormente levar para a reunião de discussão de casos. Não ficará determinado previamente qual será o supervisor, uma vez que a supervisão se faz pela e na transferência. O que é importante é que o grupo escutará os efeitos da supervisão para a condução daquele caso. Nesse sentido, o participante encarregado do atendimento do caso poderá escolher um supervisor de fora do Elipsi. A supervisão é individual. Todos que realizam atendimentos precisam agendar a supervisão com o supervisor escolhido em horários fora dos espaços de reunião.

O ingresso de novos participantes se dará a partir de um processo composto de duas entrevistas que serão realizadas por membros do Elipsi, com o objetivo de avaliar de quais atividades o interessado pode participar.

As reuniões do Elipsi ocorrerão mensalmente desdobrando-se em dois momentos:

  • das 13:30h às 14:30h com discussão de casos que estão sendo atendidos no Elipsi ou discussão de casos da literatura psicanalítica;
  • das 14:30h às 15:30h com discussão teórica sempre buscando articulação com o tema principal do Outrarte para o ano de 2023.

Contatos:

Datas das reuniões de 2023 (sempre na primeira sexta-feira do mês): 3 de março, 5 de maio, 2 de junho, 7 de julho, 4 de agosto, 1º de setembro, 6 de outubro e 1º de dezembro.

Bibliografia (casos da literatura):

  • “Caso Robert”: LACAN, Jacques. O Seminário, livro 1: Os escritos técnicos de Freud. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1986.
  • “Caso Joey”: BETTELHEIM, B. A fortaleza vazia (1967). São Paulo: Martins Fontes, 1987.
  • “Caso Dick”: Melanie Klein
  • “Seminário de psicanálise de crianças”, de Françoise Dolto

Bibliografia (textos fundadores):

  • “Análise de uma fobia em um menino de cinco anos”, Freud, 1909.
  • “Os complexos familiares na formação do indivíduo”, Lacan, Outros Escritos;
  • “Nota sobre a criança”, Lacan, Outros Escritos;
  • “Crianças na psicanálise: clínica, instituição, laço social”, Angela Vorcaro;
  • “A Primeira Entrevista em Psicanálise”, Maud Mannoni;
  • “O brincar e a realidade”, D.W. Winnicot;

 

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3) Seminário ENTRE

Dando continuidade à leitura do texto O aturdito de Jacques Lacan, pretende-se nesse ano instituir um novo modo de abordá-lo, desta vez destacando temas e questionamentos que fundamentam os principais avanços teóricos e clínicos que dele derivam. Os encontros continuam acontecendo mensalmente e via Zoom. Os interessados devem entrar em contato com nviginia@uol.com.br

Datas: 17/03; 14/04; 12/05; 16/06; 14/07; 11/08; 15/09; 13/10

Horário: 13h30 às 15h30

Plataforma Zoom

Solicita-se que os participantes se responsabilizem pela leitura prévia do texto de Lacan.

Responsáveis: Cláudia Lemos e Nina Leite

Interessados devem entrar em contato com nvirginia@uol.com.br

 

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4) Viagem ao fim da noite – literatura portuguesa: psicanálise, labirinto e saudade

Responsável / coordenador:

Dr. Marlon Augusto Barbosa (UFF) – marl.augustbarbos@gmail.com

 

Descrição: “– A história é um pesadelo de que tento despertar-me”. Essa citação é uma fala de Stephen Dedalus, retirada da primeira parte (“Telemaquia”) do Ulisses, de James Joyce. A frase diz respeito não apenas à História (irlandesa, no caso de Joyce), mas também à história pessoal do personagem. Retomada aqui como epígrafe, a declaração de Stephen aponta para aquilo que, na Literatura Portuguesa, tem sido sempre uma espécie de trauma ou até mesmo obsessão: compreender, representar ou até mesmo reescrever, por vezes, a História e as histórias. Partindo dessa premissa, o objetivo desse grupo de estudos é, a partir da leitura de alguns romances produzidos depois do 25 de abril de 1974, entender como a Literatura Portuguesa elabora, com o fim da ditadura salazarista, um certo “despertar” traumático; levantando temas e problemas como, por exemplo, a questão da perda que, de diferentes modos – seja em relação ao amor, à família ou à identidade –, sempre se movimenta em direção a um: o que fazer com o que resta, com isso que sobra dessa grande noite? A proposta desse ano é dar continuidade ao grupo de estudos de 2022.

