Minicursos

Lista dos Minicursos do V CILH:

  1. A identificação das mãos inábeis em manuscritos dos séculos XVIII, XIX e XX
  2. Filologia: manipulação de acervos
  3. A presença da Morfologia nos dicionários da língua portuguesa
  4. Diachronic syntax (em inglês)
  5. Tópicos em semântica: a gramática do português brasileiro
  6. Línguas africanas e o português no Brasil: novos olhares sobre dinâmicas de contato
  7. O galego e as súas relacións coas línguas contíguas (em galego)
  8. Línguas românicas em extinção: o ladino e o francoprovençal
  9. Introdução à Sociolinguística Histórica: princípios e desafios
  10. Metodologia de pesquisa dialetal
  11. História e historiografias linguísticas
  12. Grego clássico e latim: variação, norma e contato linguístico na gramática antiga
Confira a lista de horários dos minicursos clicando aqui.

Minicurso 1:

A identificação das mãos inábeis em manuscritos dos séculos XVIII, XIX e XX

Afrânio Barbosa (UFRJ)
Huda Santiago (UEFS)
Objetivos:

Apresentação do conceito de mãos inábeis para breve discussão sobre graus de habilidade em escrita alfabética. Abordagem de exemplos de marcas de inabilidade em manuscritos dos séculos XVIII, XIX e XX visando a uma iniciação dos participantes no capacidade de identificar essas mesmas marcas em corpora histórico-linguísticos.

Itens do programa:
  1. A inabilidade em escrita: definições e critérios
  2. A construção de um contínuo de inabilidade em escrita
  3. Identificação de marcas de inabilidade em corpora histórico-linguísticos
    3.1 Século XVIII – cartas de comércio (de portugueses radicados no Brasil)
    3.2 Século XIX – atas (de africanos e afrodescendentes, na Bahia)
    3.3 Século XX – cartas pessoais (de sertanejos baianos)
Carga horária: 4 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

BARBOSA, A. G. Fontes escritas e história da língua portuguesa no Brasil: as cartas de comércio no século XVIII. In: LIMA, I. S.; CARMO, L. do (Org.). História social da língua nacional. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, p. 181-211, 2008. Disponível em http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/artigos/aj/FCRB_Historia_soc al_da_lingua_nacional.pdf.

BARBOSA, A. G. O controle de marcas de inabilidade na escrita alfabética e a identificação das mãos inábeis em corpora histórico-diacrônicos. Revista da ABRALIN, v.16, n.2, p. 19-43, Jan./Fev./Mar./Abril
de 2017. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/abralin/article/view/51997/32039

BARBOSA, A. G. Para uma história do português colonial: aspectos linguísticos em cartas do comércio. Tese (Doutorado em Língua Portuguesa) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.


MARQUILHAS, R. A faculdade das letras: leitura e escrita em Portugal no séc. XVII. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2000.


OLIVEIRA, K. Negros e escrita no Brasil do século XIX: sócio-história, edição filológica de documentos e estudo linguístico. 2006. 3 v. 1144 f. Tese (Doutorado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006.


PETRUCCI, A. La ciencia de la escritura: primera lección de paleografía. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica de Argentina, 2003.


SANTIAGO. H. da S. A escrita por mãos inábeis: uma proposta de caracterização. 2019. 2v. 722 f. Tese (Doutorado em Língua e Cultura) – Programa de Pós-graduação em Língua e Cultura, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2019.


SANTIAGO, H. da S.; CARNEIRO, Z. de O. N. Tratamento metodológico das mãos inábeis em corpora diacrônicos. In: CASTILHO, A. T. de. (Coord.). História do Português Brasileiro. v. 2. Corpus diacrônico do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2019. p. 92-119.

Minicurso 2:

Filologia: manipulação de acervos

Alícia Duhá Lose (UFBA)
Objetivos:

Fornecer aos participantes noções básicas para busca, acesso, seleção e manuseio de fontes primárias bibliográficas e documentais para pesquisas filológicas.

Itens do programa:
  1. Acervos, arquivos e bibliotecas como fontes para pesquisa filológica.
  2. Noções básicas de tipologia documental.
  3. Noções básicas de codicologia e bibliografia.
  4. Onde está o que eu procuro? Bases de dados: catálogos x inventários.
  5. Noções básicas de preservação, conservação e restauro.
  6. Digitalização de livros e documentos para pesquisa.
  7. Ética na pesquisa em acervos.
  8. O uso e o mau uso do fontes para pesquisa filológica.
  9. Exemplos de trabalhos com acervos para pesquisa filológica.
Carga horária: 8 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

BACELLAR, Carlos. Uso e mau uso dos arquivos. In: PINSKY, Carla Bassanezi (Org.). Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2005. p. 23-75.

BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Arquivos permanentes: tratamento documental. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2007.

BORDINI, Maria da Glória. Anais dos Encontros Nacionais de Acervos Literários Brasileiros. Cadernos de Centro de Pesquisas Literárias da PUCRS, v. 2-5, Porto Alegre, 1996; 1998; 2001; 2002.

CASSARES, Norma; TANAKA, Ana Paula (Org.). Preservação de acervos bibliográficos. São Paulo: Associação Brasileira de Encadernação e Restauro; Arquivo do Estado; Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2008.

DERRIDA, Jacques. Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Tradução Claudia Moraes Rego. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001. LOSE, Alícia Duhá et al. (Org.). Pesquisando acervos. Salvador: Memória e Arte, 2020. Disponível em: http://memoriaempapel.pro.br/resources/Pesquisandoacervos_v1_LIVRO_vers%C3%A3ofinal.pdf

LOSE, Alícia Duhá; MAZZONI, Vanilda Salignac de S. Manuscritos da Construção da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia e de outras Irmandades Religiosas da Bahia. Salvador: Memória & Arte, 2018. (Série Uma história escrita à mão, 3)

LOSE, Alícia Duhá; MAZZONI, Vanilda Salignac de S. Manuscritos do Antigo Recolhimento dos Humildes: documentos de uma história. Salvador: Memória & Arte, 2016. (Série Uma história escrita à mão, 2)

MAZZONI, Vanilda Salignac de S.; LOSE, Alícia Duhá; SILVA, Jorge A. Alves da. Um acervo raro: inventário da Biblioteca Monsenhor Manoel de Aquino Barbosa. Salvador: EGBA, 2013.

MELLO, Paula Maria C. de; SANTOS, Maria José Veloso C. da. Manual de conservação de acervos bibliográficos da UFRJ. Rio de Janeiro: UFRJ, SIBI, 2004.

MUNHOZ, Renata et al. Arquivos: onde filologia, diplomática e história se encontram. Revista do Arquivo, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 16, 2015.

PALETTA, Fátima Aparecida Colombo; YAMASHITA, Marina Mayumi. Manual de higienização de livros e documentos encadernados. São Paulo: Hucitec, 2004.

SILVA, Rubens Ribeiro Gonçalves (Org.). Preservação documental: uma mensagem para o futuro. Salvador: EDUFBA, 2012.

SOUZA, Eneida Maria de; TOLENTINO, Eliana da Conceição; MARTINS, Anderson Bastos. O futuro do presente: arquivo, gênero e discurso. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2012.

Minicurso 3:

A presença da Morfologia nos dicionários da língua portuguesa

Ieda Maria Alves (USP)
Bruno Maronezes (UFGD)
Objetivos:
  1. Mostrar de que forma a introdução das informações morfológicas variou ao longo da história da Lexicografia portuguesa, apresentando seus principais dicionários por meio de front matters, macro- e microestruturas;
  2. Analisar os dados morfológicos (tanto derivacionais como flexionais) introduzidos nesses dicionários, tanto na macroestrutura (classes de palavras, afixos, radicais greco-latinos) como na microestrutura (definições, exemplos, comentários relativos ao uso).
Itens do programa:
  1. a) Relações entre gramática e dicionário – informações gramaticais presentes nos dicionários de língua; b) Conceitos de macroestrutura, microestrutura, front matter; c) Apresentação de alguns dicionários da língua portuguesa: Bluteau (1712-28), Moraes Silva (1813), Vieira (1871 74), Freire (1957), Aulete (1958), Aurélio (1975), Houaiss (2001 e online).
  2. a) Apresentação da macroestrutura dos dicionários analisados; b) Elementos morfológicos (por vezes presentes) na macroestrutura dos dicionários: classes de palavras, afixos, radicais, elementos de composição.
  3. a) Apresentação da microestrutura dos dicionários analisados; b) Elementos morfológicos (por vezes presentes) na microestrutura dos dicionários: classes de palavras, flexão em gênero e número, flexão verbal.
  4. a) Importância dos exemplos e citações para a apreensão das informações morfológicas; b) Outras formas de apresentação de informações morfológicas: campos para informações gramaticais em geral; c) Evolução da apresentação das informações morfológicas ao longo da história da Lexicografia portuguesa.
Carga horária: 6 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

AULETE, Francisco Júlio Caldas. Dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Edição brasileira rev. e atual. Hamílcar de Garcia. Rio de Janeiro: Delta, 1958. 5 vol.

