1) Seminário  ENTRE

O Seminário sustentado por Cláudia de Lemos (ctglemos@uol.com.br) e Nina Leite (nvirginia@uol.com.br) propõe a continuidade de suas atividades de leitura e discussão do texto L´Étourdit de Jacques Lacan em encontros mensais, nas seguintes datas:
12/03; 09/04; 07/05; 11/06; 02/07; 13/08; 10/09; 08/10. (sextas-feiras)
A atividade é aberta aos interessados, não sendo necessária inscrição prévia.
13h30 às 15h

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2) Grupo de Estudos sobre A lógica do fantasma

O grupo de estudos sobre a lógica do fantasma deve dar continuidade em 2021 aos encontros semanais (quarta-feira das 13:30 às 15:30hs). O objetivo dos encontros é a leitura e discussão de cada uma das sessões do seminário “A lógica do fantasma”, sendo que a apresentação de cada sessão do seminário fica a cargo de um dos membros do grupo. Textos complementares são indicados e disponibilizados pelos membros do grupo.
Os interessados devem entrar em contato com a coordenadora (nvirginia@uol.com.br) a fim de verificar a possiblidade de entrada.

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3) BEABHÁ D’UM ANALISTA

Maria Teresa G. de Lemos, Nina Virginia de Araújo Leite e Ricardo Azevedo Pacheco estão dizendo que haverá um BEABHÁ D’UM ANALISTA. A data e o horário serão informados pelo site do Outrarte e nas suas redes sociais.

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4) Psicanálise e (In)tradução

Coordenação: Marie-Lou Lery-Lachaume
Proposta:
Mobilizada pelo desejo de friccionar questões cruciais da Psicanálise e da Tradução, proponho desdobrar os cinco eixos seguintes:
1. A psicanálise como processo de (in)tradução? A tarefa do analisante e a do tradutor
2. Função e campo dos intraduzíveis na clínica psicanalítica
3. Experiências lacantropofágicas: a teoria psicanalítica à luz dos intraduzíveis
4. À escuta do significante que equívoca e da lalíngua [lalangue] que grunhe: saber-ouvir.
5. Interpretar o ab-senso [ab-sens]: a ética em jogo no ato do psicanalista e no do tradutor

Os interessados devem entrar em contato com a coordenadora pelo e-mail: marieloulerylachaume@yahoo.fr

SÁBADOS
Datas: 17 de abril, 19 de junho, 18 de setembro e 20 de novembro
Horário:10h às 12h30

Bibliografia:
ANDRADE, Oswald. A utopia antropofágica. São Paulo, Globo, 1990.
CAMPOS, Augusto de. Despoesia. São Paulo, Perspectiva, 1994.
______. “Entrevista”. In: Mnemozine, v. 4, 2007.
CAMPOS, Haroldo de. Transcriação. São Paulo, Perspectiva, 2010.
CASSIN, Barbara. (dir.). SANTORO, F.; BUARQUE, L. (org.) Dicionário dos intraduzíveis. Um vocabulário das filosofias. São Paulo: Autêntica Editora, 2018.
______. Éloge de la traduction : compliquer l’universel. Paris: Fayard, 2016.
DERRIDA, Jacques. Ulysse gramophone. Deux mots pour Joyce. Paris: Galilée, 1987.
______. Torres de Babel. Belo Horizonte: UFMG, 2006.
______. “O que é uma tradução “relevante” ? ”. In: ALFA, v. 44 – número especial “Tradução, desconstrução e pós-modernidade”, 2000.
KHATIBI, Abdelkébir. « Présentation ». In : Du bilinguisme, Paris, Denoël, 1985.
LACAN, Jacques. “Função e campo da fala e da linguagem”. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
______. “Televisão”. Outros escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
______. “O Aturdito”. In: Outros Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003.
______. O Seminário, livro 19: …ou pior. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2012.
______. O Seminário, livro 20: Mais, ainda. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.
______. Séminaire, livre 23 – L’insu-que-sait de l’une bévue s’aille à mourre [O Seminário, livro 24: O insucesso do inconsciente é o amor], 2009.
SOLER, Colette. Retour sur la “fonction de la parole”. Paris: Éditions nouvelles du champ lacanien, 2019.
SZENDY, Peter. Écoute. Une histoire de nos oreilles, précédé de Ascoltando par Jean-Luc Nancy. Paris, Éd. de Minuit, 2001.
VERAS, Viviane. Linguisterria: um chiste. Tese de doutorado (Unicamp). Campinas, 1999.