 

Encontros: 19 de abril, 24 de maio, 21 de junho, 19 de julho, 23 de agosto, 20 de setembro e 25 de outubro.

Horário: 14 horas às 16 horas.

Local: Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense

 

O Labirinto da Saudade, de Eduardo Lourenço
O vale da paixão, de Lídia Jorge
A floresta em Bremerhaven, de Olga Gonçalves
Caderno de Memórias Coloniais, de Isabela Figueiredo
o nosso reino, de Valter Hugo Mãe
a máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe

 

Referencial bibliográfico

BRANCO, Lucia Castello (Org.). Shoshana Felman e a coisa literária: escrita, loucura, psicanálise. Belo Horizonte: Letramento, 2020.
BRAUNSTEIN, Néstor. Memoria y espantoMéxico: Siglo XXI, 2008.
CASSIN, Barbara. La Nostalgie. Quand donc est-on chez soi? Paris: Pluriel, 2015.
FIGUEIREDO, Isabela. Caderno de Memórias Coloniais. São Paulo: Todavia, 2018.
FREUD, Sigmund. Observações psicanalíticas sobre um caso de paranoia relatado em autobiografia: (“O caso Schreber”): artigos sobre técnica e outros textos. Tradução e notas de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
GONÇALVES, Olga. A floresta em Bremerhaven. Lisboa: Caminho, 1991.
JORGE, Lídia. O vale da paixão. Lisboa: D. Quixote, 1998.
LACAN, Jacques. Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
LOURENÇO, Eduardo. A Nau de Ícaro e imagem e miragem da Lusofonia. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
LOURENÇO, Eduardo. O Labirinto da Saudade. Lisboa: Gradiva, 2005.
MÃE, Valter Hugo. a máquina de fazer espanhóis. São Paulo: Cosac Naify, 2011.
MÃE, Valter Hugo. o nosso reino. São Paulo: Editora 34, 2012.

 

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5)  Grupo de trabalho: Trajetos das infâncias: silêncios, intervalos, criação….

Coordenação: Mariangela de A. Maximo Dias

O tema da criança e da infância é matéria prima do fazer psicanalítico. Freud assinalou que a rememoração de seus restos e o trabalho de construção que o acompanha constitui passagem obrigatória na travessia do que nos constitui, nos assombra ou ainda do que atesta, de modo singular, momentos que velam e desvelam a existência. O que resta da infância no adulto cumpre muitas voltas numa análise que enquanto experiência de subversão do sujeito do desejo convoca o atemporal do infantil, significante caro à investigação do campo da sexualidade, do sonho e do inconsciente.

As infâncias no plural colocam em apreensão imediata, e talvez, apressada, de que não há apenas uma infância, assim como não há um sujeito universal. Aqui essa pluralidade obedecerá a exploração sugerida por Rosana Khol Bines no seu livro “Infância, palavra de risco” que coloca como pergunta central “para onde nos arrastam as infâncias? E indica: “[…] a infância não coincide com a criança, não é um estado puro e apartado do mundo adulto, mas uma força especulativa acerca de experiências liminares”. O que está em jogo em as infâncias são experiências de passagem e precursoras de trajetos, momento em que algo passa a ser… A força especulativa das infâncias, segundo a autora, procede do que não cessa de nascer, sendo, desse modo, figura de nossa relação com a morte, do que se realiza no terreno da transitoriedade e da indeterminação.