BLUTEAU, D. Raphael. Vocabulario portuguez e latino. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1712-1728. 8 vol. 2 supl.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.

FREIRE, Laudelino Oliveira. Grande e novíssimo dicionário da língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1957. 5 vol.

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro. Grande dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, 2001. (com versão online)

MORAES SILVA, Antonio de. Diccionario da lingua portugueza. 2. ed. Lisboa: Typ. Lacerdina, 1813.

VIEIRA, Frei Domingos. Grande diccionario portuguez ou thesouro da lingua portugueza. Porto: Ernesto Chardron e Bartolomeu H. de Moraes, 1871-74. 5 vol.

ALVAR ESQUERRA, Manuel. La enseñanza del léxico y el uso del diccionario. Madrid: Arco Libros, 2003.

ATKINS, B. T. Sue (ed.) Using Dictionaries. Studies of dictionary use by language learners and translators. Berlin: De Gruyter, 1998.

BEJOINT, Henri. Modern Lexicography: an introduction. Oxford: OUP, 2000.

BORBA, Francisco da Silva. Organização de dicionários. Uma introdução à Lexicografia. São Paulo: UNESP, 2003.

BUGUEÑO MIRANDA, Félix Valentín; BORBA, Laura Campos de (orgs.). Manual de (meta)Lexicografia. Goiânia: Espaço Acadêmico, 2019.

WELKER, Herbert Andreas. Dicionários. Uma pequena introdução à Lexicografia. Brasília: Thesaurus, 2004.

ZGUSTA, Ladislav. Manual of Lexicography. Praga: Academia, 1971.

Minicurso 4:

Diachronic syntax (em inglês)

Ian Roberts (Cambridge)
Objetivos:

This course will provide a general introduction to diachronic syntax from a Chomskyan minimalist perspective.

Itens do programa:
  1. Parameters in diachronic syntax
  2. Types of syntactic change
  3. Acquisition, learnability and change
  4. The dynamics of syntactic change
  5. Contact, creoles and change.
Carga horária: 8 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

Galves, C., M. Kato and I. Roberts (eds) 2019. Português Brasileiro, A Segunda Viagem Diacrônica. Campinas: Editora Unicamp.

Roberts, I. 2007/2021 Diachronic Syntax. Oxford: Oxford University Press.

Minicurso 5:

Tópicos em semântica: a gramática do português brasileiro

Ana Paula Quadros Gomes (UFRJ)
Objetivos:
  1. Apontar especificidades da gramática do Português Brasileiro em relação ao Português Europeu e a outras línguas quanto à semântica.
  2. Fazer um estudo de caso sobre algumas dessas especifidades semânticas, mostrando como a gramática normativa/ tradicional (e o ensino, por
    consequência) passam longe da realidade empírica da nossa língua.
  3. Mostrar ferramentas de investigação da semântica formal (métodos de acesso a julgamentos intuitivos ) e dar uma pequena amostra dos resultados que sua aplicação pode gerar.
Itens do programa:
  1. O sintagma nominal do PB
  2. O adjetivo no PB
  3. Modificadores de adjetivos
  4. Modificadores de eventos e classes acionais
Carga horária: 6 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

GOMES, Ana Quadros; SANCHEZ-MENDES, Luciana. Para conhecer semântica. São Paulo: Contexto, 2018.

GOMES, A. P. Q. (2018). Restrições aspectuais à distribuição do advérbio baixo ‘muito’. Cadernos de Estudos Lingüísticos, 60(1), 198-221.

GOMES, Ana Paula Quadros; DOS SANTOS DELDUQUE, Juliana. Um estudo sobre o licenciamento e a interpretação de ‘pouco’ em português do Brasil (PB)/A survey on the licensing and the readings of “pouco” in Brazilian Portuguese (BP). REVISTA DE ESTUDOS DA LINGUAGEM, v. 27, n. 3, p. 1489-1530.

