No dia 18 de setembro, às 16h – logo em seguida à reunião do Outrarte, no Anfiteatro do IEL, ocorrerá o lançamento do livro “A Inútil Paixão do Ser – figurações do narrador moderno” de Flávia Trocoli.  Os debatedores serão Cláudia de Lemos, Fabio Durão e Vilma Arêas.

 

imagem-02-04-15-14-52-00_aA INÚTIL PAIXÃO DO SER
FIGURAÇÕES DO NARRADOR MODERNO
Flavia Trocoli

ISBN 978-85-7591-328-4
Formato 16 x 23 cm – 148 pp
COLEÇÃO TERRAMAR

A tese defendida por Flavia Trocoli – e expressa já nas primeiras páginas de seu livro – vai mais além da análise dos modos de estar na linguagem de Clarice Lispector e Virginia Woolf. A essa tese subjaz a psicanálise como um modo de fazer, um modo de ler, que se relaciona ao modo como ela corta, analisa e interpreta os textos colocados em relação e em disjunção. E assim essa tese se enuncia: há um saber que não se sabe, um saber inconsciente, “exposto em ato no texto” da literatura e da psicanálise. Daí sua paixão pela ignorância, inútil paixão do ser. Daí seu apelo ao que Lacan chamaria de “saber em fracasso”, distinguindo esse “saber em fracasso” do “fracasso do saber”. Tomado como figura em abismo, esse “saber em fracasso” seria, para Lacan, o único método possível para a psicanálise ler a literatura. E é esse saber em fracasso que vemos operar nas leituras deste livro em que se lê Machado de Assis para ler Lúcio Cardoso e Clarice Lispector e em que se lê Lúcio Cardoso e Clarice Lispector para ler Virginia Woolf. Estamos diante de um livro sobre a escrita de duas mulheres acometidas pela inútil paixão do ser. E, no entanto, nele não se lê, nenhuma vez, a palavra “feminino”. Como a psicanálise, aquela que se apaga para ler lacanianamente o texto, o feminino aqui opera como uma forma de leitura em cortes e de amor em pedaços, mise-en-abime insistente de um saber em fracasso que, sem afirmar sua paixão, nem sua ignorância, redoa aos textos de Clarice e de Virgínia uma nova dignidade: aquela de quem quebra a palavra como “ato de amor à literatura”.

Página do livro na editora