A proposta desse grupo de trabalho implica a volta a um tema que me foi caro: a escuta dos pais dos bebês prematuros em UTI neonatal, tema de pesquisa no doutorado. Naquele momento a realização da escuta da experiência liminar vivenciada por aqueles que cercavam o bebê, ainda sem estar empossado de sua majestade no desejo dos pais, colocava de modo violento o abismo na passagem do não ser ao ser. Nomeada por alguns como campo da clínica da origem, o neonato prematuro constitui uma figura potente do abismo que cerca a entrada no mundo simbólico. A questão se renova nesse momento: para onde nos levam as infâncias? Qual a sua potência?

Datas:  17/03; 14/04; 12/05; 9/06; 11/08;13/10;10/11 Os encontros ocorrerão na segunda sexta-feira do mês

Horário: 10 às 11h30.

Plataforma Zoom

Os interessados podem fazer contato com o coordenador através do e-mail:  mariangelaamd@uol.com.br

Bibliografia:

AGAMBEN, G. Infância e História: destruição da experiência e origem da história. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.
ANSERMET, F. Clínica da origem: a criança entre a medicina e a psicanálise. Rio de Janeiro: Editora Contra-Capa, 2003.
BINES, R.K. Infância, palavra de risco. Rio de Janeiro: Numa Editora, 2022.
FREUD, S. ([1918] 1914) História de uma neurose infantil. In: FREUD, S. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. v.17. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
FREUD, S. (1937). Construções em análise. In: Obras incompletas de Sigmund Freud: Fundamentos da Clínica Psicanalítica. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.
GAGNEBIN, J.M. Sete aulas sobre Linguagem, memória e história. Rio de Janeiro: Editora Imago, 1997.
SOLER, C. O que resta da infância. São Paulo: Editora Escuta, 2018.

 

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6) Nomear monstros, escrever saídas

Coordenação: Keylla Barbosa, Marcela Maria Azevedo, Tainá Pinto

Do horizonte de uma pergunta norteadora – seria o inconsciente falocêntrico? -, passamos a um estudo da diferença sexual que possibilite pensar saídas ao falocentrismo. Hélène Cixous em “O riso da Medusa” afirma: “Quase toda história da escrita se confunde com a história da razão, da qual ela é ao mesmo tempo o efeito, o suporte, e um dos álibis privilegiados. Ela coincidiu com a tradição falocêntrica. Ela é, aliás, o falocentrismo que se olha, que se satisfaz de si mesmo e se felicita” (2022, p. 49). É ela quem desde a década de 1970 sugere o inevitável: explodir a Lei, até que se ouça o estrondo, na língua. Desse modo, este grupo almeja localizar portas, poéticas, passagens que favoreçam outras leituras da diferença sexual.

Propostas de temas a serem abordados a cada encontro:
1. Quem é o monstro?
“Um relatório para uma academia” (Franz Kafka) e “Eu sou o monstro que vos fala” (Paul B. Preciado)
2. Quem é Medusa?
“A cabeça de Medusa” (Sigmund Freud) e “O riso da Medusa” (Hélène Cixous)
3. De quem é o falo?
“A significação do falo” (Jacques Lacan)
4. De quem é a fala?
“Gênese, gênero, genealogia e o gênio” (Jacques Derrida)
5. Como ler a diferença?
“Contes de la différence sexuelle” (Hélène Cixous) e “Scènes des différences”
(Jacques Derrida e Mireille Calle-Gruber)
6. Quem escreve?
“O autor em verdade” (Hélène Cixous) e Seminário Livro 18, Lição IX – Um homem e
uma mulher e a psicanálise (Jacques Lacan)
7. O que é uma saída?
“Sorties” (Hélène Cixous)

Datas: Sempre às sextas-feiras:  24/03, 05/05, 02/06, 07/07, 04/08, 01/09, 06/10.