PIRES DE OLIVEIRA, Roberta; ROTHSTEIN, Susan. Bare singular noun phrases are mass in Brazilian Portuguese. Lingua (Haarlem. Print)., v.121, p.2153 – 2175, 2011.

QUADROS GOMES, Ana Paula. A gramática dos adjetivos de grau no português culto. História do português paulista–modelos e análises. Campinas: Unicamp, p. 141- 169, 2011.

QUADROS GOMES, Ana Paula; MENDES, Luciana Sanchez. DEGREE MODIFICATION IN BRAZILIAN PORTUGUESE AND IN KARITIANA. REVISTA VIRTUAL DE ESTUDOS DA LINGUAGEM-REVEL, v. 13, n. 9, p. 5-32, 2015.

Minicurso 6:

Línguas africanas e o português no Brasil: novos olhares sobre dinâmicas de contato

Laura Álvarez (Universidade de Estocolmo)
Juanito Avelar (Universidade de Estocolmo)
Objetivos:

Nas últimas décadas, os estudos sobre o papel do contato com falantes de línguas africanas na formação do português brasileiro tiveram, entre os seus principais objetivos, sistematizar fontes escritas e orais e desenvolver métodos de análise para explicar a variação e mudança linguísticas que resultam do contato. Atrelado a esses objetivos, um outro ponto relevante tem sido a tentativa de (re)construir a história do português brasileiro, contrastando os resultados de pesquisa com aqueles obtidos pela observação de contextos interculturais e linguísticos comparáveis, no intuito de integrar os estudos sobre variedades africanas e brasileiras do português para explicar os mecanismos e processos no eixo África-Brasil. A proposta deste curso é oferecer e discutir um panorama sobre os estudos do contato entre o português e as línguas africanas no Brasil, articulando fontes e metodologias que poderão ampliar as análises linguísticas em torno das dinâmicas de contato estabelecidas na formação do português brasileiro. Para isso, iremos apresentar fontes que ainda não foram suficientemente exploradas, como entrevistas realizadas nas décadas de 70 e 80 na comunidade do Cafundó e as letras de alguns dos primeiros sambas cariocas no início do século XX. A partir de tais fontes, iremos propor diferentes possibilidades de análise e perguntas de pesquisa que visam enriquecer a abordagem linguística à luz de perspectivas interdisciplinares.

Itens do programa:
  1. Panorama sobres os estudos sobre o contato entre o português e as línguas africanas.
  2. Fontes para os estudos do contato entre o português e as línguas africanas.
  3. Novas fontes e perguntas de pesquisa.
Carga horária: 6 horas
Limite de inscrições: 20
Bibliografia:

Alkmim, Tania e Laura Álvarez López (2009). Registros da escravidão: as falas de pretos-velhos e de Pai João. Stockholm Review of Latin American Studies 4(37-48).

Álvarez López, Laura (2008). Fontes escritas como documentação do português falado por africanos e afrodescendentes no Brasil. Em C. A.Gonçalves & M. L. Leitão de Almeida (orgs.). Língua portuguesa: identidade, difusão e variabilidade. Rio de Janeiro: AILP (287-302).

Álvarez López, Laura e Juanito Avelar (2018). Introduction. Em L. Álvarez López, P. Gonçalves e J. Avelar (orgs.). The Portuguese Language Continuum in Africa and Brazil. Amsterdam: John Benjamins (1-16).

Álvarez López, Laura e Juanito Avelar (2020). Verbos de origem africana no português do Brasil: difusão geral, origens e o caso do verbo cuendar. Em R. Ilari e R. Basso (orgs.). História do Português Brasileiro – Semântica. São Paulo: Contexto (414-458).

Avelar, Juanito (2019). Sobre o papel do contato linguístico nas origens do português brasileiro. Em C. Galves, M. Kato & I. Roberts (orgs.). Português Brasileiro: uma segunda viagem diacrônica. Campinas: Editora da UNICAMP. (57- 92).

Avelar, Juanito e Galves, Charlotte (2014). O papel das línguas africanas na
emergência da gramática do português brasileiro
. Lingüística 30: 2 (241 288).

Lobo, Tânia e Oliveira, Klebson (orgs.) (2009). África à vista. Dez estudos sobre o português escrito por africanos no Brasil do século XIX. Salvador: Edufba.

Lucchesi, Dante, Alan Baxter e Ilza Ribeiro (orgs.) (2009). O português afro-
brasileiro
. Salvador: EDUFBA.