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5) O mercador, o príncipe e o general: exercícios de leitura em torno da dívida, da culpa e da ruína em Shakespeare.

Coordenadora: Priscila Matsunaga – primatsunaga@gmail.com

Data e horário: quinzenalmente às quartas-feiras. 14h às 16h. Início e término (previsão): abril a novembro de 2021.
Proposta:
Os temores presentes são mais fracos Do que as horríveis imaginações. Meu pensamento, onde o assassínio é ainda Projeto apenas, move de tal sorte A minha simples condição humana, Que as faculdades se me paralisam E nada existe mais senão aquilo Que não existe. (Macbeth, Ato I, Cena III) Lacan em O desejo e sua interpretação diz que a obra de Shakespeare é “uma espécie de cartografia de todas as relações humanas possíveis, mas com esse estigma chamado desejo como pedra de toque” (p.434). Se é possível recortar a obra do dramaturgo e ainda manter uma “milagrosa unidade de correspondência” como diz Lacan, proponho a leitura de três obras – O Mercador de Veneza (1596/1598), Hamlet (1599/1600) e Macbeth (1603/1607) – buscando percorrer as moções do desejo e os acordos, e principalmente os desacordos “entre o desejo e o campo do mundo” (p.434). Cada obra mobilizará um conjunto de textos teóricos que auxiliarão a leitura sem, contudo, buscar espelhamentos entre literatura e teoria. Pretendemos ler como o desejo e o seu movimento é formalmente acionado nas obras desembocando em considerações conhecidas à fortuna crítica de Shakespeare: a dívida de Antonio com Shylock expressa pela “libra de carne” aciona o campo do reconhecimento “humano” como contraposição à posição espúria destinada aos judeus. A peça possui uma forma distinta das tragédias Hamlet e Macbeth e que, assim, serão lidas pelo binômio culpa e ruína. Centraremos a leitura nas personagens principais, Antonio, Hamlet, Macbeth, buscando deixar à mostra a composição literária em torno dos aspectos sociais e culturais e conflitos próprios de cada peça; Shylock, Claudio e Lady Macbeth podem ser pensados como duplos em uma obra conhecida pelas referências metateatrais. As obras shakespereanas são conhecidas, ainda, pelas falas, muitas feitas como aparte, apresentando ao leitor ou espectador o pensamento das personagens. Interessa problematizar como os pensamentos, em tudo essenciais à ação e o universo conflitual das peças, são tratados como elementos conscientes por uma forma anterior ao drama burguês. Uma questão alinha a proposta: será que a teoria psicanalítica pôde ler traços do inconsciente nas obras de Shakespeare pois os momentos líricos da forma trágica (os pensamentos) fazem parte da sua composição, o que não observamos no drama? Como apresenta Peter Szondi (2004), o drama burguês retirou os elementos épicos e líricos e se fez ao circunscrever toda ação ao diálogo intersubjetivo. A tragédia elisabetana guarda, assim, muito mais semelhança com a tragédia grega – outra fonte de aproximações psicanalíticas – e com o drama moderno, estrutura que retoma elementos épicos e líricos. A proposta está organizada como um Grupo de Estudos e objetiva incentivar a leitura em dramaturgia e em alguns textos em psicanálise. O Grupo de Estudos, como atividade vinculada ao OUTRARTE, integrará as atividades do Projeto de Extensão “Laboratório Drama em Cena” da Faculdade de Letras da UFRJ.
Referências bibliográficas iniciais
FREUD, S. Arte, literatura e os artistas. Obras incompletas de Sigmund Freud. Belo Horizonte: Autêntica, 2015
FREUD, S. Moisés e o monoteísmo, Compêndio de Psicanálise e Outros textos (1937- 1939). São Paulo: Companhia das Letras, 2018.
LACAN, J. Introdução teórica às funções da psicanálise em criminologia. In: Escritos. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
LACAN, J. O seminário, livro 7: a ética da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 2008. LACAN, J. O seminário, livro 6: o desejo e sua interpretação. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.
SZONDI, Peter. Teoria do drama moderno (1880-1950). Tradução: Luiz Sérgio Repa. São Paulo: CosacNaify, 2001.
SZONDI, Peter. Teoria do drama burguês (século XVIII). Tradução: Luiz Sérgio Repa. São Paulo: CosacNaify, 2004.
Dramaturgia
SHAKESPEARE, W. O mercador de Veneza. Tradução Beatriz Viégas-Faria. Porto Alegre: L&PM, 2011.
SHAKESPEARE, W. A tragédia de Hamlet, príncipe da Dinamarca. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2015. SHAKESPEARE, W. Macbeth. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

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6) Pulsão de morte e vicissitudes das formas

Coordenadores: Flavia Trocoli (UFRJ) e Markus Lasch (UNIFESP)

Flavia Trocoli <flavia.trocoli@gmail.com>
Markus Lasch <marklasch@gmail.com>

Início: abril de 2021, encontros mensais, na sexta-feira consecutiva ao Seminário Entre e ao Grupo da Autobiografia, às 14h.