Horário: 13h30 às 15h

Os interessados devem entrar em contato com as coordenadoras pelo e-mail:
tainahop@gmail.com

Bibliografia

CALLE-GRUBER Mireille. Genèses, généalogies, genres : autour de l’oeuvre d’Hélène Cixous. Paris: Galilée Bibliothèque nationale de France, 2006.
CIXOUS, H. “Contes de la Différence Sexuelle” In: Lectures de la différence sexuelle. Paris : Des femmes, 1994.
CIXOUS H. Le rire de la méduse : et autres ironies. Paris: Galilée, 2010.
CIXOUS, H. O riso da medusa. Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2022.
CIXOUS, H. Poétique de la différence sexuelle, pour oublier, ne pas oublier, ne pas oublier d’oublier. Séminaire 1992-1993. Collège international de philosophie, 1994.
CIXOUS, H. “Sorties”. In: Le rire de la méduse : et autres ironies. Paris: Galilée, 2010.
COSTA, Ana e BONFIM, Flávia. “Um percurso sobre o falo na psicanálise: primazia, querela, significante e objeto a”. Revista Agora, vol 17, n° 2. Rio de Janeiro, 2014. https://doi.org/10.1590/S1516-14982014000200005
DERRIDA, J. “Fourmis”. In: Lectures de la différence sexuelle. Paris : Des femmes, 1994.
DERRIDA, J. Genèses, généalogies, genres et le géni : les secrets de l’archive. Paris: Galilée, 2003.
DERRIDA, J. Gêneses, genealogias, gêneros e o gênio. Lisboa: Editora Sulina, 2005.
DERRIDA, J. O monolinguismo do outro. Belo Horizonte: Edições Chão da Feira, 2016.
DERRIDA, J. Escritura e diferença. São Paulo: Perspectiva, 2014.
LACAN, J. “A significação do falo” (1958). In: Escritos. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
LACAN, J. O seminário, Livro 18: De um discurso que não fosse semblante. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
LACAN, J. O seminário, Livro 20: Mais, ainda. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
LACAN, J. O seminário, Livro 23: O sinthoma. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
PRECIADO, P. Eu sou um monstro que vos fala. Rio de Janeiro: Zahar, 2005

 

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7) Sob tempestade: Sófocles, Shakespeare e seus leitores

Coordenação: Flavia Trocoli (flavia.trocoli@gmail.com,), Markus Lasch (marklasch@gmail.com)  e Priscila Matsunaga (priscilamatsunaga@yahoo.com.br)

Para escutar a pergunta “o que queremos dizer com estar sob tempestade?”, o grupo de estudos propõe-se a ler o tema deste ano do Outrarte – “Sob tempestade, segregação e palavra por vir” – a partir de leitores da tragédia e do trágico. O ponto de partida será o ensaio seminal Beyond Oedipus, de Shoshana Felman, em que a autora distingue dois modos de dialogar com a tragédia e o trágico. Lendo Édipo Rei, Shoshana Felman mostra como Freud deu forma ao complexo, e lendo Édipo em Colono, como Lacan modificou a prática analítica.

Desdobraremos essa relação entre a teorização e a prática em autores como Freud, Marx, Lacan, Hélène Cixous, Shoshana Felman, Jacques Derrida.

Debruçados em Sófocles e em Shakespeare, intentamos discutir como esses leitores encontraram na tragédia e no trágico um modo de dizer a estrutura da análise, da cena, do fantasma, do tempo, do desejo, da luta e do luto.

DATAS: 24/03; 20/04 (quinta-feira, a confirmar); 19/05; 23/06; 21/07; 19/08; 22/09; 20/10 (sextas-feiras anteriores ao encontro mensal do Outrarte)

Horário: de 10h às 11h30.

Modo Remoto: via Google Meet

Inscrição: 25/02 a 05/03 via email flavia.trocoli@gmail.com

 

Bibliografia inicial

Ayaï! Le cri de la littérature, de Hélène Cixous
Espectros de Marx, de Jacques Derrida
Beyond Oedipus, de Shoshana Felman
Cartas a Fliess, de Sigmund Freud
Seminário 6, de Jacques Lacan
O 18 Brumário de Luís Bonaparte, de Karl Marx
A tempestade; A tragédia de Hamlet, de William Shakespeare
Ájax; Édipo Rei e Édipo em Colono, de Sófocles

 

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8) TEMPO E LITERATURA

Coordenação: Conceição Azenha (cissazenha@gmail.com) e  Gloria Monteiro de Carvalho (gmmcarvalho@uol.com.br)

O presente grupo é tributário de dois grupos criados em 2019: Tempo para Literatura e O Estádio do Espelho como formador da função do Eu.