Minicurso 7:

O galego e as súas relacións coas línguas contíguas (em galego)

Francisco Dubert-García (USC)
Objetivos:
  1. Realizar unha revisión crítica das relacións do galego coas linguas coas que está en contacto: o portugués, o asturleonés e o castelán.
  2. Revisar a historia interna do galego desde o punto de vista dun dialectólogo.
  3. Insistir en que non se pode facer historia do galego sen prestar atención ó contexto xeolingüístico en que se encontra.
Itens do programa:
  1. O galego: unha lingua (?) autónoma (?).
  2. O prolongado contacto do galego coas variedades que o rodean.
  3. Converxencia e diverxencia.
Carga horária: 6 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

Carballo Calero, Ricardo (1978): “Sobre dialectoloxía do galego”, Grial 61, 348-353.

Costas González, Xosé-Herinque (2007): A lingua galega no Eo-Navia, Bierzo Occidental, As Portelas, Calabor e o Val do Ellas: historia, breve caracterización e situación sociolingüística actual. A Coruña: Real Academia Galega.

Dubert-García, Francisco (2010): “As formas camín e chen en galego e asturiano: solucións supra-rexionais, solucións rexionais e contínuum xeolectal”, Revista de Filología Románica 27, 29-58.

Dubert-García, Francisco (2017): “Sobre a Gallaecia Magna e as relacións históricas e xeolingüísticas entre galego, portugués e asturiano”, Estudis romànics 39, 43-69.

Dubert-García, Francisco (2019): “A segmentación do contínuum xeolingüístico no noroeste da Península Ibérica”, en Lurdes de Castro Moutinho et al. (eds.), Estudos em variação linguística nas línguas românicas. Aveiro: UA Editora, 15-39.

Fernández Rei, Francisco (1990): Dialectoloxía da lingua galega. Vigo: Xerais.

Sánchez Rei, Xosé Manuel (2011): Lingua galega e variación dialectal. Ames: Laiovento.

Santamarina, Antón (1982): “Dialectoloxía galega: historia e resultados”, en Dieter Kremer & Ramón Lorenzo (eds.), Coloquio de Tréveris. Santiago de Compostela: Xunta de Galicia, 153-187.

Minicurso 8:

Línguas românicas em extinção: o ladino e o francoprovençal

Maria Antonieta Cohen (UFMG)
Aléxia Teles Duchowny (UFMG)
Simone Fonseca Gomes (UFMG)
Objetivos:

No quadro geral das línguas românicas ameaçadas de extinção pretende-se
destacar o judeu-espanhol, língua do grupo ibero-românico, e o francoprovençal, do grupo galo-românico. Serão contextualizadas socio-histórica e geograficamente em suas diversas modalidades e serão focalizados aspectos estruturais e lexicais com ênfase nos que resistem à mudança linguística. Para fins de comparação, dados do português contemporâneo e antigo também serão utilizados.

Itens do programa:
  1. Línguas ameaçadas de extinção. Colocação geral da questão. O que se perde quando uma língua se extingue. O encaixamento românico da questão. O ladino e o francoprovençal, dentre outras.
  2. Classificação e contextualização do judeu-espanhol em suas diversas modalidades: o oriental, o ocidental e o ladino propriamente. A questão da documentação: a transliteração e os alfabetos. Descrição geral da língua: principais características dentro do grupo ibero-românico.
  3. Classificação e contextualização do francoprovençal. Língua em estado dialetal: fragmentação em variados patois. Documentação da língua. Situação da língua na atualidade. Projetos de revitalização.
Carga horária: 6 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

COHEN, M. A. Jews and Moors in Alfonso X’s Las Siete Partidas. Journal of Sefardic Studies. Society for Sefardic Studies. Ben Zvi Institute. The Hebrew University of Jerusalem, Jerusalem, nº 2. 2014.

COHEN, M. A. A. M. Línguas não-territorializadas: o haketía, o judeu-espanhol oriental e a língua dos ‘calons’. Papia, Brasília, v. 13, p.82-91, 2013.

COHEN, M. A. A. M. Contato linguístico na România: o judeu-espanhol. Caligrama, Belo Horizonte, v.14, p.51-63, 2009.

CRYSTAL, D. Language death. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

DUCHOWNY, A. T.; COHEN, M. A. A. de M. As aljamias hebraicas, sistemas de escrita híbridos. Arquivo Maaravi, Belo Horizonte, v. 9, p. 2-16, 2015.