As primeiras linhas de Paisagens da memória: autobiografia de uma sobrevivente do Holocausto, 1992 [2005], de Ruth Klüger, serão o ponto de partida para os problemas que gostaríamos de mapear neste minicurso: “Morte e não sexo – este era o segredo que provocava sussurros entre os adultos e bem que gostaria de ouvir mais a respeito.” Se com essas linhas, no plano do enunciado, a escritora marcaria uma discordância fundamental com seu conterrâneo Sigmund Freud, no plano da enunciação e da leitura cerrada de sua escrita, é possível pensar que a obra de Klüger estaria enraizada no campo de problemas delineados em Além do princípio do prazer, de 1920, ponto de virada da leitura da realidade psíquica não somente a partir das pulsões sexuais, mas também das pulsões de morte. O ensaio freudiano apresenta como marca, também em sua fragmentação, um entrelaçamento entre evento histórico e evento biográfico, quais sejam: as consequências das atrocidades da Primeira Guerra Mundial e a perda de sua filha Sofia. A autobiografia de Klüger apresenta como marca uma longa elaboração “depois-de-Auschwitz”. Desta perspectiva, destaca-se que, nos textos a serem trabalhados por nós, a pulsão mortífera é berrada como desejo claro de eliminação vinda do Outro e será aí que buscaremos pensar como, por um lado, as formas respondem ao horror, convocando a palavra e a cultura, sem disfarçar, apagar, esquecer a barbárie, e, por outro, o silêncio, a ferida indelével impõem-se muitas vezes àqueles que, como lembra Primo Levi, “fitaram o rosto de Górgona” As discussões serão propostas a partir de fragmentos de obras como: Paisagens da memória, autobiografia de uma sobrevivente do Holocausto, 1992, de Ruth Klüger, Burned Child Seeks the Fire: a Memoir, 1984, de Cordelia Edvardson, rue Ordener, rue Labat, (1994), de Sarah Kofman, ou os já clássicos É isto um homem, 1947, Os afogados e os sobreviventes, 1986, de Primo Levi e A dor, 1985, de Marguerite Duras.

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7) Grupo de estudos “Autobiografia depois de Freud”: Hélène Cixous: dos nomes de ninguém ao hipersonho

Coordenação: Flavia Trocoli <flavia.trocoli@gmail.com>

Datas: 09/04; 07/05; 11/06; 02/07; 13/08; 10/09; 08/10. De 16h às 17:30h. Pelo Google Meet.

Os interessados deverão entrar em contato através do email: flavia.trocoli@gmail.com
No ano de 2020, o Grupo de Estudos “A autobiografia depois de Freud” tinha se proposto a ler Hyperrêve, 2006, de Hélène Cixous, no entanto, diversas contingências impuseram um mudança no trajeto e o grupo se deteve nos capítulos iniciais de Prénoms de personne, de Hélène Cixous, nesta obra de 1974, a autora, através da leitura via detalhe, de Freud, Hoffman, Poe e Joyce, propõe uma leitura da cena enunciativa que se desloca dos nomes do pai, como predomínio da dimensão significante, para os nomes de ninguém que alarga a dimensão de queda do sentido. Nos primeiros encontros de 2021, faremos uma passagem mais breve por esta obra teórico-crítica e nos deteremos na obra ficcional que ficara de lado em 2020. Em Hyperrêve, 2006, mas também em Ève s’évade, 2009, e Ruines bien rangées, 2020, pensaremos como o sonho e a literatura dão permissão tanto para fazer existir o que não existe, quanto para hospedar o retorno dos mortos e, assim, sonho e literatura, se submetem e dão forma às leis desconhecidas da vida: continuar a viver, é continuar a perder, mas também é incontornavelmente continuar a sonhar, a escrever, a ler. Discutiremos, então, como a sobreposição de cenas arruninadas – literárias, filosóficas e autobiográficas – está intimamente ligada à noção de uma sobrevida que se faz através da extração da letra e da reconstituição, sempre parcial ou erodida, daquilo que foi destruído.