O primeiro, coordenado por Vera Colluci, partiu do “tratamento que Freud deu ao texto literário Delírios e sonhos na Gradiva de Jensen (1907 [1906]), no qual reconhece que o “escritor verdadeiramente criativo tem a mente humana como seu legítimo campo de trabalho, sendo desde sempre um precursor da ciência” cujo objetivo era “criar um espaço de encontro com a leitura do texto de um autor criativo”, reconhecendo, com Freud que o ‘escritor verdadeiramente criativo tem a mente humana como seu legítimo campo de trabalho, sendo desde sempre um precursor da ciência’. Nesse sentido, o grupo funcionava com reuniões para leitura em voz alta de textos literários de autores previamente escolhidos, entendendo que “o escritor criativo oferece ao analista fonte de saber inconsciente e articulação teórica”.

O segundo, coordenado por Maria Teresa Lemos propunha, de forma coordenada aos encontros do Tempo para Literatura e a partir de uma oficina realizada no ano anterior “dar continuidade ao tema da temporalidade (ou temporalidades) que são partes fundamentais do dispositivo analítico e do modo operatório da própria teoria, como o “só-depois”, o “antes que”, e agora (no texto do “Estádio do Espelho”), o “precipitar-se” que faz parte da forma que toma o “eu”.”

Desde então, o grupo tem funcionado dessa maneira: um tempo para literatura, um intervalo que antes da pandemia era presencial e incluía café e prosa e, a seguir, um tempo para articulações teóricas com a psicanálise. Houve algumas reformulações e passou a ser um único grupo com o título “Tempo para literatura/Espaço do espelho” . Para Maria Teresa, tempo para esse trabalho precisava ter um fim e ela se desligou do grupo. Vera faleceu em 2020. No entanto, o desejo de prosseguir foi sentido por vários membros do grupo.

Segundo Vera Colucci, o trabalho deveria servir como um estímulo à pesquisa no sentido mais próximo possível da experiência própria ao leitor, que vai de um texto a outro, seguindo um fio que, na maior parte das vezes, é desconhecido, mas que vai se compondo. Este mesmo movimento dá margem a uma trama de questões que o impulsionam à escrita ou a novas leituras. Não menos importante era, para ela, incluir o prazer e o desprazer na leitura como elementos desse movimento de pesquisa, ao qual se juntaram ainda – sem que tivessem sido previstas originalmente – as questões surgidas da leitura em voz alta de cada qual e de cada um.

Nesse sentido, a proposta desse grupo é continuar a aposta de Vera e, com o grupo, escolher os textos literários e psicanalíticos para leitura e articulações teóricas.  Conceição Azenha e Glória Carvalho se propõem a coordenar os trabalhos que devem continuar uma vez por mês e no mesmo dispositivo: leitura em voz alta dos textos literários / intervalo / leitura em voz alta dos textos psicanalíticos e discussões/articulações.

Datas: 04/03, 01/04, 06/05, 03/6 e 01/07 (sempre os primeiros sábados de cada mês)

Horário:  das 9h às 10h e das 10h30 às 11h30.

Forma remota: via Google Meet

Bibliografia

BORGES, J. L. O Aleph. Companhia das Letras: 2008.
DOSTOIÉVSKI, F. O duplo. Editora 34: 2013.
SHAKESPEARE, W. A tempestade. Companhia das Letras: 2022.
LACAN, J. Shakespeare, Duras, Wedeking, Joyce. Assirio & Alvin: 1989.

 

 

 

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REUNIÕES MENSAIS DO OUTRARTE em 2023

(encontros preparatórios, em sua maioria pela Plataforma Zoom)

31/03 – presencial
28/04
26/05
30/06
28/07
25/08 – presencial
29/09
27/10

sempre às 13h30

22, 23 e 24 de novembro: Tema deste ano: “sob tempestade: segregação e palavra por’vir”

Interessados em participar das reuniões do Outrarte: enviar e-mail para outrarte@iel.unicamp.br