DUCHOWNY, A. T. Percurso histórico do judeu-espanhol. Papia, Brasília, v. 13, p. 67-76, 2003.

DUCHOWNY, A.T. Reanálise de estruturas locativas no judeu-espanhol oriental. In: COHEN, M.A.; RAMOS, J. M. (Orgs.). Dialeto Mineiro e outras falas. Belo Horizonte: FALE, 2002. P. 91-108.

HARRISON, David K. When languages die: The extinction of the World’s Languages and the Erosion of Human Knowledge. New York: Oxford University Press. 2007.

HASSÁN, I. El español sefardí. In: SECO, M. SALVADOR, G. (Orgs.). La lengua española, hoy. Madrid: Fundación Juan March, 1995. p. 117-140.

MARTIN, Jean-Baptiste. Le francoprovençal de poche. Chennevières-sur-Marne: Assimil, 2005.

SCHEINBEIN, C. Os sefarditas de Belém do Pará: história e língua. Caligrama, Belo Horizonte, v. 14, p.88-50, 2009.

SÉPHIHA, H. V. Le judéo-espagnol. Paris: Entente,1986.

STICH, Dominique. Parlons francoprovençal: une langue méconnue. Paris: L’Harmattan, 1998.

THOMASON, Sarah. Endangered languages: an introduction. Cambridge University Press, 2015.

TUAILLON, Gaston. Le francoprovençal. Langue oubliée. In: VERMES, G. Vingt-cinq communautés linguistiques de la France. Tome Premier. Paris: L ́Harmattan, 1988.

TUAILLON, Gaston. Le francoprovençal. Valée d’Aoste: Musumeci Éditeur, 2007.

UNESCO ad Hoc Expert Group on Endangered Languages. Language Vitality and Endangerment, 2003.

WAGNER, M. L. Caracteres generales del judeo-español del Oriente. Madrid: Hernando, 1930.

Minicurso 9:

Introdução à Sociolinguística Histórica: princípios e desafios

Rosane Berlinck (Unesp – Araraquara)
Sílvia Maria Brandão (Unesp/doutoranda CAPES)
Objetivos:
  1. Introduzir os participantes aos princípios gerais da Sociolinguística Histórica, situando essa abordagem em relação à Linguística Histórica e à Sociolinguística;
  2. Refletir sobre as fontes para o estudo da variação e da mudança em perspectiva socio-histórica;
  3. Discutir sobre desafios e estratégias para a reconstrução do contexto social e para a análise de fatores sociais no estudo da variação e mudança em perspectiva socio-histórica.
Itens do programa:

1- O que é Sociolinguística Histórica:

a. Sociolinguística Histórica vs Linguística Histórica

b. Sociolinguística Histórica e Sociolinguística

2- Princípios teórico-metodológicos da Sociolinguística Histórica

a. O uso dos “maus dados”

b. O princípio da uniformidade linguística e o anacronismo ideacional

3- Fontes para o estudo da mudança em perspectiva socio-histórica

a. O papel do gênero textual

4- Fatores sociais na mudança em perspectiva socio-histórica

a. A reconstrução do contexto social

b. Análise de fatores sociais

Carga horária: 8 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

BERLINCK,R.A.; BARBOSA,J.B.; MARINE, T. Reflexões teórico-metodológicas sobre fontes para o estudo histórico da língua. Revista da ABRALIN, v.7, p.53-79, 2008.

CONDE-SILVESTRE, J.C. Sociolinguística Histórica. Madrid: Editorial Gredos, 2007.

HERNÁNDEZ-CAMPOY, J.M.; CONDE-SILVESTRE, J.C. (eds) The Handbook of Historical Sociolinguistics. Wiley-Blackwell, 2012.

LABOV, W. Principles of Linguistic Change. Vol. 2:/Social Factors. Malden (MA/USA)/Oxford (UK):Blackwell, 2001.

MATTOS e SILVA. R.V. De fontes sócio-históricas para a história social linguística do Brasil: em busca de indícios. In: MATTOS E SILVA. R.V. (org). Para a história do português brasileiro: Primeiros Estudos. Vol II Tomo II. São Paulo: Humanitas/ FFLCH/ USP. pp.275-301. 2001.

MATTOS e SILVA. R.V. Caminhos da Linguística Histórica: ouvir o inaudível. Sâo Paulo: Parábola, 2008.