Bibliografia:
CIXOUS, Hélène. Hyperrêve. Paris: Galilée, 2006.
Ève s’évade: la ruine et la vie. Paris: Galilée, 2009.
Ruines bien rangées. Paris: Gallimmard 2020.
FREUD, Sigmund. Conferências introdutórias sobre Psicanálise (Partes I e II). Edição Standard Brasileira das obras completas de Sigmund Freud. Volume XV.
SEGARRA, Marta (org). Hélène Cixous. Corolllaires d’une écriture. Paris: Presses Universitaires de Vincennes, 2019.

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8) Tempo de Literatura/Espaço do Espelho

Co-ordenação: Francisca Lier e Maria Teresa G. de Lemos (lemosteresamaria@gmail.com )

O grupo de trabalho propõe-se a realizar leituras – em voz alta entre os participantes – de textos de literatura e psicanálise.
A proposta original foi uma idéia de Vera Colucci que convidou Maria Teresa G. de Lemos para três encontros de leitura dos textos “O Espelho, Esboço de uma nova teoria da alma humana” de Machado de Assis e “O estádio do espelho como formador da função do eu” de J. Lacan . Após esses encontros, o desejo foi prosseguir e desde então o tema do espelho em Lacan tem orientado tanto a escolha quanto o modo de leitura de textos literários e psicanalíticos. Atualmente os textos sendo lidos são “Um nenhum cem mil” de Luigi Pirandello e “Agressividade em Psicanálise” de J. Lacan .
O trabalho do grupo acontece mensalmente. Desde meados de 2020 a leitura dos trechos passou a ser enviada alguns dias antes do encontro em áudios pelo Whatsapp, sendo que a leitura é realizada pelos participantes, que se alternam nessa função. A primeira parte do encontro é dedicada aos comentários da leitura do texto literário e, após um intervalo que originalmente era o nosso café, seguimos com os comentários da leitura do texto de Lacan. Na prática esses comentários muitas vezes se cruzam e se interceptam.
Segundo Vera Colucci, o trabalho deveria servir como um estímulo à pesquisa no sentido mais próximo possível da experiência própria ao leitor, que vai de um texto à outro, seguindo um fio que, na maior parte das vezes, é desconhecido mas que vai se compondo. Este mesmo movimento dá margem à uma trama de questões que o impulsionam à escrita ou à novas leituras. Não menos importante era, para ela, incluir o prazer e o desprazer na leitura como elementos desse movimento de pesquisa, ao qual se juntaram ainda – sem que tivessem sido previstas originalmente – as questões surgidas da leitura em voz alta de cada qual e de cada um.
Na ausência de Vera de Colucci, Francisca Lier passou a integrar a co-ordenação junto com Maria Teresa G. de Lemos.

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9) Tramas inconscientes

Coordenação

Lucas da Silva Arias (Letras, UNIPAMPA Jaguarão) – contato: ariaslucas26@gmail.com

Walker Douglas Pincerati (Letras EaD, UNIPAMPA Jaguarão) – contato: pincerati@gmail.com

Desejamos realizar exercícios de leituras de textos de Sigmund Freud para publicá-los no ciberespaço em formato de áudios (podcasts). Para isso, nos reunimos todas as sextas-feiras de manhã, das 8 às 11 horas, via Google Meet. Das 8 às 9 horas dedicamo-nos à leitura de um texto de Freud. Das 9 às 11 horas realizamos os exercícios de leituras e, quando uma estiver satisfatória, realizamos as gravações.

Queremos que os podcasts circulem em meios não psicanalíticos. A princípio, compartilharemos os áudios nas redes sociais (whatsapp e instagram) e em uma página na web; como a do CienciAção: Observatório de Divulgação Científica e Cultural da UNIPAMPA.

Todo podcast será gravado dentro das normas de roteiro já utilizadas no projeto TRAMAS-UNIPAMPA Alegrete (veja mais clicando aqui) e deverá ter qualidade de áudio. Dividiremos cada texto em vários podcasts, pois cada áudio deve ter 15 minutos de duração. A quantidade de pedaços em que um texto será dividido dependerá de seu tamanho, do ritmo dado a sua leitura e de como faremos os cortes.

Textos para 2021

Neste momento, exercitamos a leitura de Considerações atuais sobre a guerra e a morte (1914-15) para sua gravação. Iniciamos a leitura de Por que a Guerra? (1933) e, como efeito daquela leitura, colocamos no horizonte o Futuro de uma ilusão (1927). As traduções de Maria Rita Salzano Moraes, Paulo César de Souza e do Renato Zwick serão as utilizadas para as gravações.

 

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Contato para dúvidas: ‎outrarte@iel.unicamp.br