WEINREICH, U.; LABOV, W.; HERZOG, M. Fundamentos Empíricos para uma Teoria da Mudança Linguística. São Paulo: Parábola, 2006 [1968].

Minicurso 10:

Metodologia de pesquisa dialetal

Marcela Moura Torres Paim (UFRPE/UFBA)
Objetivos:
  1. Abordar o passo a passo da pesquisa dialetal.
  2. Discorrer sobre a importância da descrição e da análise de fenômenos variáveis do português brasileiro e para o ensino de Língua Portuguesa com base em dados atualizados e sistematicamente recolhidos em todo o País.
  3. Apresentar resultados de análises realizadas pelo Projeto Atlas Linguístico do Brasil.
Itens do programa:
  1. Etapas da pesquisa dialetal.
  2. Descrição e análise de fenômenos variáveis do português para o ensino de Língua Portuguesa.
  3. Resultados de análises realizadas por pesquisas dialetais.
Carga horária: 8 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

AGUILERA, Vanderci; MILANI, Aparecida; MOTA, Jacyra (Org.). Documentos 1: Projeto Atlas Lingüístico do Brasil. Salvador: EDUFBA, 2003.

CARDOSO, Suzana. et al. Atlas Linguístico do Brasil. Londrina: Eduel, 2014. v. 2.

CARDOSO, Suzana Alice. Geolinguística: tradição e modernidade. São Paulo: Parábola, 2010.

CHAMBERS, J. K.; TRUDGILL, Peter. La dialectología. Madrid: Visor Libros,
1994.

COMITÊ NACIONAL DO PROJETO ALiB. Atlas Linguístico do Brasil:
questionários 2001. Londrina: EDUEL, 2001.

FERREIRA, Carlota; CARDOSO, Suzana Alice. A dialetologia no Brasil. São Paulo: Contexto, 1994.

MOTA, Jacyra Andrade; CARDOSO, Suzana (Org.). Documentos 2: Projeto Atlas Lingüístico do Brasil. Salvador: Quarteto, 2006.

Minicurso 11:

História e historiografias linguísticas

Cristina Altman (USP)
Olga Coelho (USP)
Objetivos:
  1. Discutir um conjunto de diretrizes teóricas e metodológicas da Historiografia Linguística.
  2. Exemplificar, por meio do estudo de “casos” da história dos estudos linguísticos, as várias formas de implementação dessas diretrizes.
Itens do programa:
  1. A Historiografia Linguística como especialidade (HL)
  2. Questões gerais da pesquisa em HL: objetos, objetivos, periodização,
    espacialização, fontes, abordagens, formas de apresentação de resultados
  3. Estudos de casos, explorando:
    3.1 aspectos do contexto de produção/ recepção do conhecimento linguístico
    3.2 aspectos (meta)teóricos do conhecimento linguístico
    3.3 formas de conciliação entre as análises do contexto e do conhecimento linguístico
Carga horária: 6 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

ALTMAN, C. 2018. Filologia e Linguística Brasileiras, mais uma vez. In. Coelho, O. (Org.). A Historiografia Linguística no Brasil (1993-2018). Memória, estudos. Campinas: Pontes, pp. 43-64.

COELHO, O. 2020. 50 anos do GEL: caminhos da Linguística no Brasil. Revista Estudos Linguísticos. São Paulo: GEL, 49: 1. 22-35.

COELHO, O. et al. 2019. 50 coisas para saber sobre o GEL [e-book]. Araraquara: Letraria.

CRUZ, A. da & COELHO, O. 2018. Lucy Seki (1939-2017) em primeira pessoa do singular. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas 18: 2. 414-428.

KOERNER, E. F. K. 2014. Quatro décadas de historiografia linguística: estudos selecionados. Vila Real: Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Centro de Estudos em Letras, Coleção Linguística 11, prefácio de Carlos Assunção, seleção e edição de textos de Rolf Kemmler e Cristina Altman.

MATTOSO CÂMARA JR., J. 1975 [1962]. Abordagens Diferentes ao Estudo da Linguagem. Pré-linguística, Paralinguística, Linguística Propriamente Dita. In: História da Linguística, pp. 9-14. [Trad. M. do Amparo B. de Azevedo do orig. datilogr. em inglês: História Sumária da Linguística, 1962]. Petrópolis: Vozes.

POLACHINI, B. S. 2018. Uma história serial e conceitual da gramática brasileira oitocentista de língua portuguesa. Tese de doutorado: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

SWIGGERS, P. 2013. A Historiografia Linguística. Objetos, objetivos, organização. Confluência 44-45: 39-60. Rio de Janeiro: Liceu Literário Português.

TRUBETZKOY, N. 1981. A Fonologia atual. (Trad. de Rosa Attié Figueira). In: Dascal, M., org. 1981. Fundamentos metodológicos da linguística, vol. II, pp. 15-35. Campinas: Edição do Autor.

Minicurso 12:

Grego clássico e latim: variação, norma e contato linguístico na gramática antiga

Fábio Fortes (UFJF)
Objetivos:
  1. Recuperar na obra dos gramáticos gregos e latinos os elementos que descrevem e analisam fenômenos relativos à diversidade dialetal, variação linguística, norma de uso linguístico e plurilinguismo das línguas clássicas.
  2. Avaliar a contribuição dos gramáticos antigos para a descrição e explicação do grego e do latim na perspectiva sociolinguística e histórica.
Itens do programa:
  1. Introdução à tradição gramatical greco-romana: desenvolvimento, temas, gêneros, autores.
  2. Diversidade dialetal: Apolônio Díscolo e a sintaxe do grego
  3. Norma e variação linguística:  Donato, Prisciano e o ensino de latim
  4. Contato linguístico e bilinguismo: Dositeu, Diomedes e o latim como L2
Carga horária: 8 horas
Limite de inscrições: 30
Bibliografia:

a) Edições críticas:
APOLÔNIO DÍSCOLO. De la construction (syntaxe). Introduction, texte et traduction par Jean Lallot. 2 v. Paris: Vrin, 1997.
DIOMEDES. Diomedis ars. In: KEIL, H. (ed.). Grammatici Latini, I, 229-529. Leipzig: Teubner, 1855.
DONATO. Ars minor et ars maior. In: HOLTZ, L. Donat et la tradition de l’enseignement grammatical. Étude sur l’Ars Donati et as diffusion (IVe-IXe siècle) et edition critique. Paris: CNRS, 1981.
DOSITEU. Ars grammatica. In: BONNET, G. (ed.). Dosithée, Grammaire latine. Paris: Les Belles Lettres, 2005.
PRISCIANO. De constructione I. In: MARC BARATIN et al. Priscien. Grammaire. Livres XVII – Syntaxe I. Texte latin, traduction introduite et annotée par le Groupe Ars Grammatica. Paris: Vrin, 2010.
PRISCIANO. De constructione II. In: BARATIN et al. Priscien. Grammaire. Livre XVIII – Syntaxe II. Texte latin, traduction introduite et annotée par le Groupe Ars Grammatica. Paris: Vrin, 2017.


b) Estudos teóricos e analíticos:
ADAMS, J.N. Bilingualism and the Latin Language. Oxford: Blackwell, 2004.
AUROUX, S.; KOERNER, K.; NIEDEREHE, H-J.; VERSTEEGH, C. H. M. (Eds.). History of the Language Sciences. (Handbücher zur Sprach- und Kommunikationswissenschaft, vol. 18). Berlin – New York: W. de Gruyter, 2000-2006 [3 vol.].
FORTES, F. A construção da língua greco-romana. Apolônio Díscolo e Prisciano na história do pensamento gramatical antigo. Juiz de Fora: Editora da UFJF, 2019
FORTES, F. O que dizemos e o que ninguém diz: reflexões sobre uso, variação e gramaticalidade do latim a partir do De constructione, de Prisciano (séc. VI d.C.). ÁGORA (AVEIRO), v. 20, p. 155-172, 2018.
FORTES, F. Uso, tradição e norma na tradição gramatical latina. Signum. Estudos de Linguagem, v. 15, p. 173-196, 2013.
FORTES, F.; FREITAS, F. A. S. . O contato linguístico e cultural entre o grego e o latim: reflexos na constituição da disciplina gramatical em Roma. Veredas (UFJF. Online), v. 19, p. 3-13, 2015.
ILDEFONSE, F. La naissance de la grammaire dans l’Antiquité Grecque. Paris: Vrin, 1997.
ROCHETTE, B. “Ancient bidialectalism and bilingualism”, in G. K. Giannakis et al. (ed.). Encyclopedia of Ancient Greek Language and Linguistics. Vol. 1 – A-F. Leiden/Boston, Brill, 2014, p. 114-117.

Voltar ao Topo